domingo, 26 de junho de 2011

PROBLEMA DA ÁGUA PASSA AO LARGO DA POLÍTICA

Poucos políticos no Maranhão, à esquerda ou à direita, manifestam interesse na situação da água. O rio Itapecuru passa por sérios problemas de poluição e assoreamento. Em São Luís, o quadro é dramático.

Com o Sistema Italuís estrangulado, a única alternativa mais consistente para abastecer a população da capital é o Parque Estadual do Bacanga (PEB), onde ficam localizados a Estação de Tratamento do Sacavém, os poços alternativos da Caema e o reservatório do Batatã.

O parque não tem delimitação nem sinalização, está tomado em parte por ocupações desordenadas e animais. Localizado no centro da ilha de São Luís, o PEB é uma área estratégica para a captura de água da chuva e formação dos lençóis freáticos. De lá são retirados cerca de 20% da água consumida na capital.

Enquanto as cidades civilizadas, como Porto Alegre, tentam ofertar água tratada a 100 % da população, São Luís vive o racionamento permanente.

Esse cenário medieval, típico do Maranhão, é mais uma demonstração da falta de vontade política de sucessivos governos com a qualidade de vida da população.

O Maranhão não teve, ao longo dos últimos 40 anos, qualquer indício de uma política de recursos hídricos. As imagens da água jorrando no Italuís destruído repetem-se todos os anos e nada é feito.

Há uma promessa infinita de duplicação do Sistema Italuís. Promessas tão vazias quanto a duplicação da BR-135, a revolução na educação, os grandes investimento no Maranhão, a geração de milhares de empregos etc.

Na periferia de São Luís, o povo consegue água de poços artesianos sem qualquer controle de qualidade, vendida por carros-pipa ou carroças. Nas campanhas eleitorais, quase nada é debatido sobre o rio Itapecuru ou o Parque do Bacanga.

A Caema, agora sob o comando de Ricardo Murad, precisa de 1 bilhão e 600 milhões para duplicar o Italuis e fazer as estações de tratamento.

Enquanto isso, o povo do Maranhão já castigado pela fome e o analfabetismo, sofre também com a falta d'água. Antes de qualquer coisa, água é um alimento. E o povo do Maranhão, na seca, computa mais um indicador do subdesenvolvimento.

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