sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PARA ONDE VAI JOSÉ REINALDO TAVARES?

José Reinaldo e Flavio Dino: amigos para sempre?

É incerto o futuro político do ex-governador José Reinaldo Tavares. No começo a disputa de 2012 ele estava alinhado ao projeto de Flavio Dino (PCdoB), que montou o grupo de quatro candidatos para escolher o adversário de João Castelo (PSDB).

No meio do caminho Zé Reinaldo abandonou o barco dinista e, subitamente, foi nomeado para um dos cargos mais importantes na gestão de João Castelo – secretário de governo, algo equivalente a chefe da Casa Civil nas instâncias estadual e federal.

Zé Reinaldo passou a ser figura de proa da nau castelista, mas acabou naufragando com o tucano. E não foi só isso. Reinaldo foi decapitado do PSB, através de uma operação meticulosa que entregou o partido a Roberto Rocha, vice de Edivaldo Holanda Junior (PTC).

Sem o controle de nenhuma máquina partidária e derrotado junto com Castelo, a situação de Reinaldo é delicada.

Desde que rompeu com o grupo Sarney, em 2003, Tavares passou a ser visto como o grande estrategista que deu a vitória a Jackson Lago (PDT) em 2006.

Mas a vingança de Sarney foi feroz, submetendo o ex-aliado à humilhação de ser preso e algemado na Operação Navalha, em 2008, acusado de fraude em licitações de obras públicas.
De camisa azul, José Reinaldo foi algemado pela PF na Operação Navalha
Candidato a senador em 2010, Reinaldo perdeu de novo, atribuindo parte da derrota à candidatura paralela de Roberto Rocha, supostamente combinada nos subterrâneos do sarneísmo para rachar os votos da oposição e entregar as duas vagas do Senado aos peemedebistas Edison Lobão e João Alberto.

Para completar, o próprio Reinaldo cometeu um erro ao ingressar no governo Castelo em 2012. Agora, sem partido nem mandato, a ele só resta um realinhamento ao grupo de Flavio Dino, visando à eleição de 2014 para o governo.

Nas condições atuais, Tavares não tem cacife para ser general. Deve retornar à oposição como tenente ou sargento, mas nunca soldado raso.

Porém, pode ser que no desenrolar da conjuntura o ex-governador seja percebido como peça importante em 2014, na chapa majoritária, podendo ser candidato a senador novamente.

Tudo vai depender da generosidade dos aliados. Mas como assim aliados?

Nos seus artigos das terças-feiras, no Jornal Pequeno, Reinaldo avaliou que o melhor para Flavio Dino seria a derrota de Edivaldo Holanda Junior.

José Reinaldo escreveu assim, em 23 de outubro de 2012:

Flávio Dino vai enfrentar um grande risco, principalmente se o seu candidato vencer, porque, com a paralização (sic) das obras e atividades em execução, e sob o bombardeio do Sistema Mirante, que o culparão de tudo de ruim... Por isso, tal a sua exposição, indesmentível junto ao seu candidato, poderá ter que enfrentar grandes prejuízos em 2014. E ver crescer uma grande rejeição. Talvez para ele fosse melhor perder agora...

Edivaldo Holanda Junior ganhou a eleição. Dois dias depois de proclamado o resultado, Reinaldo voltou à carga em novo texto, dessa vez dando os parabéns à gestão do prefeito João Castelo.

Assim falava José Reinaldo em 30 de outubro de 2012:

... não há como negar que João Castelo foi um grande prefeito. Quem conhece o trabalho realizado deve reconhecer que há muito tempo não tínhamos uma transformação tão grande na cidade e um prefeito que lutou para modernizar a capital e fez um trabalho tão importante...


Esses artigos devem estar guardados nos arquivos especiais de Flavio Dino, quando 2014 chegar.

De alguma forma, depois de tantos sacrifícios pela oposição, dá pena ver José Reinaldo como se fosse um cachorro que caiu do caminhão da mudança no meio do caminho.

Um comentário:

  1. Lendo o artigo do Zé Reinaldo Tavares, parece que existe uma São luis que não conheço, acho que ele quando elogia a gestão do Castelo pode esta se confundindo com outra cidade.É hilárico esse artigo. Um abraço.
    Nelsinho

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