A UEMA está prestes a ingressar na consulta para a formação
da lista tríplice, de onde sairão o novo reitor e vice.
Em uma carta distribuída à comunidade universitária e ao
conjunto da sociedade maranhense, os professores doutores José Ribamar Gusmão
Araujo e João Coelho Silva Filho (foto) expõem uma radiografia estarrecedora da UEMA.
Você pode ler a carta completa AQUI.
Em resumo, segundo o texto, a UEMA é administrada como
sucursal dos interesses e práticas oligárquicas no Maranhão. Basta olhar para
os ex-reitores Waldir Maranhão e Cesar Pires, transformados em deputados sem
qualquer sentido ao parlamento.
Nos últimos 20 anos, diz a oposição, “os gestores da UEMA
têm conduzido a Instituição na mesma cartilha voltada para expansão territorial
(abertura de campi deficitários ao sabor dos interesses políticos), do uso
político (palanque para pretensos candidatos a deputado), do clientelismo, da
centralização administrativa, da falta de autonomia financeira, do grande fosso
salarial entre docentes e técnico-administrativos, da não aprovação de um plano
de carreiras e salários específico para os técnico-administrativos,
engessamento da carreira docente, carência de projetos estruturantes, inversão
de prioridades nas questões de ensino, tímida evolução da pós-graduação stricto
sensu, falta de política de assistência aos discentes e da falta de
transparência na aplicação de recursos do orçamento e de convênios.”
Ou seja, a UEMA é o espelho dos desmandos políticos e
administrativos da oligarquia. Para manter essa situação, o processo eleitoral
foi antecipado e os prazos de campanha reduzidos.
Em 2010, as eleições foram convocadas para o dia 24 de
novembro. Estranhamente, em 2014, a consulta será realizada em 25 de agosto de
2014, sem qualquer justificativa.
Tudo indica que essas medidas antecipatórias foram tomadas com o objetivo
de formar a lista tríplice ainda em 2014, para que o reitor seja escolhido pela
governadora Roseana Sarney (PMDB).
A convocação apressada se deu no recesso das aulas, com os campi
esvaziados, desmobilizando todo o interesse pelo momento mais importante da
UEMA – a definição da nova administração.
Além de tudo isso, segundo a carta da oposição, “pairam
nebulosas também as reais listas dos votantes na UEMA, sempre questionadas
pelos outros candidatos, além das várias centenas de cargos comissionados com
“direito a voto”.
Segundo a carta, todo o processo eleitoral pode estar
comprometido pela forma como está sendo conduzido pela atual administração, de
forma autoritária e sem transparência, prática herdada das gestões anteriores,
conforme denuncia a oposição: “Destaca-se que ainda hoje o CONSUN e os demais
Conselhos Superiores – CEPE (ensino, pesquisa e extensão) e CAD (administração)
- funcionam e decidem sem representação estudantil – maior segmento e razão de
ser da Instituição.”
Neste blogue, por diversas vezes, reconhecemos o mérito dos
bons e dedicados professores, técnicos administrativos e estudantes da UEMA. Se
não fosse por eles, a instituição poderia estar pior.
Uma eleição de reitor e vice não é só a disputa por um cargo
central e a distribuição das estruturas administrativas entre amigos e
apoiadores.
A UEMA tem um papel fundamental no desenvolvimento do
Maranhão, na formação profissional em áreas estratégicas para impulsionar o
ensino, a pesquisa e a extensão, motivando o agenciamento dos arranjos
produtivos para a geração de emprego e renda.
No cenário de alternância de poder no Maranhão, é
fundamental que a UEMA tenha uma nova direção. Do jeito que está, será mais uma
vez um quintal dos interesses da oligarquia.
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