O lançamento da revista Canal.com, ontem à noite, reuniu estudantes e professores da UFMA em um produtivo debate nas instalações do jornal "O Imparcial".
A revista é uma produção de alunos do quinto ao sétimo período, sob orientação da professora Vera Sales, objetivando o exercício jornalístico da pauta à edição.
No quarto número, a revista abordou a produção cultural nos circuitos alternativos de São Luís, em matérias sobre rock, literatura, teatro, dança, arte japonesa, cinema, grafite, música e cartum.
A cerimônia de lançamento foi aberta pelo chefe do departamento de Comunicação Francisco Gonçalves e pela professora Vera Sales. Ambos destacaram o entusiasmo a satisfação pela qualidade editorial da revista, enfatizando o diálogo entre teoria e prática no aprendizado jornalístico.
DEBATE – Na seqüência, uma mesa de debate sobre “Produção cultural independente” reuniu a editora de Cultura de O Imparcial Andréa Gonçalves; o jornalista Zema Ribeiro; a produtora cultural Elizandra Rocha; e o escritor Bruno Azevedo, sob a mediação do músico e estudante de Jornalismo Pedro Venâncio.
O debate focou os mecanismos de financiamento na cadeia produtiva da cultura. Segundo Elizandra Rocha, as leis de incentivo favorecem os bancos privados que se utilizam de recursos públicos – através de deduções fiscais – para apoiar ações culturais.
“Os recursos não saem da iniciativa privada e sim da dedução fiscal, um recurso público”, observou, esclarecendo que as deduções ocorrem nas instâncias federal (Imposto de Renda), estadual (ICMS) e municipal (ISS e IPTU).
De acordo com Rocha, no governo Lula as formas de financiamento passaram por algumas alterações, na gestão do ministro Gilberto Gil, estimulando os fundos de fomento. “Os fundos quebram a mendicância dos produtores culturais junto à iniciativa privada”, esclareceu.
Ela destacou ainda o projeto de lei para criar o Programa de Financiamento da Cultura (Profic), estabelecendo os fundos de fomento que modificam a forma de participação do setor privado. Em vez de deduções fiscais, os empresários colocam recursos diretamente nos mecanismos de financiamento.
O jornalista Zema Ribeiro salientou a abordagem plural da revista e a fuga do padrão acadêmico na redação. Ribeiro lançou um desafio aos estudantes e professores, ao sugerir a divulgação da revista nos bairros da cidade, em lançamentos acompanhados de recitais e discotecagem. “Acho que esse trabalho não se encerra na UFMA ou no auditório de O Imparcial”, provocou Ribeiro.
A editora de Cultura Andrea Gonçalves expôs a política editorial de O Imparcial. “O caderno Impar tem o compromisso de resgatar, descobrir e investigar histórias e memórias culturais”, observou. Para Gonçalves, o principal desafio dos jornalistas da área cultural é ampliar a cobertura.
Ela enumerou ainda outras ações culturais do jornal, como o Cine Impar e o Espaço Impar, ambientes que proporcionam cinema e teatro gratuitos ou a preços populares.
O escritor Bruno Azevedo retomou o debate sobre o financiamento na cadeia produtiva da cultura, discorrendo sobre o conceito de independente como algo artesanal, em que o conteúdo ou a forma dos bens culturais ocorrem fora dos meios hegemônicos.
A antítese dependente cultural “pressupõe uma comercialização e nesse circuito o valor de troca é maior que o valor de uso”, afirmou. Ao criticar as formas de financiamento, Azevedo apontou que as regras de fomento à produção cultural criaram profissionais das leis de incentivo.
Operador do circuito independente, Bruno não refuta o mercado e criticou a exclusividade do Estado nas políticas de financiamento, observando o risco de um aparelhamento ideológico da produção cultural.
“O mercado avaliza o produto. A retirada do setor privado da economia da cultura pode levar a produção cultural a ficar refém do Estado”, mencionou o autor da novela policial “Breganejo Blues”.
Elizandra Rocha treplicou, ao salientar que o financiamento da cultura não pode ser exclusividade do mercado.
O debate ainda renderia muito, mas o adiantado da hora não permitiu. Já passava das 21 badaladas, quando a platéia esperava ansiosamente o coquetel de acompanhamento da revista.
As especulações filosóficas sobre Estado, mercado e cultura devem ficar para o próximo número da Canal.com.
FOTO: A professora Vera Sales com os redatores da revista.
A revista é uma produção de alunos do quinto ao sétimo período, sob orientação da professora Vera Sales, objetivando o exercício jornalístico da pauta à edição.
No quarto número, a revista abordou a produção cultural nos circuitos alternativos de São Luís, em matérias sobre rock, literatura, teatro, dança, arte japonesa, cinema, grafite, música e cartum.
A cerimônia de lançamento foi aberta pelo chefe do departamento de Comunicação Francisco Gonçalves e pela professora Vera Sales. Ambos destacaram o entusiasmo a satisfação pela qualidade editorial da revista, enfatizando o diálogo entre teoria e prática no aprendizado jornalístico.
DEBATE – Na seqüência, uma mesa de debate sobre “Produção cultural independente” reuniu a editora de Cultura de O Imparcial Andréa Gonçalves; o jornalista Zema Ribeiro; a produtora cultural Elizandra Rocha; e o escritor Bruno Azevedo, sob a mediação do músico e estudante de Jornalismo Pedro Venâncio.
O debate focou os mecanismos de financiamento na cadeia produtiva da cultura. Segundo Elizandra Rocha, as leis de incentivo favorecem os bancos privados que se utilizam de recursos públicos – através de deduções fiscais – para apoiar ações culturais.
“Os recursos não saem da iniciativa privada e sim da dedução fiscal, um recurso público”, observou, esclarecendo que as deduções ocorrem nas instâncias federal (Imposto de Renda), estadual (ICMS) e municipal (ISS e IPTU).
De acordo com Rocha, no governo Lula as formas de financiamento passaram por algumas alterações, na gestão do ministro Gilberto Gil, estimulando os fundos de fomento. “Os fundos quebram a mendicância dos produtores culturais junto à iniciativa privada”, esclareceu.
Ela destacou ainda o projeto de lei para criar o Programa de Financiamento da Cultura (Profic), estabelecendo os fundos de fomento que modificam a forma de participação do setor privado. Em vez de deduções fiscais, os empresários colocam recursos diretamente nos mecanismos de financiamento.
O jornalista Zema Ribeiro salientou a abordagem plural da revista e a fuga do padrão acadêmico na redação. Ribeiro lançou um desafio aos estudantes e professores, ao sugerir a divulgação da revista nos bairros da cidade, em lançamentos acompanhados de recitais e discotecagem. “Acho que esse trabalho não se encerra na UFMA ou no auditório de O Imparcial”, provocou Ribeiro.
A editora de Cultura Andrea Gonçalves expôs a política editorial de O Imparcial. “O caderno Impar tem o compromisso de resgatar, descobrir e investigar histórias e memórias culturais”, observou. Para Gonçalves, o principal desafio dos jornalistas da área cultural é ampliar a cobertura.
Ela enumerou ainda outras ações culturais do jornal, como o Cine Impar e o Espaço Impar, ambientes que proporcionam cinema e teatro gratuitos ou a preços populares.
O escritor Bruno Azevedo retomou o debate sobre o financiamento na cadeia produtiva da cultura, discorrendo sobre o conceito de independente como algo artesanal, em que o conteúdo ou a forma dos bens culturais ocorrem fora dos meios hegemônicos.
A antítese dependente cultural “pressupõe uma comercialização e nesse circuito o valor de troca é maior que o valor de uso”, afirmou. Ao criticar as formas de financiamento, Azevedo apontou que as regras de fomento à produção cultural criaram profissionais das leis de incentivo.
Operador do circuito independente, Bruno não refuta o mercado e criticou a exclusividade do Estado nas políticas de financiamento, observando o risco de um aparelhamento ideológico da produção cultural.
“O mercado avaliza o produto. A retirada do setor privado da economia da cultura pode levar a produção cultural a ficar refém do Estado”, mencionou o autor da novela policial “Breganejo Blues”.
Elizandra Rocha treplicou, ao salientar que o financiamento da cultura não pode ser exclusividade do mercado.
O debate ainda renderia muito, mas o adiantado da hora não permitiu. Já passava das 21 badaladas, quando a platéia esperava ansiosamente o coquetel de acompanhamento da revista.
As especulações filosóficas sobre Estado, mercado e cultura devem ficar para o próximo número da Canal.com.
FOTO: A professora Vera Sales com os redatores da revista.
muito bom o trabalho dos colegas... parabéns a todos!!!
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