domingo, 6 de fevereiro de 2011

INVESTIMENTOS FEDERAIS NO MARANHÃO E ESPECULAÇÕES SOBRE 2014

Se o governo Dilma Roussef (PT) cumprir o prometido na campanha eleitoral, melhorando a era Lula, os próximos quatro anos serão de boa colheita no Brasil.

Nos oito anos de Lula foram plantadas e regadas sementes de desenvolvimento que só serão colhidas nos indicadores de 2012 em diante. Caso Dilma cumpra os acordos, os números do Brasil tendem a melhorar.

Ai mora o perigo. No Maranhão, o grupo liderado pelo senador José Sarney (PMDB) vai apropriar-se dos investimentos do governo federal e maqueá-los no relatório final do mandato de Roseana Sarney (PMDB).

Assim, o “melhor governo da minha vida”, que não passa de uma frase de efeito, pode chegar ao fim melhorado com os cosméticos de Lula-Dilma.

Analisemos, por exemplo, as entrevistas e releases da Superintendência do BNB no Maranhão, fartamente divulgados durante a semana passada.

Segundo o material distribuído na imprensa, em 2010 a superintendência do Banco do Nordeste (BNB) no Maranhão fez investimentos de R$ 1,8 bilhão, em aproximadamente 257 mil operações de crédito na economia maranhense.

Ainda é pouco, mas parece muito, diante da realidade miserável do Maranhão.

O BNB faz um trabalho de formiguinha pouco perceptível. Em 2008, o editor deste blogue produziu duas reportagens no município de Imperatriz relacionadas aos programas de microcrédito do banco.

Os textos destacavam as operações do BNB através do programa Crediamigo, destinado a microempreendedores. Um dos setores beneficiados foi o comércio informal de alimentos, na área das Quatro Bocas, famoso ponto de venda de comidas em Imperatriz.

As paneleiras (mulheres que fazem e vendem comida pronta) conseguiram melhorar o visual dos carrinhos de alimentos e renovar a prataria a partir dos financiamentos obtidos no BNB, via Crediamigo.

Outro beneficiário do Credamigo, o vendedor de peixe André de Sousa Lima, morador do Parque Alvorada II, em Imperatriz, venceu o 5º Prêmio BNB de Microcrédito em 2008.

André Lima começou a retirar pequenos empréstimos no BNB, desde 2004, para incrementar a sua venda de peixe. Foi renovando o financiamento por 13 vezes, comprou uma moto para facilitar as entregas e seguiu melhorando o micronegócio familiar.

PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS

Na linha do BNB, as outras instituições financeiras federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco da Amazônia) tiveram um papel importante na ativação da economia nacional, influindo positivamente também nos grotões do Brasil.

Desmontados durante a era FHC (1998 a 2002), os bancos públicos foram redirecionados nos dois mandatos de Lula (2003 a 2010), passando a investir em moradia popular (Caixa), crédito rural (Bando do Brasil) e desenvolvimento regional (BNB e Banco da Amazônia).

O pequeno recorte do BNB no Maranhão, focado nas paneleiras e no peixeiro, serve para mostrar como os investimentos pequenos geram lucro aos bancos e ativam a microeconomia.

No Maranhão miserável essas pequenas quantias dos bancos, acessadas pelos pobres, são quase um milagre econômico.

ROSEANA DE CARONA

O governo de Roseana Sarney, fundado na pirotecnia midiática e slogans sem nenhum efeito prático na melhoria de vida dos maranhenses, vai pegar a carona de Lula-Dilma em 2014.

Os números do Brasil, se melhorarem conforme o prometido, serão apropriados pelo Palácio dos Leões. Nesse rumo, Sarney e companhia ainda serão fortes em 2014. Uma pena para o povo do Maranhão.

O Maranhão poderia crescer muito mais se tivesse no Palácio dos Leões um governo realmente afinado com as políticas públicas de desenvolvimento nacional e local. Esse projeto foi bem representado pela candidatura de Flávio Dino (PC do B), em 2010.

Roseana vai ficar só esperando Dilma trabalhar para usufruir dos resultados.

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