Aumenta a responsabilidade da Polícia Federal, do Banco
Central e do Ministério Público para investigar os empréstimos operados com
suspeita de fraude por uma gerente do Bradesco na Câmara de Vereadores de São
Luís.
Os entes fiscalizadores e a Justiça não podem silenciar
diante da gravidade dos indícios de um esquema de agiotagem praticada por um
banco “renomado” junto a uma casa legislativa.
Toda a sociedade deve ficar vigilante e cobrar a
investigação, porque a esmagadora maioria dos vereadores não está interessada
em revelar nada sobre os empréstimos.
O caso só veio à tona devido às disputas internas em torno
da eleição da mesa diretora da Câmara. Um grupo que se sente prejudicado no
controle da casa resolveu detonar a bastilha de Isaías Pereirinha (PSL), dono
de quatro mandatos de presidente do Legislativo municipal.
Pereirinha tirou licença e tornou Astro de Ogum (PMN) presidente
interino, com a ordem de fazê-lo presidente. Inconformado com a manobra, o
grupo dissidente vazou na mídia o esquema dos empréstimos.
A Câmara é tratada como negócio privado de Pereirinha, líder
dos suspeitos no esquema da gerente do Bradesco, Raimunda Celia, que está
foragida.
BOMBA NO BARRETO, 400 MIL E JOIAS
Ogum está no quarto mandato de vereador e sua vida está
marcada por situações inusitadas de violência, envolvendo atentado a bomba,
roubo de jóias avaliadas em R$ 1 milhão e dinheiro (R$ 400 mil).
Em março de 2006, uma bomba lançada contra a casa do
vereador destruiu quase totalmente o andar superior da residência, mas ele
escapou sem ferimentos.
A bomba não era para matar, apenas para assustar.
O vereador não se feriu nem morreu com a bomba, mas quase
morreu de raiva quando levaram cerca de R$ 400 mil e mais R$ 1 milhão em jóias, no
mirabolante assalto à casa do Barreto.
A façanha ocorreu em 2012, praticada por oito homens fortemente
armados, que pareciam conhecer os segredos da residência.
A quadrilha foi presa e, segundo as investigações,
revelou-se que pelo menos um dos marginais havia sido motorista do vereador e
tinha trânsito pela casa do Barreto.
AMEAÇAS
Recentemente, Ogum disse (e depois negou!) que o ameaçaram
de morte porque ele estaria fazendo um levantamento da lista de funcionários da
Câmara.
A lista de servidores e contratos precários no Legislativo
de São Luís é um dos maiores segredos do Maranhão.
E uma das hipóteses de investigação aponta para os
empréstimos feitos em nome de funcionários fantasmas.
Há muitos indícios. Só falta o Ministério Público e a
Polícia entrarem em ação.
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