quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PROFESSORA REPUDIA CRÍTICAS AO GOVERNO JACKSON

A professora doutora Mary Ferreira, ex-secretária adjunta de Cultura, rebate as críticas ao Governo do Estado e reafirma esperança em Jackson Lago. Em respeito ao bom debate, o blogue publica o texto na íntegra.

"Tenho lido com certa regularidade os artigos que vocês enviam para a rede. Surpreende-me a repetição dos mesmos. Sempre criticando Jackson da mesma maneira, alguns deles chegando ao extremo de achar que Roseana é a melhor solução.

Veja bem, quase todos nós que estamos no PT que somos da geração finais de setenta e oitenta tínhamos (muitos, como eu, ainda tem) como princípio, derrubar a oligarquia.

Para nós Sarney era uma como um câncer enraizado que não tinha mais cura, naquele momento não vislumbrávamos saídas.

Quando Sarney foi empossado após a morte de Tancredo Neves, o semblante de todos nós era de completa desolação, sensação semelhante somente repetimos novamente quando caiu o muro de Berlim e as esquerdas viram ruir seus símbolos.

Após os anos oitenta vimos este senhor ascender sistematicamente e manobrar em todos os momentos no Maranhão e em Brasília, se estendendo até o Amapá. Ou este senhor tem muita competência ou nossas estratégias de oposição são muito frágeis. Acredito nas duas opções.

Bom, para resumir a história, ganhamos a eleição de 2006 e destruímos um mito. O impacto na oligarquia foi tão grande que eles custaram a acreditar que não dominavam mais o poder no Maranhão. Começou-se então a formar o governo de Jackson.

Quando todos nós apoiamos Jackson Lago sabíamos que era um governo de transição, que não seria um governo revolucionário, afinal o conjunto de aliança que ele teve que fazer para garantir sua eleição não deixava muitas perspectivas de mudanças.

Claro que todas/os nós esperávamos muito mais. Aliás, ainda esperamos, afinal queremos um Estado que efetive políticas públicas e garanta alternância de poder, que crie condições para que as mulheres e negros participem das decisões.

Temos esperanças de ver todos os municípios maranhenses com rede de bibliotecas públicas para diminuir a ignorância e estimular o senso críticos, tão necessários em qualquer Estado que prime pelo desenvolvimento do ser humano.

Queremos uma rede de saúde decente que possibilite a população viver com dignidade. Queremos um Estado que valorize seu funcionalismo público com salários decentes e condições de trabalho adequadas.

Ao analisar a situação do governo vejo muitas lacunas, é um governo que ainda não conseguiu articular de forma clara um projeto político de Estado, tem repetido erros que imaginávamos não mais presenciar no Maranhão e tem muitos secretários que ainda não disseram para que veio.

Porém para quem acompanha com um olhar mais atento dá para perceber mudanças nesses dois anos de governo. São poucas é verdade, mas, Sarney ficou 36 anos, e nada fez.

Ao lado de tudo isso tem uma oposição feroz que não deixa espaço para o Governo respirar e uma oligarquia muito forte e zelosa que se alimenta de plantar noticias, distorcer fatos e criar situações, muitas deles agem de forma parcial e irresponsável (e você como jornalista, conhece muito bem como agem os blogueiros, fofoqueiros, articulistas e jornalistas).

Surpreende-me, por exemplo, no meio de todas essas críticas é que estamos em uma cidade recentemente administrada por um Prefeito que a deixou destruída e que está impune.

Ninguém culpa Tadeu Palácio da situação de penúria em que deixou São Luís, buracos e esgotos abertos. Porque nós do PT não movemos uma ação contra ele? Porque Sálvio Dino em vez de processar Castelo não processa Tadeu por má gestão de dinheiro público e tantas outras denúncias que sabemos ele é responsável?

Queremos mudanças e continuamos lutando por ela, nossas esperanças não estão apenas na barganha por cargos, nem na disputa de nomes, como estamos constantemente presenciando.

O PT precisa mudar sua forma de atuar e criar alternativas reais de oposição de forma séria e sem rancor que atrapalha e tira a visão racional de fazer política.

A divisão e as disputas dos grupos somente têm trazido cisão ao Partido. Nesta divisão parte deste partido ajudou a eleger Sarney para o Senado e aumentar mais ainda seu poder.

Isso é que devemos nos preocupar. Eu sinceramente estou pasma da forma como perdemos essa eleição para o Senado. Pelo que acompanhei na grande imprensa, Jackson bem que tentou algumas estratégias para impedir, infelizmente fomos mais uma vez vencidos".

Mary Ferreira, professora doutora da UFMA

3 comentários:

  1. Eu só não entendi o que tem a ver o processo de Flávio contra Castelo e Tadeu. Porque Dutra que é advogado não entra com um processo contra Tadeu, por má utilização do dinheiro público.

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  2. Ed Wilson,

    Esse trecho me deixa com um grande nojo dessa ala do PT maranhense
    "Porque Sálvio Dino em vez de processar Castelo não processa Tadeu por má gestão de dinheiro público e tantas outras denúncias que sabemos ele é responsável?"

    Considero muito significativo que a professora tenha decidido afirmar que é um erro processar Castelo. A opção do PT anti-Sarneyista é de aliança com o PSDB. É a mesma opção que Jackson fez. O que me da nojo é que tanto este como aqueles continuam a dizer-se defender os trabalhadores.

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  3. Anselmo e Chico,
    Para muitos petistas e atores políticos no Maranhão existe uma linha imaginária que divide o mundo entre Sarney e anti-Sarney. É como se isso fosse o princípio delimitador do que não presta e do que presta, do errado e do certo, do mal e do bem.
    Então, como Castelo foi o candidato de Jackson e momentaneamente está contra Sarney, a iniciativa de Flavio Dino é amaldiçoada pelos referidos petistas.
    Por esse entendimento, Flavio Dino passa a ser carimbado de "sarneísta" porque está combatendo Castelo, o candidato do "anti-sarneísta" Jackson Lago.
    É assim, simples de entender.
    Ed Wilson

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