domingo, 30 de setembro de 2012

UM APANHADO DA PROPAGANDA ELEITORAL

A uma semana da eleição, o blogue faz um balanço geral das campanhas na TV, avaliando os perfis midiáticos de cada candidatura.

No geral, as campanhas trataram de questões urgentes (educação, saúde, transporte etc), mas faltou um debate mais profundo sobre as diretrizes do plano diretor e propostas consistentes acerca da reurbanização de São Luís.

Temas como calçadas, ciclovias e parques ambientais – tão importantes nas outras cidades – passaram ao largo dos programas eleitorais.

São Luís está tão abandonada que o futuro prefeito só precisa tapar os buracos e colher o lixo com regularidade. É reeleição na certa.

Veja um breve perfil de cada candidatura:

João Castelo (PSDB)

Televisão é importante, mas não faz mágica. Com uma gestão desastrada, Castelo se desgastou ainda mais quando falou de asfaltamento na cidade. As obras eleitoreiras, de última hora, não conseguiram reverter o quadro negativo da administração tucana. O VLT voltou-se contra ele. O eleitor de Castelo está envergonhado.

Edivaldo Holanda Junior (PTC)

Conseguiu emplacar o discurso do novo. Jovem, desenvolto na tela, fez tabela com Flavio Dino (PCdoB) na estratégia de renovação da política. Até agora não foi atacado nesse item, mas pode sofrer baixas no segundo turno, quando Castelo expuser as alianças de Holanda com Weverton Rocha (PDT), por exemplo.

Washington Oliveira (PT)

Por unanimidade, é o pior candidato. Tentaram de tudo com ele: boné do PT, camisas de várias cores, entrevista em estúdio, arrastão etc, mas nada adiantou. Virou ventríloco de Lula e Dilma. Do meio para o fim da campanha, escondeu a madrinha Roseana Sarney (PMDB). Não fala coisa com coisa. Com um tempo de televisão exagerado (12min), é um fracasso. Não passou de um laranja de Castelo.

Eliziane Gama (PPS)

Fez a melhor campanha de televisão, emocionante, criativa, consistente de propostas. Mesmo com pouco tempo de propaganda, conseguiu superar os adversários em qualidade. É a candidata mais antenada com as concepções de desenvolvimento sustentável. Eliziane tem sensibilidade e isso é fundamental em um embate midiático. Já sai vitoriosa da campanha. O apoio de Marina Silva é merecido.

Tadeu Palácio (PP)

Enfrentou dificuldades estruturais desde o início da campanha. O último programa, veiculado sexta-feira, estava com péssimo áudio e qualidade de imagem. Tadeu não conseguiu comparar a administração dele com a de Castelo. O tempo reduzido também contribuiu para a derrocada. Palácio também embaralhou a cabeça do eleitor. Fez sucessivos ziguezages políticos e ao fim das contas não se sabe de que lado ele está.

Marcos Silva (PSTU)

Manteve o discurso contundente, de resistência ideológica, mas faltou a criatividade das campanhas anteriores. Faltou o bordão característico do partido, que fez tanto sucesso nas eleições de outrora: “contra burguês, vote 16”; “eu acredito é na rapaziada” e “só a luta muda a vida”. A campanha do PSTU ficou mais pobre na criatividade. Endureceu, mas perdeu a ternura.

Haroldo Sabóia (PSOL)

O tempo reduzido e a falta de estrutura abalaram a campanha midiática do socialista. A exemplo de Marcos Silva, Haroldo também não conseguiu construir um discurso com criatividade e empolgação. Ficou aquém do esperado na desconstrução dos adversários. Foi consistente nas propostas sobre serviços e infra-estrutura, mas o formato poderia ser melhor trabalhado.

Ednaldo Neves (PRTB)

É um laranja demolidor. No papel de coadjuvante de Edivaldo Holanda Junior (PTC), Ednaldo Neves atacou bem o prefeito João Castelo (PSDB). Os filmes sobre o VLT desconstruíram a farsa eleitoreira do prefeito. O bordão “a coragem do novo” até que pegou bem.

sábado, 29 de setembro de 2012

PAÇO DO LUMIAR É A MINIATURA DO MARANHÃO

Relembranças: artigo publicado aqui no blogue em 15 de junho de 2011.
Bia Aroso: a cara do deboche com o dinheiro público.
Quem percorre as ruas e avenidas de Paço do Lumiar tem um perfeito recorte do Maranhão. Os bairros inteiros no abandono correspondem às cidades esquecidas no interior do estado, sem qualquer infra-estrutura.

As calçadas quebradas, o mato crescido, as crateras nas ruas e a feiura generalizada pintam o quadro da barbárie maranhense. Essa regra geral - a destruição - foi instituída no Palácio dos Leões e incorporada à cultura dos prefeitos maranhenses.

Se você ficar alguns minutos na rodoviária de Peritoró, por exemplo, terá a mesma sensação de estar em qualquer rua de Paço do Lumiar ou em um bairro de São Luís.

Os maus exemplos são seguidos à risca, salvo raras exceções, nesse Maranhão onde até o sol mente, como dizia o padre Antonio Vieira.

Não é só o estado físico -a destruição - de Paço do Lumiar que impressiona. A decadência é, antes, política. Bia Venâncio é daqueles tipos grotescos da política que parece ter emergido de um garimpo ou das cidades recônditas formadas à beira de atoleiros nos grotões do Brasil.

Nesses ambientes, marcados pela ausência da lei e da ordem, a força física e a corrupção administram o caos. Onde falta a política, impera o clientelismo, a chantagem, o arranjo, a pilhagem e toda sorte de coisas sórdidas na vida pública.

Bia Venâncio (des)adminstra a cidade com um desleixo natural, como se faz em quase todas as prefeituras do Maranhão, excetuando-se uma meia dúzia.

E Bia é só festa. Ela posa para fotos, ergue o polegar, sorri muito. Nem parece ser uma administradora bombardeada por denúncias de corrupção dos aliados e adversários.

Paço do Lumiar é um consórcio de maldades. É o caldeirão perfeito da bruxaria política maranhense. Bia Venâncio tem a certeza da impunidade. Por isso faz e acontece nessa miniatura do Maranhão chamada Paço do Lumiar.

CENSURADO NO PT, MARLON BOTÃO SEGUE FIRME NA RETA FINAL DA CAMPANHA

Panfletagem na entrada da UFMA

O candidato a vereador Marlon Botão intensifica o corpo a corpo com o eleitor na reta final da campanha, realizando panfletagens e reuniões em diversos pontos da cidade. Neste domingo 30, às 9 horas, ele reúne os apoiadores em uma carreata que vai sair da praça Maria Aragão e percorrer várias regiões da cidade.

As panfletagens nas duas últimas semanas de campanha estão concentradas nas universidades e faculdades, nos horários de entrada dos estudantes. O candidato também está intensificando as reuniões com lideranças comunitárias em diversos bairros de São Luís, onde a campanha concentrou esforços.

Marlon Botão foi vetado no horário eleitoral pelo PT. Para participar da propaganda política, ele teve de acionar a Justiça Eleitoral, que obrigou o PT a veicular sua propaganda, mas o partido recorreu e vetou definitivamente a participação de Marlon Botão no rádio na TV.

“Apesar da censura, nossa campanha está cada dia melhor. Estamos de cabeça erguida pela nossa coerência e pelas propostas que estamos defendendo para melhorar a cidade. Temos tido uma receptividade muito calorosa das pessoas, em todos os bairros onde passamos”, declarou o candidato.

Marlon Botão integra o coletivo Resistência Petista, formado por várias tendências do PT não alinhadas à oligarquia Sarney. Devido à postura crítica sobre aliança do PT com o PMDB, Botão foi censurado no horário eleitoral pelo grupo do candidato a prefeito Washington Oliveira, o WO.


Outros candidatos a vereador do PT também não fazem campanha para WO, mas não foram vetados no horário eleitoral. "A censura à nossa candidatura é uma agressão à democracia. Não tenho obrigação de pedir votos para WO porque ele representa o atraso do PT", desabafou Botão.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

AS ARMADILHAS DE CASTELO

Elas estão por todos os bairros da cidade, do Renascença à Cidade Olímpica, pondo em risco a vida de pedestres, ciclistas e motoristas. 

São as armadilhas que o prefeito João Castelo (PSDB) deixou para os moradores de São Luís: buracos, crateras, calçadas arruinadas, matagal, lixeiros, poeira nas ruas e escuridão.

É o legado de Castelo para os 400 anos.

Rua Rubem Almeida, esquina com Tales Neto, na entrada do João de Deus

Trecho de acesso à avenida Santos Dumont, próximo ao antigo clube Jaguarema

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ADEUS, LULA!


MARCO ANTONIO VILLA, em O GLOBO

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente. Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor. No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência. E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa. A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo. Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir: 1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?

O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico. Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente. E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez. Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo. Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início. E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.

MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo.

INTERESSES E EQUÍVOCOS DE UMA REPORTAGEM

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA em 26/09/2012 na edição 713

por Ismar Capistrano 

Há critérios jornalísticos que perpassam várias práticas e concepções. Mesmo recebendo outras denominações, papéis e relações na produção de notícias, valores como atualidade, relevância pública, diversidade de fontes e checagem dos fatos apresentam-se como discernimentos profissionais norteadores. Há, no entanto, interesses – presentes, principalmente, nas instituições comerciais – que comprometem e inviabilizam a autonomia do campo jornalístico, necessária para garantir o papel social da profissão. São articulações econômicas, sociais, políticas e culturais que distorcem não só a realidade, mas o ethos do jornalismo. Para fazer qualquer análise crítica de uma matéria é necessário se ater não só aos critérios apresentados no texto, mas os interesses que circulam no contexto.
Na edição da revista IstoÉ de número 2.237 (23/9/2012), uma reportagem chama a atenção por não só descumprir esses critérios, mas por explicitar vários interesses institucionais. A matéria sob o título “O uso político das rádios comunitárias” traz, logo de início, uma aberração primária: qual a atualidade do fato? O dado mais recente apresentado data de novembro de 2011. A notícia foi, então, publicada com pelo menos 10 meses de atraso.
Se não isso bastasse, outro erro fundamental causa espanto. A reportagem afirma que Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) recebeu, nos últimos três anos, R$ 21 milhões em convênios com o governo federal sem indicar a fonte dessa informação. Foi a Procuradoria Geral da República? O Ministério Público? Uma denúncia anônima? Ou uma investigação da repórter?
Pois bem, fazendo uma simples pesquisa na internet, no Portal da Transparência encontram-se valores bem diferentes. A Abraço foi, conforme o site, contemplada pelo edital de Mídia Livre do Ministério da Cultura no valor de R$ 240 mil, em 2009. A Agência Abraço, órgão vinculado à Associação, recebeu, nesse período, R$ 400 mil por meio de emenda parlamentar para a realização do VII Congresso Nacional da entidade, em 2010, e mais R$ 168 mil para repassar às rádios, instaladas no Distrito Federal, participantes do Projeto Comunidade 980, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Cabe perguntar: como R$ 808 mil se transformaram, na matéria da IstoÉ, em R$ 21 milhões?
Mais equívocos
A situação lembra um dos mais clássicos casos de distorção jornalística, a reportagem “Até tu Ibsen?”, da Veja. Em novembro de 1993, a revista transformou, intencionalmente, uma transferência de R$ 1 mil do então presidente do Congresso Nacional, Ibsen Pinheiro, para sua filha numa transação de R$ 1 milhão, causando sua injusta cassação. Só que no caso da IstoÉ a distorção foi multiplicada mais de 21 vezes do valor real.
Os erros não cessam por aqui. A reportagem “O uso político das rádios comunitárias” afirma a existência de um pedágio de 20% para o repasse dos recursos provenientes de convênios. A denúncia seria da Rádio Utopia FM, de Planaltina (DF), que teria gerado um processo em curso. Com uma simples pesquisa site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal é possível constatar que o processo foi arquivado em março de 2012.
Os equívocos continuam. Segundo a IstoÉ, a cobrança do suposto pedágio seria comandada pelo dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Sóter, também coordenador executivo da Abraço. Outra simples pesquisa no site do PT do Distrito Federal revela que Sóter não participa de qualquer instância do governo federal. No entanto, ainda outra informação falsa. O coordenador executivo da entidade é qualificado como funcionário do Ministério da Educação, e dado essa condição facilitaria convênios das emissoras com o ministério. Sóter é funcionário do Instituto Tecnológico Federal e não há nenhum convênio de rádios comunitárias com o Ministério da Educação, como se constata no Portal da Transparência.
Para coroar aos intermináveis equívocos, a reportagem afirma que um inquérito civil apura o caso. Com uma simples ligação para a Procuradoria Geral do Distrito Federal se verifica que o procurador Paulo Roberto Galvão de Carvalho despachou pelo arquivamento do caso, e que deverá ser julgado pelo colegiado em outubro.
Uma ameaça
Por trás de tantos equívocos, falta de apuração, falta de fontes e ausência de atualidade, cabe questionar: seria essa reportagem um reflexo de simples erro jornalístico? De despreparo da repórter?
Indo além do texto, percebem-se outros interesses envolvidos na pauta refletindo quem são os principais prejudicados na matéria. Primeiro, a Abraço, entidade que organiza as rádios comunitárias, alvo das principais acusações da revista. A Associação, fundada em 1996, no momento da reivindicação da regulamentação do serviço de radiodifusão comunitária, incomoda empresários da comunicação por lutar pelo fortalecimento dessas emissoras, que tiram a audiência e os investimentos de rádios comerciais, e por lutar pela democratização da comunicação, contra os oligopólios midiáticos e pela regulamentação da comunicação.
Esses posicionamentos colocam, pressupostamente, empresas de comunicação – como a Editora Três, que edita a IstoÉ – e a Abraço em posições opostas. No pano de fundo da reportagem, o segundo atingido pela reportagem é o Partido dos Trabalhadores, pelo suposto favorecimento ilícito de rádios comunitárias, realizado por um governo do PT e operado por um dirigente petista. Às vésperas de uma eleição, uma das consequências possíveis seria um prejuízo à imagem do partido nas disputas eleitorais.
Num contexto mais amplo, no momento em que se pressiona o governo federal por um marco regulatório das comunicações, a reportagem traz uma tácita ameaça: a regulamentação causará prejuízos para quem a propuser ou implantar, seja governo, movimento sociais ou emissoras comunitárias. A análise crítica de textos e contextos convence a sociedade da necessidade do novo marco regulatório das comunicações.
[Ismar Capistrano Costa Filho é jornalista, mestre em Comunicação pela UFPE, doutorando em Comunicação pela UFMG, membro da diretoria da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária]

PELEGADA DO SINDEDUCAÇÃO TENTA GOLPE CONTRA A CHAPA VITORIOSA NO PROCESSO ELEITORAL


Algo de muito grave pode ocorrer no Sindicato dos Professores da Rede Municipal de São Luís (SINDEDUCAÇÃO). A atual direção da entidade, que perdeu a eleição, tenta aplicar um golpe nos professores.

Sob o comando de Lindalva Batista, atual presidente do sindicato, arma-se um esquema para anular a eleição.

No processo eleitoral limpo, realizado dia 14 de setembro, saiu vitoriosa a CHAPA 1, encabeçada pelo professor Antonísio Furtado.

A situação dividiu-se em dois grupos e perdeu a eleição. Agora pretende tomar no tapetão.

Lindalva Batista, atual presidente, apoiou Lindalva Lopes, integrante da direção pelega. A outra chapa ligada à diretoria foi liderada por Cesar Augusto, atual vice-presidente do sindicato e castelista roxo.

Sob a longa gestão de Batista, Lopes e Augusto, o sindicato traiu a os professores diversas vezes e virou uma entidade privatizada pelos interesses familiares da atual direção.

Vamos ficar vigilantes e assegurar que a CHAPA 1, eleita democraticamente, seja empossada e possa dirigir o SINDEDUCAÇÃO livre do atraso.

Veja abaixo a carta-denúncia da CHAPA 1:

VITÓRIA DA CHAPA 1
SINDICATO NAS MÃOS DA CATEGORIA

No dia 14 de setembro de 2012 houve a eleição para escolha da nova direção do SINDEDUCAÇÃO, na qual foi vitoriosa a Chapa 1 – Unidade para mudar, formada pelas oposições (CSP Conlutas, MOPE e MRP), que trouxe para a disputa um programa democrático, pautado na defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e dos direitos dos educadores.
Nossas principais bandeiras de campanha foram o aumento do investimento na manutenção e desenvolvimento do ensino de 25% para 35% dos recursos municipais, a defesa de 1/3 hora atividade, colegiar a diretoria do sindicato, a reformulação do estatuto e eleição direta para diretores de escola.

O resultado do pleito confirma que a categoria, cansada de ter seus direitos negados e usurpados, mostra elevação da consciência política e volta a acreditar no sindicato como instrumento de luta. Neste sentido, queremos agradecer o voto de confiança de cada educador e de tod@s aqueles que contribuíram decisivamente para a vitória da oposição.

Apesar da vitoria da chapa 1 com 49,2% dos votos, a chapa 3 insiste em não reconhecer a decisão da maioria dos votantes e ingressou com um pedido de anulação do resultado da eleição junto à Comissão Eleitoral, alegando entre outras questões: o abuso do poder político-econômico por parte da Chapa 1; desrespeito ao estatuto do SINDEDUCAÇÃO e abstenção dos aposentados por conta de tumulto na entrada do sindicato e do grande calor que fazia no dia.  

A respeito de tais colocações esclarecemos:

Com relação à acusação de abuso de poder econômico, afirmamos que um dos princípios que nortearam a campanha da Chapa 1 foi a independência político-financeira perante a prefeitura e quaisquer partidos políticos, de maneira que todas as atividades e materiais de campanha foram fruto de uma política de finanças baseada nas contribuições dos componentes da chapa e dos apoiadores, sobretudo a CSP-Conlutas-PI, CSP-Conlutas-RJ, CSP-Conlutas-MA, Sindicato dos Bancários, Sintrajufe, Sintrap-Caxias, APRUMA e ANEL.

Não procede a alegação de que o estatuto não foi respeitado no tocante ao horário de votação, tendo em vista que o alargamento deste período para as 20 horas constitui-se em acordo firmado pelas chapas 1 e 2, tendo a chapa 3 delegado seu voto à Comissão Eleitoral e acatando o que a mesma decidisse. Destacamos que essa mudança objetivou a maior participação dos associados no pleito. 

Entendemos que o estatuto vigente é, em vários aspectos, antidemocrático e restringe a participação da categoria nos rumos do sindicato. Lembremos que a Profª Lindalva Lopes, candidata a presidente da Chapa 3, é secretária de assuntos educacionais da atual Direção do Sindicato e aprovou esse mesmo estatuto, que serviu para legitimar seu grupo nas eleições de 2008.

No que se refere ao tumulto citado, na ata redigida e assinada pela Comissão Eleitoral que, diga-se de passagem, foi minuciosamente escolhida pela atual Direção, o único incidente registrado foi a agressão praticada pelo professor César Augusto, atual vice-presidente e candidato a presidente na Chapa 2, contra o professor Antonísio Furtado, candidato a presidente pela Chapa 1. 

Essa agressão ocorreu minutos antes do encerramento da votação, não tendo qualquer influencia em seu resultado. A verdade é que os aposentados resolveram dizer NÃO ao continuísmo da pelegada que alugou em torno de 100 carros para tentar ludibriá-los.

A atual gestão do SINDEDUCAÇÃO, o prefeito João Castelo, vereadores aliados e os diretores do SINPROESEMMA não querem que este sindicato seja dirigido por um grupo de professores que ganhou a confiança da categoria na luta e que pretende fazer deste sindicato uma ferramenta a serviço das conquistas da classe trabalhadora. Por isso, reafirmamos a vitoria da Chapa 1 e convidamos a todos e todas para a posse da nova direção no dia 31 de outubro de 2012 (quarta-feira), na sede do sindicato.
ELES SE APOIAM NO APARATO POLÍTICO E
FINANCEIRO DOS PODEROSOS. NÓS APOSTAMOS NO APOIO DA CATEGORIA PARA REPUDIAR ESSA TENTATIVA GOLPE.

RESULTADO DA ELEIÇÃO DO SINDEDUCAÇÃO

CHAPA 1
CHAPA 2
CHAPA 3
BRANCOS
NULOS
Urna 1
6
15
62
0
1
Urna 2
10
12
84
1
5
Urna 3
105
22
43
0
4
Urna 4
94
20
56
1
1
Urna 5
100
28
54
0
3
Urna 6
155
33
73
2
5
Urna 7
121
40
68
0
4
TOTAL
591
170
440
4
23

Cordialmente: CHAPA 1: UNIDADE PARA MUDAR!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

LOBÃO TURBINA O SISTEMA DIFUSORA DE OLHO NAS ELEIÇÕES DE 2014

A dois anos da eleição para o governo estadual, o ministro Edison Lobão (PMDB), pré-candidato à sucessão de Roseana Sarney (PMDB), começa a fazer mudanças nos negócios familiares do ramo midiático.

O Sistema Difusora de Comunicação passa por uma série de mudanças, sob o controle do jornalista Gilmar Correa, que assumiu a direção de jornalismo.

Lobão disputa a candidatura de governador em 2014 “contra” o chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva (PMDB), preferido de uma parte dos Sarney.

A expressão contra, aspeada, é apenas ilustrativa. No final do jogo, se o controle do governo for ameaçado pela oposição, pode até haver um acordo entre Lobão e Luis Fernando.

Porém, neste momento, os jogadores posicionam-se para obter a indicação.

E quando se fala em jogo político no Maranhão é automática a associação com o campo midiático.

O Sistema Difusora e o Sistema Mirante disputam audiência, anunciantes, negócios e, fundamentalmente, integram a teia de poder político que leva ao Palácio dos Leões.

Ministro das Minas e Energia, Lobão não tira os olhos do Maranhão, onde prioriza os meios de comunicação.

As alterações iniciaram na rádio Difusora AM: mudanças na grade de programação e reforço no jornalismo.

O horário nobre do radiojornalismo na Difusora AM, de 8h às 10h, está sob o comando de Silvan Alves, experimentado comunicador que até pouco tempo militava nos microfones da Educadora AM.

A Difusora AM, que outrora arrendava quase toda a programação para as igrejas evangélicas, retomou o noticiário, a prestação de serviços e reabriu os microfones para a participação do ouvinte.

Gilmar Correa tem talento. Operou uma das principais reformas gráficas e editoriais no jornal O Estado do Maranhão e coordenou a implantação da CBN, acoplada à Mirante AM, adotando o modelo all news (notícias 24 horas).

A experiência CBN-Mirante AM vingou, mas não se sustentou.

Agora Gilmar Correa é o coordenador de jornalismo de todo o Sistema Difusora de Comunicação.

Em 2013 a TV vai completar 50 anos. Correa está implantando tecnologia de ponta e vai estadualizar a programação, cobrindo todas as regiões do Maranhão.

A comunicação com o internauta, possibilitando maior interatividade da audiência, também está nos planos de Corrêa.

O diálogo entre as diversas mídias do Sistema Difusora já pode ser notado no programa de Silvan Alves, onde as manchetes da TV são inseridas no rádio AM.

Estadualizar a cobertura é o maior objetivo das mudanças. Lobão precisa falar com todo o Maranhão, independente da generosidade do Sistema Mirante.

Os investimentos na Difusora em véspera de eleição já ocorreram em outras ocasiões. O fato não é novo, mas desta vez parece que Lobão está com mais vontade de comer o chapeuzinho vermelho do Palácio dos Leões.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

LÉO CAPIBA: SAMBA DE BAMBA NO BARULHINHO BOM

por Celijon Ramos

Léo Capiba é bamba de todos os gêneros do bom samba. Para você, que quer ouvir o genuíno samba como sempre foi feito, a pedida é ir nesta quinta-feira (27), às 21 horas, ao bar Barulhinho Bom para ver e ouvir a apresentação deste grande interprete.

Quando se ouve Léo Capiba, se é remetido para uma sonoridade típica da música brasileira produzida nos anos quentes da bossa.

É como se estivesse ouvindo uma mistura do canto de Lúcio Alves com Ciro Monteiro ou de Jackson do Pandeiro. Seu talento caleidoscópico lhe permite trilhar com maestria por um repertório eclético, repleto de sambas, samba-canção ou, ainda, o samba-rock, e claro que também tem muita bossa nova.

É genuíno representante de uma forma de cantar cuja evolução legou os avanços interpretativos do canto na música feita no Brasil. O bom de tudo é que você tem a oportunidade de desfrutar da beleza da voz deste singular interprete.

O artista nos brinda com sua apresentação com voz e pandeiro e com acompanhamento luxuoso de Daniel Miranda no trombone e Celson Mendes no violão.

Como informa o sociólogo e radialista Ricarte Almeida, “Léo Capiba nasceu no Crato, Ceará, e adotou a capital do Maranhão. Tanto lá como cá, conviveu, sempre, entre boêmias rodas de choro e samba nas horas de folga”. Isso deve ter ajudado a cunhar a personalidade de um artista de inconteste carisma que sempre estampa um riso no rosto quando canta.

Capiba integrou a caravana do projeto Samba da Minha Terra, Circuito Musical Alternativo que, entre 2002 e 2003, sob a batuta do compositor Joãozinho Ribeiro, percorreu dezoito comunidades de São Luís, levando chorinho da melhor qualidade a um público ávido por música.

Tocou também nas edições do projeto Chorando na Praça (Desterro e Anjo da Guarda), Clube do Choro do Maranhão, além da charmosa Serenata dos Amores (Desterro). Sua voz pode ser ouvida, ainda, no cd Memória da Música no Maranhão, ao lado de outros mestres.

Bem humorado e dono de um riso contagiante que parece dizer “que no mundo não há dificuldades”, Léo Capiba com seu inseparável pandeiro é figura de proa na música feita no Maranhão.

O QUÊ: LÉO CAPIBA SAMBA DE BAMBA

ONDE: Bar Barulhinho Bom, Rua do Maçarico – Lagoa da Jansen

QUANDO: Quinta-feira (27/09), a partir das 21 horas. Entrada R$ 15,00

Realização: Satchmo Produções - 96186643 ou 87163850