O blogue do jornalista Marco D’Eça traz matéria em 04/01 na qual o secretário-chefe da representação maranhense no Distrito Federal, Chiquinho Escórcio (PMDB), impõe ao deputado federal Washington Oliveira (PT) a adesão dos petistas à chapa da governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2010.
Escórcio cobra a repetição da aliança nacional PT-PMDB no Maranhão, intimando Oliveira a assumir publicamente o apoio ao governo estadual. As declarações do secretário são acintosas:
“Ele (Washington) é deputado por causa do apoio de Roseana ao PT. O PT também tem secretários no governo. Ele não pode querer só os bônus, tem que assumir o ônus também. E o ônus é assumir claramente o apoio à aliança PT-PMDB, como quer o presidente Lula”, mandou Escórcio.
Na matéria de D’Eça, o secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), endossa o interesse de compor chapa com o PT, “de forma absoluta e transparente”, deixando em aberto a discussão sobre vagas na chapa majoritária de Roseana Sarney.
Tanto Escórcio quanto Murad afirmam que o PT é beneficiário do governo estadual, referindo-se ao mandato de Washington Oliveira e à Secretaria de Trabalho comandada por José Antonio Heluy.
Ocorre que o posicionamento do PT em 2010 só será definido em março, no encontro com a participação de 175 delegados eleitos nas chapas do Processo de Eleições Diretas (PED), realizado em novembro passado.
A eleição de Raimundo Monteiro à presidência do diretório estadual não garante aliança com Roseana. Monteiro tem ligações históricas com o grupo de Washington, mas há muitas resistências dentro da sua própria tendência sobre o apoio ao esquema Sarney.
Além disso, uma aliança com o PT não pode ser construída sob ordens ou notas promissórias emitidas pelo secretário federal de Roseana.
Vários petistas ainda acreditam que a montagem da tática eleitoral requer afinidades programáticas e ideológicas. O sentido da aliança não pode ser a conveniência do pragmatismo. Precisa combinar o vôo eleitoral com o horizonte da transformação.
Não existem combinações partidárias puras. Alianças são feitas também entre siglas diferentes. Após três derrotas nas eleições presidenciais, Lula e o PT aliaram-se ao PL, buscando um extremo ideológico para ganhar a eleição de 2002.
Mas esta aliança não subjugou o Brasil aos interesses neoliberais. As diretrizes econômicas e sociais do governo priorizaram o combate à pobreza, a geração de empregos, a recuperação da economia e a inserção ativa do Brasil no cenário internacional.
No centro das alianças do governo Lula, algumas espúrias, está o comando de inspiração e intenções democráticas e populares.
Estão no governo diferentes partidos, com distintas variáveis ideológicas, mas comungando no essencial de princípios e ações voltadas para o crescimento econômico com inclusão social.
O Brasil está dando certo. Eis o cerne da costura de uma aliança. Em 2010 o PT busca compor uma chapa tendo o PMDB como aliado prioritário. Onde for possível reproduzi-la, assim será feito.
No Maranhão há muitas resistências porque as trajetórias do PT e do PMDB são antagônicas. São diferentes também as pautas, as personagens, o modo de viver e entender o mundo. E, principalmente, o sentido da política.
Não há como misturar os Silva com os Sarney-Murad maranhenses e fazer dessa heterodoxia um governo progressista. É claro que o PT, nesse jogo político, vai no máximo para o banco de reservas.
Melhor é seguir outro caminho. Os petistas iniciaram um “namoro” com o PC do B em 2008, formando chapa com Flavio Dino na disputa pela Prefeitura de São Luís.
A tendência mais forte é repeti-la em 2010, agregando outros partidos, como o PSB. Este é o melhor alinhamento programático e ideológico para o Maranhão.
O PT não deve, em parceria com Roseana, cometer o mesmo erro ao integrar o governo Jackson Lago (PDT) em 2006, quando o partido foi colocado na periferia de uma administração comandada pelo PSDB, da Casa Civil à Secretaria de Educação.
Jackson Lago entregou os cargos estratégicos aos setores mais retrógrados da política maranhense. No PMDB de volta ao trabalho, a oligarquia permanece com outros nomes, mas na mesma essência.
O PT não pode ser a marionete nos dois palcos da oligarquia. Nem Sarney nem Jackson representam os interesses de um governo focado em políticas públicas do campo democrático-popular.
A esquerda tem a oportunidade de construir uma terceira força política no Maranhão em 2010. Esta é a tarefa urgente dos nossos partidos.
Estamos diante de uma responsabilidade histórica: mudar (para melhor) o Maranhão, transformando em primeiro lugar a forma de fazer política para que a política possa ser uma ferramenta de mudança na vida das pessoas.
Aliança é coisa séria. Não será por um decreto de Chiquinho Escórcio que o PT cairá de joelhos aos pés de Sarney. Nem pelas ofertas tucano-pedetistas que os petistas voltarão aos braços de Jackson.
Vamos erguer nossas bandeiras vermelhas, tomar as ruas, soar nosso canto, conquistar as pessoas, ganhar a eleição e governar com responsabilidade.
Esses são os nossos desafios. Dos petistas, comunistas, socialistas e de todos e todas que pretendem um outro Maranhão possível.
Escórcio cobra a repetição da aliança nacional PT-PMDB no Maranhão, intimando Oliveira a assumir publicamente o apoio ao governo estadual. As declarações do secretário são acintosas:
“Ele (Washington) é deputado por causa do apoio de Roseana ao PT. O PT também tem secretários no governo. Ele não pode querer só os bônus, tem que assumir o ônus também. E o ônus é assumir claramente o apoio à aliança PT-PMDB, como quer o presidente Lula”, mandou Escórcio.
Na matéria de D’Eça, o secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), endossa o interesse de compor chapa com o PT, “de forma absoluta e transparente”, deixando em aberto a discussão sobre vagas na chapa majoritária de Roseana Sarney.
Tanto Escórcio quanto Murad afirmam que o PT é beneficiário do governo estadual, referindo-se ao mandato de Washington Oliveira e à Secretaria de Trabalho comandada por José Antonio Heluy.
Ocorre que o posicionamento do PT em 2010 só será definido em março, no encontro com a participação de 175 delegados eleitos nas chapas do Processo de Eleições Diretas (PED), realizado em novembro passado.
A eleição de Raimundo Monteiro à presidência do diretório estadual não garante aliança com Roseana. Monteiro tem ligações históricas com o grupo de Washington, mas há muitas resistências dentro da sua própria tendência sobre o apoio ao esquema Sarney.
Além disso, uma aliança com o PT não pode ser construída sob ordens ou notas promissórias emitidas pelo secretário federal de Roseana.
Vários petistas ainda acreditam que a montagem da tática eleitoral requer afinidades programáticas e ideológicas. O sentido da aliança não pode ser a conveniência do pragmatismo. Precisa combinar o vôo eleitoral com o horizonte da transformação.
Não existem combinações partidárias puras. Alianças são feitas também entre siglas diferentes. Após três derrotas nas eleições presidenciais, Lula e o PT aliaram-se ao PL, buscando um extremo ideológico para ganhar a eleição de 2002.
Mas esta aliança não subjugou o Brasil aos interesses neoliberais. As diretrizes econômicas e sociais do governo priorizaram o combate à pobreza, a geração de empregos, a recuperação da economia e a inserção ativa do Brasil no cenário internacional.
No centro das alianças do governo Lula, algumas espúrias, está o comando de inspiração e intenções democráticas e populares.
Estão no governo diferentes partidos, com distintas variáveis ideológicas, mas comungando no essencial de princípios e ações voltadas para o crescimento econômico com inclusão social.
O Brasil está dando certo. Eis o cerne da costura de uma aliança. Em 2010 o PT busca compor uma chapa tendo o PMDB como aliado prioritário. Onde for possível reproduzi-la, assim será feito.
No Maranhão há muitas resistências porque as trajetórias do PT e do PMDB são antagônicas. São diferentes também as pautas, as personagens, o modo de viver e entender o mundo. E, principalmente, o sentido da política.
Não há como misturar os Silva com os Sarney-Murad maranhenses e fazer dessa heterodoxia um governo progressista. É claro que o PT, nesse jogo político, vai no máximo para o banco de reservas.
Melhor é seguir outro caminho. Os petistas iniciaram um “namoro” com o PC do B em 2008, formando chapa com Flavio Dino na disputa pela Prefeitura de São Luís.
A tendência mais forte é repeti-la em 2010, agregando outros partidos, como o PSB. Este é o melhor alinhamento programático e ideológico para o Maranhão.
O PT não deve, em parceria com Roseana, cometer o mesmo erro ao integrar o governo Jackson Lago (PDT) em 2006, quando o partido foi colocado na periferia de uma administração comandada pelo PSDB, da Casa Civil à Secretaria de Educação.
Jackson Lago entregou os cargos estratégicos aos setores mais retrógrados da política maranhense. No PMDB de volta ao trabalho, a oligarquia permanece com outros nomes, mas na mesma essência.
O PT não pode ser a marionete nos dois palcos da oligarquia. Nem Sarney nem Jackson representam os interesses de um governo focado em políticas públicas do campo democrático-popular.
A esquerda tem a oportunidade de construir uma terceira força política no Maranhão em 2010. Esta é a tarefa urgente dos nossos partidos.
Estamos diante de uma responsabilidade histórica: mudar (para melhor) o Maranhão, transformando em primeiro lugar a forma de fazer política para que a política possa ser uma ferramenta de mudança na vida das pessoas.
Aliança é coisa séria. Não será por um decreto de Chiquinho Escórcio que o PT cairá de joelhos aos pés de Sarney. Nem pelas ofertas tucano-pedetistas que os petistas voltarão aos braços de Jackson.
Vamos erguer nossas bandeiras vermelhas, tomar as ruas, soar nosso canto, conquistar as pessoas, ganhar a eleição e governar com responsabilidade.
Esses são os nossos desafios. Dos petistas, comunistas, socialistas e de todos e todas que pretendem um outro Maranhão possível.
Caro Ed.
ResponderExcluirConte comigo nessa empreitada. Sou mais um soldado me apresentando ao front!
Pela aliança dos setores progressistas, democráticos e de esquerda!
Pela derrota das facções intra-oligárquicas !
Pela mobilização das amplas massas do povo em defesa de um Maranhão desenvolvido, democrático e socialmente justo!
Saudações e parabéns.
Cristiano,
ResponderExcluirQue as nossas vontades sejam realizadas.
Estamos trabalhando para isso.
Grato,
Ed Wilson
amigo Ed, como sempre as sua observações são sábias e coerentes.
ResponderExcluirÉ necessário notar nesse jogo político, que o povo sofrido do Maranhão é que deve ser beneficiado.
atenciosamente,
Caro Beto Nicacio,
ResponderExcluirCreio que um ciclo das oligarquias está se esgotando no Maranhão.
Vamos ver.
Ed Wilson
Professor Ed Wilson, gostaria muito de entrar em contato com o senhor para pedir mais informações à respeito do PT MA, se possível deixe seu email para que eu entre em contato.
ResponderExcluirmeu email é andresonmoreiralima@hotmail.com
Então, duas coisas:
ResponderExcluirhouve nota promissória?
A aliança com o PMDB pode não significar jugo á doutrina neoliberal, como foi PT PL, não?
O que resta de concreto, é que eles estão mandando a fatura, e ainda quero crer professor, que muitos aguerridos na vitória de Monteiro/Washington/..., tenham sido apenas massa de manobra
andreson,
ResponderExcluirmeu email: edwilson_araujo@yahoo.com.br
ed
caro paulo,
ResponderExcluirnota promissória é figura de estilo na escrita. a fatura é política.
com o PMDB o Maranhão não muda, apenas aprofunda as desigualdades.
no PT tem de tudo, até massa de manobra, mas ainda tem muita gente querendo acertar. espero que prosperem.
ed wilson
Ed WILSON QUER enganar quem sempre defendeu sarney.No Ped tu foi sarneysta desde pequeno agora que dá uma de anti-sarney. aonde tu tava na eleição contra roseana da vez passada para governador. nemvi você sendo oposição a roseana e nunca te vi falar mal da branca.
ResponderExcluirquer enganar quem.
daniel
DANIEL,
ResponderExcluirTUA COLOCAÇÃO NEM MERECE RESPOSTA. SEM COMENTÁRIOS.
ED
Caro Edwilson,
ResponderExcluirAo passear pelo teu blog,estacionei no conteúdo quase que profundo desta temática, aliança PT e PMDB no Maranhão,vou tentar ser muito breve, pois acho que entrei na contramão e possivelmente serei multado por que parei neste texto e não avancei para o outro, sem antes comentar este. Sem muitas delongas, o negocio é o seguinte: falamos em libertar o maranhão dessa oligarquia(Sarney)em apenas dois anos(Jackson E cia o PT todo ou parte do todo)não conseguiram responder a esse anseios, pelo contrário dispersaram-se e dizem até que muitos roubaram...e agora o desafio será colocado à mesa mesmo que dissimulado e com mandato tampão para" fortalecimento do PT", os cargos estratégicos e importantes do Gov. Roseana para implementarmos o nosso programa de governo petista, se é que temos programa, a pergunta é: aceitar ou não esta aliança, ser pragmático, quando tu falas da experiência do Lula ou idealista com as suas convicções.
Um abraço,
Caro Furtado,
ResponderExcluirA História já nos mostrou, a partir da experiência com Jackson, que o PT tem de caminhar pela esquerda. Nossa saída em 2010 é com o PC do B, amadurecendo a parceria de 2008.
Com Roseana seremos apagados, humilhados e desmoralizados.
Ed Wilson
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa saída em 2010 é com o PC do B, amadurecendo a parceria de 2008?
ResponderExcluirO PC do B manteve aliança com a própria Roseana, quando o Sr. Marcos Kowarick foi Secretário de Agricultura. E sempre se mantiveram muito próximos. Temos que pensar num grande silogismo, e perceber que as singularidades do Maranhão estão diretamente atreladas à forma de estado brasileira. Desta forma, a própria Dilma, no programa de Roberto Fernandes, acena para seus parceiros fundamentais no Maranhão, Roseana e Flávio Dino. Não se pode esquecer que o "grande projeto nacional do PT" passa pelas mão de Sarney, Michel Temer, e que não há mais processo de reconstrução pela esquerda, quando se fala de PT/ PC do B. NA verdade, a grande aliança nacional é um grande baile dos donos do poder, com uma coloração vermelha. Os que residem, e apostam numa virada à esquerda, somente podem ser, nas palavras vulgares da "esquerda", Pelego da História.
Slavoj Zizek anuncia, em tom forte:
"COM ESSA ESQUERDA, QUEM PRECISA DE DIREITA?"
cordialmente
Adonis Mascarenhas
masc.adonis@uol.com.br