Omni Fadaká
Coordenador do Lagoa Amarela.
Sessenta mil pessoas em todo o Maranhão, vinculadas às ações
do “Centro Especializado Para o Desenvolvimento Educacional das Populações
Negras Tradicionais do Maranhão Lagoa Amarela” estão sendo prejudicadas em
razão do fechamento do prédio que abrigava o referido Centro, localizado à Rua
da Palma, 475.
Parte frontal do Centro Educacional Lagoa Amarela |
Estudantes beneficiados pelo Centro Educacional ficaram sem espaço |
Sala de aula do Centro Educacional Lagoa Amarela |
Dentre essas ações destaca-se
o Projeto Ahamban, que trabalha com a Ação de Distribuição de Alimentos para mil
famílias que estão em desvantagem nutricional de Comunidades Negras
Tradicionais de Matriz Africana do Maranhão; o Pré-Vestibular Comunitário
Agadá, que atende 120 jovens e adultos com foco no acesso à universidade,
selecionados num universo de 600 a 700 inscrições anuais.
Parte interna do Centro Educacional Lagoa Amarela |
Após mais de uma década, esse trabalho começa a se
consolidar com a finalização do processo de graduação da primeira geração que
conseguiu adentrar a Universidade em 2004 e que agora está adentrando a
pós-graduação, na esfera da especialização e do mestrado com intercâmbio,
inclusive internacional, com o México, Alemanha e Canadá.
O fechamento do
Centro Educacional Lagoa Amarela, sem nenhuma proposição de resolução acerca do
paradeiro de suas atividades, brutalmente interrompidas, deixa as populações
negras tradicionais do Maranhão no vácuo.
Considerando o fato de não se ter poucas políticas de
desenvolvimento sócio econômicas para essa parcela significativa do povo maranhense,
é notório o entendimento de que iniciativas como estas deveriam o apoio do
governo, da iniciativa privada e da sociedade, visto que o esforço de manter
essas atividades em plena dinamização corresponde à ausência secular do Estado,
concernente a essa população, dinâmica que ainda hoje perdura e que atravessou
os quatrocentos e três anos de História do Maranhão, principalmente nos últimos
cento e vinte e sete anos que nos separam do fim do sistema escravocrata,
quando foi abolida a instituição da escravidão, sem nenhum ressarcimento feito
aos descendentes de africanos por quase trezentos anos de trabalho forçado,
quando ergueram o estado do Maranhão no calor da chibata.
O mais emblemático no campo da falta de investimento sócio
econômico do Maranhão, são os dados apresentados na página “Globo Educação”,
datado no dia 21 de novembro de 2011, quando se afirma que o Sistema
Penitenciário da esfera estadual gasta anualmente R$ 21.300,00 para manter um
presidiário e somente R$ 2.300,00 para manter um estudante do ensino médio.
Qual o investimento de prioridades para que o Maranhão possa emergir da
condição em que se encontra? Será que o fechamento de iniciativas sociais que
atendem ao povo ainda não priorizado pelo estado contribuirá para que cheguemos
ao patamar de uma melhor sociedade e um melhor Índice de Desenvolvimento Humano
- IDH?
Gostaria de conversar com você a respeito de um assunto abordado no seu blog, do prédio da Academia Maranhense de Letras, localizada na Rua da Palma, cuja versão foi lhe repassada desvirtuadamente. Como o assunto é longo, pelo meu telefone 91922445, poderíamos marcar um encontro em lugar e hora a combinarmos. Benedito Buzar.
ResponderExcluirCaro Wilson:peço-lhe desculpas, mas por causa da morte de minha irmã, no final
ResponderExcluirda semana, esqueci o dia, o local e a hora da nossa conversa.Por favor, aguardo sua informação.