Afetos da campanha eleitoral de 2014 tomam conta das ruas em 2015 |
A maior conquista do Brasil nos últimos 30 anos foi a
consolidação do direito ao contraditório.
Todo brasileiro tem a garantia da livre manifestação, sem
ser reprimido, preso, torturado ou morto.
A realização de protestos pacíficos é saudável e faz parte
do jogo democrático.
Os inimigos de Dilma Roussef só estão se manifestando porque
muitos aliados da presidente lutaram pela liberdade e alguns até morreram.
No cenário ideal, cabe à oposição fiscalizar e cobrar o
desempenho do governo, bem como mobilizar a população para reivindicar a melhor
política possível.
Quando era oposição, o PT cumpriu bem esse papel.
No governo, está sabendo reconhecer os protestos pacíficos
no contexto da democracia.
Até ai, nada demais. Até porque o PT está encurralado.
O estranhamento ocorre quando a pauta dos protestos mira no
ódio, esquece a política e atropela a racionalidade.
A grande maioria dos manifestantes vai às ruas para derrubar
a presidente do PT que, reeleita, adotou a política econômica do PSDB e
escolheu um ministro tucano para conduzir a economia.
Algo está errado na cabeça dos manifestantes. Se votaram no
PSDB, deveriam apoiar as medidas anunciadas por Dilma, que baixou um pacote à
moda Aécio Neves.
Se houvesse racionalidade política nos protestos, os
eleitores do PSDB deveriam apoiar Dilma, a mais tucana entre os petistas.
Infelizmente, a racionalidade foi trocada pelos afetos.
O teor das manifestações é carregado de ódio a Dilma e ao
PT, pouco importando se o governo e o partido executam as políticas neoliberais
nativas dos tucanos.
Está em curso, no Brasil, um processo perigoso de
despolitização da política.
As grandes narrativas de cunho ideológico e as diferenças
programáticas entre os partidos foram trocadas pelos afetos.
O estandarte do ódio está acima de todas as coisas.
Eleitores tucanos, apenas por serem desafetos de Dilma,
contestam a presidente que adotou as medidas preferidas de Aécio.
O Brasil precisa retomar a organicidade dos partidos, cada
dia mais parecidos uns com os outros, sem distinções programáticas.
É necessário, sobretudo, extinguir as legendas de aluguel e
fundir as siglas que se aproximam, pelo menos no papel, nos eixos
programáticos.
Precisamos repolitizar a política no Brasil, com mais
racionalidade e menos afeto.
O ódio não muda nada.
Um comentário:
Olá Wilson, poderia me passar um e-mail com o qual eu pudesse entrar em contato.
Estou a procura dos familiares do meu pai, que são dessa região. Infelizmente não obtivemos muito sucesso até o momento, mas gostaria de conseguir algumas informações sobre as cidades da região, rádios, emissoras de TV... e claro se puder divulgar em seu blog tbm...
Grata pela atenção
Cristina Alves
mariacristinaalvescaldas@gmail.com
tinaibt@hotmail.com
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