Queima de carvão mineral em termelétrica emite grande quantidade de poluentes em São Luís. Foto: Claudio Castro |
Já começou a circular nas redes sociais a petição virtual
com o objetivo de anular as audiências públicas de alteração da Lei de
Zoneamento e do Plano Diretor de São Luís.
As audiências sem convocar a população e apenas para atender
aos interesses do Sindicato da Construção Civil e da Fiema.
Se a revisão passar, São Luís sofrerá graves impactos
ambientais que vão incidir na qualidade de vida de mais de 1 milhão de pessoas.
A petição visa anular as audiências já realizadas e
reiniciar o processo de revisão da legislação urbanística, com ampla divulgação
e participação dos moradores da cidade.
Para assinar a petição, clique no link abaixo:
VEJA O TEXTO DE FUNDAMENTO DA PETIÇÃO:
Prefeitura de São Luís do Maranhão: Anulação das audiências de alteração do
Plano Diretor e do Zoneamento
As alterações da legislação urbanística da cidade de São Luís/MA geram
consequências como o aumento da poluição e a elevação do número de andares dos
prédios de 15 para até 31 andares sem antes discutir estrutura para essas
mudanças, além de comprometer áreas verdes da cidade, como o Sítio Santa
Eulália, protegido pela Lei Orgânica do Município.
Essas audiências estão recheadas de irregularidades, tais
como:
1. Ausência de divulgação efetiva que permita a população participar do
processo: teve até audiência com a participação de apenas 3 pessoas da comunidade;
2. As audiências não estão discutindo o Plano Diretor, mas apenas um aspecto
deste (macrozoneamento ambiental), não permitindo que se discuta a cidade como
um todo, nem políticas públicas para questões vitais da cidade, como transporte
público e saneamento;
3. As audiências não foram convocadas por quem de direito: o Plano Diretor
vigente exige que as audiências sejam convocadas pelo Conselho da Cidade,
instância legal na qual estão representados diversos segmentos, mas foram
convocadas apenas pelo Instituto da Cidade (INCID), órgão municipal que
deveria, em vez de tolher, estimular o processo democrático de discussão das
questões que envolvem as alterações. Nem o atual Plano Diretor da Cidade
de São Luís, nem a Lei 4.851, de 22 de agosto de 2007, que dispõe sobre a nova
nomenclatura e reorganização do atual INCID, não colocam entre suas
atribuições, objetivos e finalidades convocar audiência sobre qualquer tema;
4. A metodologia que vem sendo empregada pelo INCID na realização das
audiências cria obstáculos ao debate, utilizando-se de um tecnicismo que não
permite ao cidadão se apropriar das discussões. Ao contrário: parece querer
mesmo alijar a maior parte da população das discussões;
5. As propostas apresentadas por segmentos sociais não são levadas em
consideração, mas apenas as de setores que se beneficiariam das alterações,
como a indústria e a construção civil (houve discussão prévia com o
empresariado local, mas não com os setores populares): propostas que beneficiam
diretamente a cidade, feitas pelas comunidades de São Luís, são deixadas
deliberadamente de lado. Exemplo disso é a criação da reserva ambiental
Tauá-Mirim, cujo processo já está concluído no Ministério do Meio Ambiente,
faltando apenas assinaturas para sua formalização, mas que é ignorado nas
alterações propostas pela Prefeitura.
Esses são apenas alguns dos aspectos que, em razão de suas gravidades, já
indicam a necessidade de reinício desse processo, com o envolvimento efetivo da
cidade e de sua população, que não está representada nas audiências realizadas
até agora.
Se a intenção da prefeitura é fazer cumprir o Estatuto das
Cidades, e fazer desse um processo realmente participativo, como lá está
previsto, ela deve urgentemente anular as audiências já realizadas e iniciar,
de fato, a escuta da cidade, começando por uma ampla divulgação e um chamamento
efetivo da população.
Se a intenção da Prefeitura é cumprir a Lei, que aprofunde as discussões sobre
o Plano Diretor, inserindo no debate temas que interessem à população, e não apenas
ao empresariado, como fica claro na intenção que aparece até aqui, de estimular
a especulação imobiliária e aumentar a poluição, liberando construções de
torres residenciais e comerciais em áreas da cidade (inclusive com supressão de
áreas verdes, já escassas) e diminuindo a já muito comprometida zona rural, sem
contemplar a necessidade de discutir temas como mobilidade urbana (transporte
público, ciclovias, faixa de pedestre, acessibilidade, etc), saneamento,
dentre outros aspectos fundamentais que estão sendo propositalmente ignorados.
A cidade é de todos e não apenas dos empresários. Anula já!
Nem adianta que a população quase nunca liga pra essas audiências. Sem falar que isso de só beneficiar uns e prejudicar a população não é bem assim, né
ResponderExcluirA elite parasita pretende fazer de São Luis o que já fizeram em São Paulo, Rio de Janeiro e demais megalópoles desse pobre país. Matéria prima para especulação, destruição ambiental, amontoamento de gente em poleiros, anulamento da qualidade de vida, pauperização estética, aumento de temperatura, dificultação da circulação de ventos, sombreamento, pressão maximizada sobre os parcos equipamentos urbanos, eliminação do horizonte visual...E tudo isso para encher ainda mais a burra de parasitas sociais. É urgente mobilizar a população para impedir mais esse ataque à cidadania.
ResponderExcluirAdianta sempre adianta alguma coisa. Pior é ficar calado.
ResponderExcluircontinuem na miséria então..
ResponderExcluirMiséria é o que o capitalismo desenfreado, a qualquer custo, está produzindo no mundo todo. Essas migrações são resultado de que? Das guerras e da fome. Fome provocada por desequilíbrios ambientais, principalmente a crise hídrica.
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