A seleção brasileira viverá um novo momento na reta final da Copa. Em que pese o impacto da perda do seu mais importante jogador, a equipe pode recuperar o sentido coletivo do futebol.
O time perde o herói, mas tem a chance de se refazer, tornando o jogo mais coletivo e independente de um salvador da pátria.
A saída de Neymar tem um efeito pedagódico. Sem o salvador da pátria, cada jogador passa a assumir a responsabilidade pelo desempenho do time.
O excesso de estrelismo atribuído a Neymar estava, de certo modo, inibindo o espírito coletivo da seleção.
Todos estavam à mercê de uma jogada mágica do herói, o único capaz de resolver o jogo, coroado com a bajulação de Galvão Bueno.
Todo esse glamour em torno de Neymar acabou inibindo o brilho dos outros, transformando os jogos da seleção em apresentações medíocres, apesar de vitoriosas.
O futebol é uma narrativa. A seleção brasileira perdeu o herói hollywoodiano e, quem sabe, pode ganhar o espírito coletivo do cinema russo de Eisenstein.
Que a seleção ganhe a Copa e o Brasil vença a corrupção e a desigualdade.
Independente do resultado, mantemos nossa indignação com os gastos excessivos nos estádios e o luxo dos jogadores. Neymar ganhou R$ 1,5 milhão para usar um óculos promocional.
Além disso, teve tratamento privilegiado, transporte de helicóptero e uma atenção médica muito distante da realidade dos brasileiros no SUS ou em planos de saúde.
Torcemos pela sua recuperação.
No mais, a seleção brasileira tem a OBRIGAÇÃO de ganhar a Copa. Está jogando em casa, tem o apoio da torcida, os jogadores são bilionários e vivem nababescamente, com luxo, requinte e todas as mordomias do mundo.
O mínimo que podem fazer é levantar a taça. Se perderem, será uma falta de respeito e uma agressão aos brasileiros.
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