Luana Barros *
As pessoas constantemente falam em revolução, mudança de princípios e comportamentos, mas ainda deixam-se levar pelo coletivo que direciona sua maneira de ser, pensar e agir. É o que Augusto Cury nomeia em seu livro “Ditadura da Beleza e Revolução das mulheres” como um câncer social.
Andando pelos corredores de um hospital, em Imperatriz, percebia-se nitidamente histórias de vida onde o culto à beleza interfere na vida das pessoas, que ao não se aceitarem como são, recorreram a diversos procedimentos cirúrgicos.
Você deve estar se questionando se é correto ser contra os procedimentos estéticos como a cirurgia plástica. A questão não é ser contra ou a favor, afinal de contas as pessoas são livres para decidirem sobre suas vidas. O que preocupa é o intenso crescimento das cirurgias plásticas e os motivos de sua realização.
Corrigir imperfeições, cuidar da saúde, é algo necessário, mas o imprescindível é saber ponderar decisões e perceber quando a estética está sendo colocada acima da saúde e do bem estar.
Sâmara Jorge, psicóloga e psicoterapeuta de orientação junguiana, afirma que “não é de hoje que somos sistematicamente submetidas a um forte apelo pela valorização da estética. Abrimos as revistas, ligamos a TV, olhamos outdoors pelas ruas e lá estão expostos corpos esquálidos como ideal de perfeição feminina, sem falar do culto à malhação - imagens que pouco refletem os padrões reais da grande maioria da população”.
Com a supervalorização do que a sociedade considera ser o “belo” as pessoas se privam da realidade, de aceitar-se da maneira como são, não conseguem enfrentar e superar sentimentos como frustração, medo, angústias e insegurança.
Casos famosos:
Considerada campeã de temporadas nos centros cirúrgicos, a cantora Gretchen fez ao longo de 23 anos de mudanças corporais mais de dez cirurgias. Dentre as mudanças, ela já fez interferências cirúrgicas no bumbum, nos seios, na barriga, nos braços, rosto, pernas e por aí vai.
Sheyla de Almeida, vulgo Sheyla Hershey, ostenta 3,5 litros de silicone em cada mama e possui o título de maior seio da América Latina. Sheyla ainda pretende bater o recorde mundial, com oito litros de silicone em cada seio. Ela pretende fazer a cirurgia no início do próximo ano.
Ângela Bismarchi, rainha de bateria da Escola de Samba Porto da Pedra, possui uma lista de cirurgias estéticas no corpo que gera dúvidas. Segundo o site oficial de Ângela foram 13. Segundo a Istoé, Ox Bismarchi (ex- marido falecido que era seu cirurgião plástico) executou cerca de 10 e as demais foram resultado de cirurgias do seu atual marido Wagner de Moraes.
Opiniões diversas:
A estudante universitária Luana Carmem Santana da Silva, 22 anos, diz que faria sim uma cirurgia plástica. “Faria apenas a lipoaspiração, por estética. É superficial fazer inúmeras cirurgias e também tem o risco que corremos”, afirma.
“Eu faria uma cirurgia plástica por estética e também por saúde. As duas são válidas. Acredito que as pessoas fazem para se sentir bem, é uma realização pessoal e não uma forma de aceitação para os outros”, afirmou a funcionária pública Francisca Raymara Vale Almeida, 21 anos.
Já a professora Dalvaci Roberto de Medeiros Silva, 43 anos, relata uma experiência que presenciou. “Tenho uma amiga que teve de fazer cirurgia plástica para redução dos seios, porque estava prejudicando sua coluna. Ela realizou a intervenção para melhorar sua saúde”.
No Brasil, em 2004, o levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) registrou 616,2 mil operações estéticas feitas em um ano. De acordo com uma estimativa da organização, o Brasil é o segundo no ranking dos países que mais realizam plásticas no mundo. Só perde para os Estados Unidos.
* Luana Barros (Estudante de Comunicação Social/Jornalismo na UFMA Imperatriz)
As pessoas constantemente falam em revolução, mudança de princípios e comportamentos, mas ainda deixam-se levar pelo coletivo que direciona sua maneira de ser, pensar e agir. É o que Augusto Cury nomeia em seu livro “Ditadura da Beleza e Revolução das mulheres” como um câncer social.
Andando pelos corredores de um hospital, em Imperatriz, percebia-se nitidamente histórias de vida onde o culto à beleza interfere na vida das pessoas, que ao não se aceitarem como são, recorreram a diversos procedimentos cirúrgicos.
Você deve estar se questionando se é correto ser contra os procedimentos estéticos como a cirurgia plástica. A questão não é ser contra ou a favor, afinal de contas as pessoas são livres para decidirem sobre suas vidas. O que preocupa é o intenso crescimento das cirurgias plásticas e os motivos de sua realização.
Corrigir imperfeições, cuidar da saúde, é algo necessário, mas o imprescindível é saber ponderar decisões e perceber quando a estética está sendo colocada acima da saúde e do bem estar.
Sâmara Jorge, psicóloga e psicoterapeuta de orientação junguiana, afirma que “não é de hoje que somos sistematicamente submetidas a um forte apelo pela valorização da estética. Abrimos as revistas, ligamos a TV, olhamos outdoors pelas ruas e lá estão expostos corpos esquálidos como ideal de perfeição feminina, sem falar do culto à malhação - imagens que pouco refletem os padrões reais da grande maioria da população”.
Com a supervalorização do que a sociedade considera ser o “belo” as pessoas se privam da realidade, de aceitar-se da maneira como são, não conseguem enfrentar e superar sentimentos como frustração, medo, angústias e insegurança.
Casos famosos:
Considerada campeã de temporadas nos centros cirúrgicos, a cantora Gretchen fez ao longo de 23 anos de mudanças corporais mais de dez cirurgias. Dentre as mudanças, ela já fez interferências cirúrgicas no bumbum, nos seios, na barriga, nos braços, rosto, pernas e por aí vai.
Sheyla de Almeida, vulgo Sheyla Hershey, ostenta 3,5 litros de silicone em cada mama e possui o título de maior seio da América Latina. Sheyla ainda pretende bater o recorde mundial, com oito litros de silicone em cada seio. Ela pretende fazer a cirurgia no início do próximo ano.
Ângela Bismarchi, rainha de bateria da Escola de Samba Porto da Pedra, possui uma lista de cirurgias estéticas no corpo que gera dúvidas. Segundo o site oficial de Ângela foram 13. Segundo a Istoé, Ox Bismarchi (ex- marido falecido que era seu cirurgião plástico) executou cerca de 10 e as demais foram resultado de cirurgias do seu atual marido Wagner de Moraes.
Opiniões diversas:
A estudante universitária Luana Carmem Santana da Silva, 22 anos, diz que faria sim uma cirurgia plástica. “Faria apenas a lipoaspiração, por estética. É superficial fazer inúmeras cirurgias e também tem o risco que corremos”, afirma.
“Eu faria uma cirurgia plástica por estética e também por saúde. As duas são válidas. Acredito que as pessoas fazem para se sentir bem, é uma realização pessoal e não uma forma de aceitação para os outros”, afirmou a funcionária pública Francisca Raymara Vale Almeida, 21 anos.
Já a professora Dalvaci Roberto de Medeiros Silva, 43 anos, relata uma experiência que presenciou. “Tenho uma amiga que teve de fazer cirurgia plástica para redução dos seios, porque estava prejudicando sua coluna. Ela realizou a intervenção para melhorar sua saúde”.
No Brasil, em 2004, o levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) registrou 616,2 mil operações estéticas feitas em um ano. De acordo com uma estimativa da organização, o Brasil é o segundo no ranking dos países que mais realizam plásticas no mundo. Só perde para os Estados Unidos.
* Luana Barros (Estudante de Comunicação Social/Jornalismo na UFMA Imperatriz)
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