Nesta quarta-feira, 5, tem sessão do Projeto Cinema no Museu, às 19h, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM), na rua do Sol – Centro, com a exibição do coloridíssimo filme “Bem-vindos”, do diretor sueco Lukas Moodysson.
A promoção é do Cineclube Casarão 337 e MHAM, com entrada franca. Leia abaixo um texto do jornalista Eduardo Julio sobre o filme:
CADA UM NA SUA
por Eduardo Júlio *
Se você assistiu a “Os Idiotas”, filme que deflagrou a estética dogma nos anos 90, saiba que “Bem-vindos” é mais interessante, mais engraçado, mais humanista e bem menos idiota.
Dirigido pelo sueco Lukas Moodysson, o longa se passa numa comunidade urbana hippie, na Suécia dos anos 70. Na casa, em meio a pôsters de Che Guevara, Lenin e Mao Tse Tung, convivem comunistas, homossexuais e hippies radicais.
Eles colocam em prática todas as regras ideológicas da época: não comem carne, não consomem produtos norte-americanos e não assistem à televisão. De vez em quando, andam nus e, é claro, praticam meditação e transam à vontade.
A rotina do grupo é quebrada quando aporta no local a pequeno-burguesa Elizabeth, irmã de um dos hippies. Ela e seus dois filhos trazem costumes estranhos ou nocivos à comunidade, o que vai determinar a grande lição do filme: o convívio humano é mais rico e harmonioso em meio à diversidade.
Embora não pertença ao movimento dinamarquês dogma, o diretor Lukas Moodysson utiliza todos os clichês daquela estética debochada e revolucionária - afinal, ele também é escadinavo: câmera na mão, narrativa documentarista e diálogos em excesso.
Até o recurso do zoom, totalmente ultrapassado, está presente com toda naturalidade. Seja bem-vindo espectador!
* Eduardo Julio é jornalista e poeta.
(Trecho da crítica escrita para o jornal O Imparcial em 2002).
A promoção é do Cineclube Casarão 337 e MHAM, com entrada franca. Leia abaixo um texto do jornalista Eduardo Julio sobre o filme:
CADA UM NA SUA
por Eduardo Júlio *
Se você assistiu a “Os Idiotas”, filme que deflagrou a estética dogma nos anos 90, saiba que “Bem-vindos” é mais interessante, mais engraçado, mais humanista e bem menos idiota.
Dirigido pelo sueco Lukas Moodysson, o longa se passa numa comunidade urbana hippie, na Suécia dos anos 70. Na casa, em meio a pôsters de Che Guevara, Lenin e Mao Tse Tung, convivem comunistas, homossexuais e hippies radicais.
Eles colocam em prática todas as regras ideológicas da época: não comem carne, não consomem produtos norte-americanos e não assistem à televisão. De vez em quando, andam nus e, é claro, praticam meditação e transam à vontade.
A rotina do grupo é quebrada quando aporta no local a pequeno-burguesa Elizabeth, irmã de um dos hippies. Ela e seus dois filhos trazem costumes estranhos ou nocivos à comunidade, o que vai determinar a grande lição do filme: o convívio humano é mais rico e harmonioso em meio à diversidade.
Embora não pertença ao movimento dinamarquês dogma, o diretor Lukas Moodysson utiliza todos os clichês daquela estética debochada e revolucionária - afinal, ele também é escadinavo: câmera na mão, narrativa documentarista e diálogos em excesso.
Até o recurso do zoom, totalmente ultrapassado, está presente com toda naturalidade. Seja bem-vindo espectador!
* Eduardo Julio é jornalista e poeta.
(Trecho da crítica escrita para o jornal O Imparcial em 2002).
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