NOTAS: AGENDAMENTO DA UFMA DILUÍA ESQUEMA DO CEUMA

Qualquer estudante dos primeiros períodos de Jornalismo, Relações Públicas ou Rádio e TV deve conhecer o famoso livro de Mauro Wolf, Teorias da Comunicação, no qual aponta a hipótese Agenda Setting.

Segundo a hipótese, os mídia tendem a listar, disponibilizar e acentuar determinados temas, influenciando o público, que passa a inserir na sua própria agenda os assuntos veiculados no circuito midiático.

Assim, os repertórios temáticos individuais e interpessoais passam a ser influenciados pelo noticiário dos meios de comunicação.

Observando bem o noticiário das TVs e blogues, a tuitagem do professor de Filosofia da UFMA Ayala Gurgel, denunciando supostas arbitrariedades no registro de notas, ganhou evidência surpreendente no agendamento midiático.

Ayala virou notícia dentro dos padrões de acumulação, consonância, onipresença e tematização, derivativos da hipótese Agenda Setting. Traduzindo, essas quatro palavras significam que Ayala e a UFMA ganharam espaço e tempo fartos na mídia.

Enquanto isso, explodiam no Ceuma as denúncias que podem levar à configuração de um esquema organizado para fraudar notas, mediante pagamento dos interessados.

O Ceuma pertence à família Fecury, poderoso satélite da oligarquia Sarney, dona do Sistema Mirante de Comunicação.

Não há como esconder o noticiário sobre a fraude comprovada no Ceuma. Porém, há mecanismos para diluí-lo em meio a um forte agendamento do Ayala da UFMA. Foi o que ocorreu algumas semanas atrás.

Porém, desde o dia 17/02, no site do Ministério Público Federal (MPF), está dito que o processo Ayala/UMFA foi arquivado porque não há elementos que caracterizem alguma ilegalidade.

Segundo o MPF, “o que a princípio foi classificado por Ayala Gurgel como fraude, na verdade, se tratava de um procedimento administrativo regular de revisão de notas de discentes, que haviam recorrido da avaliação do professor”.

Não há como ressuscitar Ayala no noticiário. Só resta agora agendar o Ceuma. Não tem saída.