Um grupo de play boys agrediu fisicamente um motorista (veja no link: http://imirante.globo.com/noticias/2011/08/05/pagina281385.shtml). Mais que isso, os rapazes bombados debocharam das câmeras e ironizaram as testemunhas do episódio. Ao final de tudo, saíram festejando.
O episódio não é um fato isolado. Sobre os buracos e esgotos das ruas de São Luís transitam motoristas estressados com o abandono da cidade. Pior: o perfil dos moradores da cidade mudou drasticamente.
A figura do ilhéu pacato, acolhedor e gentil foi substituída por uma horda de bárbaros vindos de todos os lados. Gente mal encarada e gente de boa feição, mas com algo em comum: a falta de educação.
A cidade suja, ora lamacenta ora empoeirada, cheia de crateras e lixo por todos os lados, dialoga com um novo tipo de motorista na capital, qua joga o lixo do carro na rua, põe o som do forró a todo volume e não respeita as regras mínimas da civilidade.
Mas, que regras? São Luís regrediu a um estágio pré-político, onde não há lei nem ordem. É a terra onde qualquer coisa é permitida. Estamos na guerra de todos contra todos.
A cidade está invadida por caminhonetes de agroboys, tocando um forró insuportável, por onde passam jogando garrafas e plásticos pelas janelas dos carros, ultrapassando os sinais e as faixas de pedestre.
A cidade do CAOStelo é uma fábrica de fazer pessoas boas ficarem indiferentes e transformar os seres ruins em algo pior, animalesco, brutal. É o que se vê nas imagens acima.
São Luís está tomada por uma cultura do abandono, do caos extremado, em todos os lugares: da periferia aos bairros nobres.
O Centro Histórico, por exemplo, virou point de viciados degradados, "hippies" fora de época, pedintes e delinquentes de todos os tipos.
Os bairros mais afastados não têm qualquer estrutura para abrigar os moradores. Sem praças nem parques, a única diversão é beber e dirigir depois.
As praias também estão dominadas pelos carros de som, esgotos e mau atendimento dos bares. São Luís virou uma grande favela. E cada dia tem mais gente como essa que agrediu Alvaro Junior.
Ed Wilson, muito bom o texto. Contundente demais, mas é pura verdade. Compartilho com você a angústia com a tragédia que desfigurou São Luís. Gente estúpida e sem o mínimo de educação se reflete na classe política que administra atualmente a cidade e vice-versa.
ResponderExcluirAbs,
Um retrato que lembra a europa do pós-guerra. Mas é mais ou menos isso que vivemos, se não um pós-guerra, mas uma guerra psicológica, onde o cidadão se dabate dentro de si mesmo. Num momento quando os pensadores buscam a compreensão pelas diferenças, aqui na ilha (nossa realidade)a incompreensão, o isolamento, o descaso,o atraso, a pestilência... são substantivos (ou conceitos) com os quais deparamos todas as manhãs. A impressão que tenho é que o Brasil segue seu rumo, embora aos trancos e barrancos, mas o Maranhão regride; aqui só o negativo da civilização exacerbada se computa; só nos sobra a parte ruim, estamos naufragando, estamos a deriva, parece que se instituiu a cultura do salve-se quem puder!
ResponderExcluirGerald...