quarta-feira, 7 de maio de 2008

A cidade que queremos, por Helio Costa

Helio Costa fez um produtivo comentário sobre a postagem “Soluções para a ilha podem estar no continente”, do titular deste blogue. Costa aponta as fragilidades do solo da ilha e a escassez de água para repudiar a instalação de siderúrgicas e termelétricas em São Luís.


“Esta é a cidade que queremos, com as indústrias poluentes e de grande porte fora da ilha. E essa exigência não se prende ao romantismo ecológico.

Além dos pontos que foram bem destacados em seu texto, no que se refere aos impactos relacionados com a elevada taxa demográfica, que liquida com qualquer pretensão de se contar com serviços públicos que atendam dignamente a demanda por saúde, segurança, habitação e transportes, há ainda a segurança ambiental, que é bem maior no continente, ligada às características geológicas da vasta região ao sul de Perizes, onde o solo dispõe de maior defesa geoquímica para atenuação dos efeitos do lançamento de poluentes em lagoas de rejeito industrial, e de outras fontes como pilhas de carvão mineral.

Na ilha de São Luís os solos do Terciário têm componentes minerais com baixíssima capacidade geoquímica de amortecimento da poluição, além de serem naturalmente ácidos.

Com essa característica, qualquer adição de acidez, como a que é promovida por atividade industrial pesada, irá aumentar ainda mais a acidez dos solos.

Isso será catastrófico para o nosso manancial subterrâneo, que atende praticamente 50% da demanda por abastecimento de água na capital, e para as indústrias de bebidas e de alimentos, uma vez que a recarga dos mananciais se dá pela infiltração de água de chuva
através desses solos.

São argumentos que fogem da compreensão dos políticos profissionais e amadores.”

Helio Costa, e_mail: helioatsoc@hotmail.com

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