terça-feira, 21 de setembro de 2010

FRANCISCO GONÇALVES LANÇA “O DISSÍDIO DAS VOZES”

Fruto da tese de doutorado, o livro analisa as práticas discursivas dos principais jornais do Brasil. O lançamento será dia 23 (quinta-feira), às 18h30, no palácio Cristo Rei (praça Gonçalves Dias).

Francisco Gonçalves é chefe do departamento do curso de Comunicação da UFMA. O professor doutor Carlos Agostinho Almeida de Macedo Couto, do mesmo departamento, vai lançar o livro “Estado, mídia e oligarquia: poder público e meios de comunicação como suporte de um projeto político para o Maranhão”

As duas obras integram o programa editorial do Centro de Ciências Sociais da UFMA. Além de Carlos Agostinho e Francisco Gonçalves, mais quatro professores terão livros lançados dia 23.

Veja abaixo a resenha de “O dissídio das vozes”

No momento em que os empresários de comunicação estão em plena campanha contra as propostas democratizantes da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, o Centro de Ciências Sociais da UFMA lança a tese de doutorado do Prof. Francisco Gonçalves da Conceição sobre a racionalização das práticas discursivas dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo e a regulação dos espaços públicos no país.

Na contramão dos estudos que restringem o debate sobre a regulação dos espaços públicos à ação do Estado e à formulação de marco legal, Francisco Gonçalves propõe outro debate a partir da intervenção das empresas de Comunicação no espaço público e das tecnologias discursivas das instituições jornalísticas, exemplo dos manuais de redação e estilo, organizados e publicados a partir dos anos oitenta.

Como parte das disputas que envolveram a formulação, aplicação e publicação dos manuais de redação da Folha, Estado e Globo, que viraram referência para outros jornais e interessados em escrever bem, essas tecnologias discursivas foram classificadas como técnicas de produção de jornal, tentativas de controle da atividade profissional dos jornalistas e como modos de ditar padrões lingüísticos para sociedade.

Sem desconsiderar essas possibilidades, Francisco Gonçalves advoga que os manuais de redação e estilo visam, sobretudo, regular as relações dos jornalistas, fontes e leitores e instituir um lugar de fala para os jornais na sociedade. Deste modo, Francisco Gonçalves expõe a dimensão política dos manuais, obscurecida nos embates entre empresários e profissionais e na apologia da neutralidade da técnica.

A pesquisa do Prof. Francisco Gonçalves apresenta, assim, uma questão fundamental para o debate sobre a democracia e os espaços públicos, instituídos na interação dos jornais diários e impressos com outros agentes sociais: o papel dos gestores da produção da notícia na regulação das vozes da sociedade, constituintes de relações sociais e de espaços públicos, onde os acontecimentos e os entes ganham visibilidade.

A relevância da publicação do livro "O dissídio das vozes" fica evidente quando se considera a pressão crescente dos empresários de comunicação contra qualquer tentativa de regulação pública dos espaços instituídos pela ação da mídia e, ao mesmo tempo, a crescente preocupação desse setor em estabelecer formas privadas de regulação dos espaços midiatizados, a partir do que se denominou chamar de “auto-regulação”.

A auto-regulação - iniciativa tipicamente corporativa, não assegura as condições de liberdade de expressão e não oferece garantias ao direito à Comunicação. Contra o monopólio da auto-regulação, o Prof. Francisco Gonçalves defende a necessidade de se estabelecer formas públicas de regulação dos espaços instituídos pelas mídias, que levem em consideração as especificidades das práticas sociais desse campo.

PREZADO(A) LEITOR(A),
As atualizações do blogue diminuíram porque ainda estou sem acesso a Internet em casa.

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