É da natureza de uma universidade que se preza assumir-se
como instituição em permanente construção, espaço da pluralidade por excelência
e da liberdade de expressão e pensamento. Nesse sentido, todos os seus
segmentos – estudantes, professores, funcionários – compartilham a
responsabilidade de investir o melhor de seus esforços na preservação das
condições indispensáveis para que nossa querida UFMA, aniversariante deste mês,
se fortaleça como tal.
Tem-se aqui como perspectiva e princípio a construção permanente
de uma UFMA vibrante, socialmente relevante e comprometida com a qualidade da
tríade ensino – pesquisa – extensão.
Em sua ainda jovem história, a UFMA vinha tendo uma rotina
saudável de proceder à renovação periódica de suas lideranças através de eleições
para diversas instâncias de gestão, tais como chefias de departamento e
coordenações de curso ao longo do mês que ora finda. Este processo eleitoral
oxigena a universidade, estimula o debate sobre propostas de atuação
institucional e contribui para ultrapassar a mera existência de múltiplas
esferas profissionais dentro do mesmo espaço. O cumprimento da rotina do
calendário eleitoral favorece a convivência e mesmo o embate entre diversas
correntes de pensamento e prática, em que cresce, floresce e frutifica uma
universidade digna deste nome.
Infelizmente, diante da omissão da administração superior em
convocar as eleições, mais uma vez transcorre um outubro sem que se respeite
essa tradição que ainda estava em consolidação na UFMA. Desrespeita-se assim a
natureza universitária avessa ao pensamento único que tenta ocupar todos os
espaços. Deixa-se de reconhecer a oportunidade de renovação de lideranças com
respeito e convivência com o divergente como fator indispensável à construção
de qualquer universidade, e ainda mais de uma universidade pública como a UFMA.
Chama atenção também esta omissão deliberada no contexto da
Resolução CONSAD 161/2014, relativa à progressão docente, que privilegia
claramente o eixo gestão em detrimento das demais lides acadêmicas. Como
conciliar tal valorização com a restrição de oportunidades para que os
professores possam concorrer em igualdade de condições às chefias de
departamento e coordenações de curso e eventualmente a elas ascender com a
legitimidade de vencedores de uma eleição dentro das normas institucionais?
Assim fica incompleto este outubro, não pelo que é natural a
uma universidade em permanente construção, mas por mais um atentado à UFMA como
espaço plural e democrático. E, como dizia Drummond ao falar das saudades de
sua terra natal: “Como dói”.
DIRETORIA DA APRUMA
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