Eram pouco mais de 22 horas quando o governador eleito do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), chegou em carreata à praça Maria Aragão, ontem (5), para o pronunciamento final da campanha.
Dino iniciou o discurso com frases emblemáticas. “Está
proclamada a república no Maranhão. Não tem rei, não tem coronel, não tem
oligarquia”, frisou.
O eleito classificou a vitória como uma mensagem ao Brasil,
refutando o estigma de que o Maranhão é a “terra de Sarney”.
Sobre o futuro, disse estar convicto da responsabilidade de
governar. “Mudar não é mudar só os governantes, é mudar a vida do povo, fazer
com que o dinheiro público chegue à casa das pessoas, é administrar com
honestidade”, destacou.
O discurso sublinhou alguns sinais da postura do próximo
governo, dotado de comando e liderança clara dada pelos sonhos do povo. “Garanto
que nós estamos virando a página do passado”, enfatizou.
No palanque apertado de tantos apoiadores, destacavam-se
antigos e novos parlamentares, assessores e, também, bajuladores.
O deputado estadual eleito Josimar de Maranhãozinho (PR), campeão
de votos com quase 100 mil digitadas, era um dos mais entusiasmados.
PAZ COM OS ADVERSÁRIOS
Flavio recuperou os momentos difíceis de campanha, quando
estava sob ataque dos adversários e viajava pelas cidades, onde sempre era
acolhido pela população.
O governador eleito também mandou um recado para a família Sarney.
“Eu não sei para onde vão aqueles que nos combateram, não sei o que farão
amanhã. A minha mensagem é de paz”, avisou.
Disse também que não haverá discriminação na gestão. A
mudança na prática política, revelou, será materializada no governo justo e
para todos, independente de quem votou ou apoiou a coligação vencedora.
AGRADECIMENTOS
Parte do discurso contemplou os agradecimentos. Dino foi
carinhoso com a militância que caminhou com ele no sol quente. Destacou os
partidos que compuseram a coligação, a Resistência Petista e nominou os deputados federais eleitos
Eliziane Gama (PPS) e Rubem Junior (PCdoB); e estaduais Bira do Pindaré (PSB) e
Neto Evangelista (PSDB).
O deputado federal reeleito Weverton Rocha (PDT) não foi
citado.
Gratidão e reverência especial foi prestada ao ex-governador
José Reinaldo Tavares (PSB), eleito deputado federal. Descontraindo, Dino disse
que quando Tavares chegar no céu e Deus perguntar o que ele fez de bom, a
resposta será: “derrotei Sarney duas vezes!”
Membro importante da oligarquia durante 40 anos, José
Reinaldo rompeu em 2006, quando bancou três candidatos contra Roseana Sarney
(PMDB) e elegeu Jackson Lago (PDT) governador.
Lago foi cassado e José Reinaldo perseguido, até ser preso e
algemado na Operação Navalha.
Além da reverência a Reinaldo, o governador eleito pediu
aplausos ao ex-governador Jackson Lago (PDT) e fez um destaque especial aos
coordenadores da campanha, qualificados de “comandantes da vitória” - Marcelo Tavares
e Márcio Jerry, lembrado pelos 31 anos de militância juntos.
Flávio Dino encerrou o discurso agradecendo a esposa
Daniela e aos três filhos – dois presentes fisicamente e um no coração –
Marcelo Dino.
Parabéns pela vitória, ganhar de um poste é realmente fácil. Esperar agora o que está por acontecer.
ResponderExcluirSempre soube que, apesar de não ver diferença entre Flávio e Edinho Lobão, Flávio iria sair vitorioso pela escolha do seu adversário, Edson Lobão Filho, um poste que nunca foi eleito a nada, Flávio conseguiu um mandato de Deputado Federal, sabe-se lá como, mas conseguiu. Agora é segurar as pontas.
Segurar as pontas porque, quando do Governo Jackson Lago, o mesmo viu-se engessado por articulações feitas e promessas que teve de cumprir e que afetaram seu governo. Sempre fui eleitor de Jackson Lago e me entristeci com o que vi no desgoverno.
Agora, grande parte dos que afundaram o Dr. Jackson, literalmente, estão juntos a Flávio Dino. Como disse uma vez Collor de Mello, quero ver se Flávio tem "aquilo roxo" o suficiente para não deixar que essas articulações feitas para eleger-se não venham prejudicá-lo em seu Governo.
Sou funcionário público da SEDUC e desejo boa sorte ao novo Governador, pois ele vai precisar, e de muita sorte.