Holanda Jr e Flávio Dino em parceria por São Luís |
Boa parte do mundo político viu na filiação do prefeito Edivaldo Holanda Jr ao PDT uma jogada de mestre, trocando um partido minúsculo - o PTC - pela sigla trabalhista.
Eu tenho dúvidas.
Holanda Jr foi reeleito e quer renovar o mandato com o discurso da mudança.
Até agora nada mudou. A gestão teve pequenas melhoras devido às parcerias com o Governo do Estado.
O discurso da mudança se complica também quando o prefeito filia-se ao PDT, que domina São Luís direta ou indiretamente desde 1989, no primeiro mandato de Jackson Lago.
Há 26 anos o PDT está no poder na capital, controlando toda a máquina ou ocupando cargos em outras gestões.
Tudo que São Luís é, de bom ou de ruim, resulta do quarto de século pedetista no poder.
Agora, o prefeito eleito para mudar São Luís filia-se ao partido que administra a cidade há muito tempo.
Se Holanda Jr tiver um adversário perspicaz, o discurso da mudança pode ser facilmente desconstruído, colocando o prefeito na saia justa do continuísmo.
MÁQUINA DE VOTOS
Por outro lado, não se pode desprezar a força do PDT nos processos eleitorais de São Luís.
O partido está ramificado em todos os bairros, através das lideranças comunitárias, dirigentes de escolas, agentes de saúde e muita gente profissionalizada nas operantes associações de moradores, clubes de mães, times de futebol amador, movimentos culturais etc.
Em 26 anos, o PDT construiu uma rede sólida costurada dentro e fora da máquina da Prefeitura de São Luís.
É com esse cacife que o partido pretende retomar a cabeça do poder, contanto com o sorriso e o carisma do prefeito candidato à reeleição.
EMPENHO DOS LEÕES
Holanda Jr conta ainda com a determinação do governador Flávio Dino (PCdoB), que não vai medir esforços políticos para renovar o mandato do prefeito.
Mas, a movimentação do governador também é carregada de riscos. Dino deflagrou uma série de obras na capital para impulsionar a reeleição de Holanda Jr.
Assim, o povo pode acabar entendendo que não precisa reeleger Edivaldo Jr, visto que o prefeito de fato é o governador.
A cabeça do eleitor é complexa e pode entender de outra maneira o recado da parceria: se o governador quer de fato melhorar São Luís, qualquer prefeito será bem-vindo, não necessariamente Edivaldo Holanda Jr.
Nessa tumultuada conjuntura, a filiação do prefeito no PDT tem vantagens e recuos, mas ele não tinha outra opção.
Deu a cartada final.
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