Exposição de cadáveres é um atentado à ética |
Alguma instituição atuante no Maranhão deve tomar
providências para regular o jornal "Itaqui-Bacanga".
Na edição de domingo 14 a 20 de maio, o semanário extrapolou
todos os limites da ética ao exibir, na capa, um mosaico de 12 fotografias de
corpos de pessoas assassinadas em São Luís.
Nenhuma delas tem a tarja eletrônica para omitir a
identificação visual.
A manchete da capa chama atenção para a “bandidagem” morta,
expondo corpos esfaqueados, perfurados por bala, rostos desfigurados e
mutilações de toda ordem.
São Luís já é violentada demais com tanta indiferença do
poder público. É violentada pela carnificina diária dos crimes comuns. E agora
violentada pela forma como o Itaqui-Bacanga expõe as fotos de pessoas mortas.
Cinco títulos exaltam ação do prefeito Holandinha. No rodapé, anúncios do governo Flávio Dino |
Jornais não existem para piorar a humanidade. São
instituições que devem informar, opinar, interpretar e analisar a realidade,
instruindo e educando seus leitores.
Nota-se também nas páginas do Itaqui-Bacanga uma expressiva
quantidade de matérias da Prefeitura de São Luís, dando muita margem para
desconfiar que o jornal é bancado com dinheiro público.
Em várias páginas do jornal observam-se anúncios de
publicidade legal do Governo do Estado: comunicados, citação e avisos de
licitação da Secretaria da Saúde, da Educação e da Empresa Maranhense de
Administração Portuária (Emap).
O Itaqui-Bacanga comete um abuso estético e um despautério
ético ao exibir cadáveres de forma acintosa, expondo as imagens de maneira
grotesca, sem levar em consideração os amigos, pais, familiares e demais
parentes das vítimas.
A postura do jornal incita a violência, promove a barbárie e
estimula o desejo de vingança nos leitores.
Não estamos pedindo o fechamento do jornal, que deve gerar
empregos e alimentar os seus donos. Estamos reivindicando o mínimo de bom senso
e ética para não violentar ainda mais as famílias das vítimas e os leitores.
Página com quatro anúncios do Governo do Estado |
OAB, Ministério Público, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
(SMDH) e a quem mais interessar possa, entrem em ação!
O jornalista Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, também condenou a exposição de cadáveres no jornal Diário do Pará, do ex-governador Jader Barbalho.
Leia no link Crime chamado imprensa, de Lúcio Pinto.
O jornalista Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, também condenou a exposição de cadáveres no jornal Diário do Pará, do ex-governador Jader Barbalho.
Leia no link Crime chamado imprensa, de Lúcio Pinto.
A Ditadura acabou mas os grupos de extermínio continuam a agir no Brasil. Esse é o resultado de anos de falta de políticas públicas para com as pessoas que não se enquadram no Capetalismo.
ResponderExcluirMuito bom que trate deste tema. Também penso que é grave que tanto dinheiro público sustente essas publicações e programas de TV similares. Que haja providências!
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