quinta-feira, 30 de outubro de 2014

OUTUBRO INCOMPLETO: NOTA DA DIRETORIA DA APRUMA

É da natureza de uma universidade que se preza assumir-se como instituição em permanente construção, espaço da pluralidade por excelência e da liberdade de expressão e pensamento. Nesse sentido, todos os seus segmentos – estudantes, professores, funcionários – compartilham a responsabilidade de investir o melhor de seus esforços na preservação das condições indispensáveis para que nossa querida UFMA, aniversariante deste mês, se fortaleça como tal.

Tem-se aqui como perspectiva e princípio a construção permanente de uma UFMA vibrante, socialmente relevante e comprometida com a qualidade da tríade ensino – pesquisa – extensão.

Em sua ainda jovem história, a UFMA vinha tendo uma rotina saudável de proceder à renovação periódica de suas lideranças através de eleições para diversas instâncias de gestão, tais como chefias de departamento e coordenações de curso ao longo do mês que ora finda. Este processo eleitoral oxigena a universidade, estimula o debate sobre propostas de atuação institucional e contribui para ultrapassar a mera existência de múltiplas esferas profissionais dentro do mesmo espaço. O cumprimento da rotina do calendário eleitoral favorece a convivência e mesmo o embate entre diversas correntes de pensamento e prática, em que cresce, floresce e frutifica uma universidade digna deste nome.

Infelizmente, diante da omissão da administração superior em convocar as eleições, mais uma vez transcorre um outubro sem que se respeite essa tradição que ainda estava em consolidação na UFMA. Desrespeita-se assim a natureza universitária avessa ao pensamento único que tenta ocupar todos os espaços. Deixa-se de reconhecer a oportunidade de renovação de lideranças com respeito e convivência com o divergente como fator indispensável à construção de qualquer universidade, e ainda mais de uma universidade pública como a UFMA.

Chama atenção também esta omissão deliberada no contexto da Resolução CONSAD 161/2014, relativa à progressão docente, que privilegia claramente o eixo gestão em detrimento das demais lides acadêmicas. Como conciliar tal valorização com a restrição de oportunidades para que os professores possam concorrer em igualdade de condições às chefias de departamento e coordenações de curso e eventualmente a elas ascender com a legitimidade de vencedores de uma eleição dentro das normas institucionais?

Assim fica incompleto este outubro, não pelo que é natural a uma universidade em permanente construção, mas por mais um atentado à UFMA como espaço plural e democrático. E, como dizia Drummond ao falar das saudades de sua terra natal: “Como dói”.

DIRETORIA DA APRUMA

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