Dos nove cursos do campus II, em Imperatriz, oito já
aderiram à greve nacional dos professores das universidades federais. Decidiram
paralisar as atividades os docentes de Engenharia de Alimentos, Enfermagem,
Comunicação/Jornalismo, Pedagogia, Ciências Contábeis e as três Licenciaturas. Apenas
o curso de Direito ainda não tomou decisão.
O início da greve em Imperatriz teve a participação do
diretor de Relações Sindicais da Associação dos Professores (Apruma) Ariel Costa.
A paralisação foi deflagrada ontem 21, pela manhã, com reuniões em vários
cursos, seguida de mobilização pelos corredores do campus.
Segundo estimativas do Andes – Sindicato Nacional 42
universidades já paralisaram, do total de 62 instituições federais de ensino
superior. Um dos motivos da greve é o não cumprimento do acordo celebrado em
2011, com o governo federal, que previa um reajuste de 4%, incorporação de
gratificações e a instalação de um grupo de trabalho para concluir um projeto
de carreira docente até 31 de março de 2012.
O governo não cumpriu o acordo e somente em maio/2012 editou
uma medida provisória concedendo reajuste de 4%, quando os professores já
indicavam a greve. A posição do governo Dilma Roussef (PT), ao tentar atender
parte das reivindicações de última hora, só aumentou a indignação da categoria.
Ocupação
No final da tarde de ontem 21 os professores de Imperatriz (foto)
realizaram assembléia e montaram o comando de greve com um representante de
cada curso. O comando vai organizar as atividades de ocupação do campus durante
a paralisação.
Durante a assembléia surgiram propostas de fazer, durante a
paralisação, atividades como exposição de trabalhos científicos de estudantes e
professores, mostra de cinema e palestras.
“Nosso ato político é não dar aula, mas devemos permanecer
no campus durante a greve, realizando outras atividades”, destacou a
coordenadora do Curso de Comunicação/Jornalismo Roseane Arcanjo.
Para o professor Marcos Fábio, integrante do comando de
greve, as atividades visam ocupar o campus e sensibilizar os pais de alunos e a
comunidade sobre a importância do movimento. “Precisamos ter a comunidade a
favor da greve”, afirmou Fábio.
Após a assembléia os professores percorreram as salas de
aula do campus, onde ainda havia aulas no curso de Direito, para fazer
panfletagem e sensibilizar os estudantes e professores sobre a greve.
A caminhada pelo campus, acompanhada de carro de som, teve o
apoio dos estudantes de centros acadêmicos (CÃS) que apóiam a greve. As
organizações estudantis vão realizar uma manifestação e passeata sexta-feira,
às 16h30, em defesa da universidade pública, saindo co campus em direção à
praça de Fátima, no centro de Imperatriz, onde será realizado um ato público.
De sala em sala, os grevistas argumentaram sobre a pauta de
reivindicações, acentuando a necessidade dos ajustes na carreira docente,
reajuste salarial e defesa da educação e previdência pública. Veja abaixo as
pautas (nacional e local) dos professores.
Pauta Nacional do Andes-SN/MEC
Carreira única com incorporação das gratificações em 13
níveis remuneratórios, com variação de 5% entre níveis a partir do piso
correspondente ao salário mínimo do Dieese/20h (atualmente em R$ 2.398,82), e
percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho;
Pauta Local (Apruma-MA/UFMA)
- Que sejam estabelecidos limites do número de alunos por
turma (a ser definido por cada departamento acadêmico e Colun) e de horas-aula
(máximo de 12h, para contratados de 40h);
- Que a ampliação e reformas na estrutura física sejam
planejadas de forma a atender as necessidades e especificidades de cada curso;
- Garantir gabinetes climatizados em número suficiente para
os professores;
- Concurso público para contratação de professores e
técnicos administrativos para garantir a qualidade do ensino;
- Pela autonomia das Unidades Acadêmicas;
- Pela manutenção dos dois períodos letivos regulares
(acabar com os períodos especiais);
- Discutir com a comunidade acadêmica critérios para
abertura de novos campi e/ou Centros Acadêmicos;
- Distribuição de Recursos Financeiros entre os Centros
(unidades acadêmicas) de forma democrática e transparente (contra a “política
do balcão”);
- Pela construção democrática do Plano de Desenvolvimento
Institucional;
- Revogar a resolução que prevê pagamento de inscrição na
pós-graduação e acabar com todas as formas de privatização na UFMA;
- Fim das fundações de apoio;
- Ampliar o debate sobre os cursos de Educação a Distância
(EAD);
- Instalação de uma estatuinte que permita uma discussão
democrática da estrutura e gestão da UFMA;
- Eleição direta e paritária para todos os níveis (reitor,
diretor de centro, chefias de departamento e coordenação de curso, inclusive
para o Colégio Universitário);
- Autonomia do Hospital Universitário;
- Não aprovação da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares pelo Consun (Conselho Universitário).
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