terça-feira, 22 de maio de 2012

GREVE DOS PROFESSORES DA UFMA EM IMPERATRIZ TEM ADESÃO DE 90% DOS CURSOS


Dos nove cursos do campus II, em Imperatriz, oito já aderiram à greve nacional dos professores das universidades federais. Decidiram paralisar as atividades os docentes de Engenharia de Alimentos, Enfermagem, Comunicação/Jornalismo, Pedagogia, Ciências Contábeis e as três Licenciaturas. Apenas o curso de Direito ainda não tomou decisão.

O início da greve em Imperatriz teve a participação do diretor de Relações Sindicais da Associação dos Professores (Apruma) Ariel Costa. A paralisação foi deflagrada ontem 21, pela manhã, com reuniões em vários cursos, seguida de mobilização pelos corredores do campus.

Segundo estimativas do Andes – Sindicato Nacional 42 universidades já paralisaram, do total de 62 instituições federais de ensino superior. Um dos motivos da greve é o não cumprimento do acordo celebrado em 2011, com o governo federal, que previa um reajuste de 4%, incorporação de gratificações e a instalação de um grupo de trabalho para concluir um projeto de carreira docente até 31 de março de 2012.

O governo não cumpriu o acordo e somente em maio/2012 editou uma medida provisória concedendo reajuste de 4%, quando os professores já indicavam a greve. A posição do governo Dilma Roussef (PT), ao tentar atender parte das reivindicações de última hora, só aumentou a indignação da categoria.

Ocupação

No final da tarde de ontem 21 os professores de Imperatriz (foto) realizaram assembléia e montaram o comando de greve com um representante de cada curso. O comando vai organizar as atividades de ocupação do campus durante a paralisação.

Durante a assembléia surgiram propostas de fazer, durante a paralisação, atividades como exposição de trabalhos científicos de estudantes e professores, mostra de cinema e palestras.

“Nosso ato político é não dar aula, mas devemos permanecer no campus durante a greve, realizando outras atividades”, destacou a coordenadora do Curso de Comunicação/Jornalismo Roseane Arcanjo.

Para o professor Marcos Fábio, integrante do comando de greve, as atividades visam ocupar o campus e sensibilizar os pais de alunos e a comunidade sobre a importância do movimento. “Precisamos ter a comunidade a favor da greve”, afirmou Fábio.

Após a assembléia os professores percorreram as salas de aula do campus, onde ainda havia aulas no curso de Direito, para fazer panfletagem e sensibilizar os estudantes e professores sobre a greve.

A caminhada pelo campus, acompanhada de carro de som, teve o apoio dos estudantes de centros acadêmicos (CÃS) que apóiam a greve. As organizações estudantis vão realizar uma manifestação e passeata sexta-feira, às 16h30, em defesa da universidade pública, saindo co campus em direção à praça de Fátima, no centro de Imperatriz, onde será realizado um ato público.

De sala em sala, os grevistas argumentaram sobre a pauta de reivindicações, acentuando a necessidade dos ajustes na carreira docente, reajuste salarial e defesa da educação e previdência pública. Veja abaixo as pautas (nacional e local) dos professores.

Pauta Nacional do Andes-SN/MEC

Carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre níveis a partir do piso correspondente ao salário mínimo do Dieese/20h (atualmente em R$ 2.398,82), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho;

Pauta Local (Apruma-MA/UFMA)

- Que sejam estabelecidos limites do número de alunos por turma (a ser definido por cada departamento acadêmico e Colun) e de horas-aula (máximo de 12h, para contratados de 40h);

- Que a ampliação e reformas na estrutura física sejam planejadas de forma a atender as necessidades e especificidades de cada curso;

- Garantir gabinetes climatizados em número suficiente para os professores;

- Concurso público para contratação de professores e técnicos administrativos para garantir a qualidade do ensino;

- Pela autonomia das Unidades Acadêmicas;

- Pela manutenção dos dois períodos letivos regulares (acabar com os períodos especiais);

- Discutir com a comunidade acadêmica critérios para abertura de novos campi e/ou Centros Acadêmicos;

- Distribuição de Recursos Financeiros entre os Centros (unidades acadêmicas) de forma democrática e transparente (contra a “política do balcão”);

- Pela construção democrática do Plano de Desenvolvimento Institucional;

- Revogar a resolução que prevê pagamento de inscrição na pós-graduação e acabar com todas as formas de privatização na UFMA;

- Fim das fundações de apoio;

- Ampliar o debate sobre os cursos de Educação a Distância (EAD);

- Instalação de uma estatuinte que permita uma discussão democrática da estrutura e gestão da UFMA;

- Eleição direta e paritária para todos os níveis (reitor, diretor de centro, chefias de departamento e coordenação de curso, inclusive para o Colégio Universitário);

- Autonomia do Hospital Universitário;

- Não aprovação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares pelo Consun (Conselho Universitário).

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