Felipe Amorim, do UOL, Brasília
Pesquisa
Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada
nesta sexta-feira (1º) aponta que 39% dos brasileiros avaliam o governo do
presidente interino, Michel Temer, como ruim ou péssimo.
A
pesquisa apontou que 13% avaliam o governo como ótimo ou bom e 36% acham que
ele é regular. Entre os ouvidos, 13% não souberam ou não quiseram responder.
Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O
levantamento foi feito de 24 a 27 de junho.
Esta foi
a primeira pesquisa CNI/Ibope realizada após o afastamento da presidente Dilma
Rousseff, em 12 de maio.
A última pesquisa CNI/Ibope foi divulgada em março,
quando a presidente afastada, Dilma Rousseff, ainda estava à frente da
Presidência. O levantamento apontou que 69% dos brasileiros reprovavam
(consideravam ruim ou péssimo) o governo da petista, enquanto 10% o aprovavam
(ótimo ou bom).
Segundo o
Ibope, a soma dos percentuais pode não igualar 100% por causa dos
arredondamentos.
Ainda de
acordo com o levantamento, a desaprovação a Temer é maior na região Nordeste do Brasil.
Maneira de governar e confiança em Temer
O Ibope
também perguntou se o entrevistado aprovava ou não a maneira de Temer governar:
53% disseram desaprovar e 31% afirmaram aprovar. Outros 16% disseram não saber
ou não quiseram responder.
Entre os
ouvidos, 66% afirmaram não confiar no presidente interino. O percentual de
pessoas que disseram confiar em Temer é de 27%.
Outros 7%
não souberam ou não quiseram responder.
Na
avaliação da maneira de governar e no nível de confiança o presidente interino
também alcançou índices melhores que os da presidente afastada atingiu na
pesquisa de março.
Na última
pesquisa Ibope, 82% afirmaram desaprovar a maneira de Dilma governar, e 14%
disseram aprovar. Outros 80% disseram não confiar na petista, e 18% afirmaram
confiar.
Comparação com Dilma
O Ibope
também perguntou qual a comparação que os entrevistados fazem entre as gestões
Temer e Dilma. A maior parte, 44% afirmaram considerar que o governo Temer está
sendo igual ao de Dilma. Um a cada quatro entrevistados (25%) afirmou que o
governo Temer é pior, e 23% afirmaram que a gestão do presidente interino é
melhor. Não responderam 8% dos entrevistados.
O
gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da
Fonseca, afirma que apesar da melhora na comparação com os índices de Dilma em
março o saldo ainda é negativo para o governo Temer, com as avaliações
negativas superando as positivas nos quesitos da pesquisa.
"Houve uma melhora na popularidade, mas não significativa. O que a gente viu é um saldo negativo ainda", diz.
"Houve uma melhora na popularidade, mas não significativa. O que a gente viu é um saldo negativo ainda", diz.
Fonseca
avalia que o período de menos de dois meses de governo interino ainda é cedo
para sedimentar a opinião pública sobre a gestão Temer e diz que a pesquisa que
será divulgada em setembro trará um quadro mais definido.
Um fator
que pode ter influenciado na avaliação negativa, segundo Fonseca, é a
proximidade política entre os dois governos, já que Temer é vice-presidente de
Dilma e o PMDB, partido dele, participou dos governos do PT.
"É
importante ressaltar que temos menos de dois meses de governo e uma ligação
ainda forte dos dois governos. Isso gera esse início de primeira pesquisa com
avaliação negativa", afirma. "Na próxima pesquisa, em
setembro, acredito que já vai se ter uma percepção melhor da
sociedade", diz Fonseca.
O gerente
de pesquisa da CNI também diz avaliar que Temer não foi beneficiado com o
período de maior "benevolência" da sociedade que os governantes
costumam ter logo após as eleições.
"Nesse tipo de processo [do impeachment] o que pode acontecer é que se tenha uma tolerância bem menor do que num processo em que se passou meses construindo uma agenda [como nas eleições]", afirma.
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