domingo, 12 de outubro de 2014

LOBO SOLITÁRIO: EDINHO ATRIBUI DERROTA À FALTA DOS CONVÊNIOS ELEITOREIROS E RECLAMA DO ABANDONO DE ROSEANA SARNEY

O candidato derrotado ao governo do Maranhão, Edinho Lobão (PMDB), é um pote até aqui de mágoas (federais, estaduais e municipais), despejadas em uma entrevista ao jornal O Imparcial.

“Eu fiz uma campanha sozinho”, pontou o derrotado, lamuriando-se do desprezo da oligarquia Sarney.

No plano federal, ele se queixa da presidente Dilma Roussef (PT), que não veio ao Maranhão e nem gravou declaração de apoio. Apenas Lula, amigo de José Sarney, se expôs ao ridículo no horário eleitoral.

As mágoas estaduais ficam por conta da governadora Roseana Sarney (PMDB), que não fez o acerto com os prefeitos, mediante o pagamento dos famosos “convênios”.

Prática comum no Maranhão, os convênios entre o Governo do Estado e as prefeituras funcionam como senha para amarrar apoios nas eleições.

“Acredito que o que mais me atrapalhou foi a expectativa dos convênios que foram firmados com o governo e não foram cumpridas este ano. Tanto que surgiu o discurso de que não podia se empenhar na minha campanha, pois os recursos para as obras não estavam chegando e assim não teriam como defender o governo e a minha candidatura que estava vinculada”, lamentou Edinho.

A entrevista de Edinho é uma confissão gravíssima sobre o modus operandi eleitoral no Maranhão – a farra dos convênios com os prefeitos.

As mágoas municipais decorrem da vontade de alternância da maioria da população maranhense. 

Mesmo pressionados e ameaçados pelos donos de currais eleitorais, os eleitores votaram contra a oligarquia Sarney.

Questões familiares também provocaram desgaste na campanha de Edinho Lobão, quando o nome do pai dele e ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), foi citado nas denúncias de corrupção na CPI da Petrobras.

A entrevista tem ainda momentos de delírio. Vencido com uma diferença abissal (Flávio Dino 63,52% e Edinho Lobão 33,69%), ele não se considera derrotado.

Por fim, afirmou que pretende retomar os negócios e deseja que Lobão pai retome a vaga no Senado.


“Eu agora tenho que voltar pra minha casa”, confessou.

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