domingo, 15 de março de 2009

OUTRAS OPÇÕES PARA A ESQUERDA NO MARANHÃO

O blogue já defendeu, mais de uma vez, a criação de uma frente de esquerda para disputar o Governo do Estado em 2010.
A princípio formada por PC do B e PT, a coligação pode ser encabeçada por Flavio Dino candidato a governador e Bira do Pindaré a senador.

O propósito da frente é sair do maniqueísmo e da polarização Sarney/anti-Sarney, construir um conteúdo programático consistente para o desenvolvimento do Maranhão e distinguir-se na disputa intra-oligárquica.

Há quem pense diferente quanto à formação da chapa. É o caso do sociólogo e professor universitário Francisco José Araújo.

Para ele, o caminho de Flavio Dino (PC do B) é a renovação do mandato de deputado federal. E Bira do Pindaré (PT) deve tentar uma vaga na Câmara ou na Assembléia Legislativa.

Veja os argumentos do professor no texto abaixo:

“Considero até pertinente a proposta de Flávio Dino ser candidato a governador, mas para isso deve ter garantido o que chamo de presença de campanha, isto é, estrutura e recursos para fazer a sua campanha chegar minimamente nos 217 municípios.

Essencialmente, garantir campanha regular e diária nos 80 maiores redutos eleitorais e poder fazer campanha massiva no G-9, formado pelos maiores colégios eleitorais do Maranhão.

Porém, penso que Flávio saindo para deputado federal é a melhor opção. Vejamos: fica consolidada a imagem de político atuante, fortalece seu nome na capital (onde dificilmente não terá uma votação acima de 40 mil votos) e não vai sofrer ataques, ficando mais forte para a próxima eleição municipal.
Se Bira do Pindaré fizer a aposta no Senado corre um sério risco de jogar fora a oportunidade de ter um mandato. A campanha para o Senado vai ser terrível. Terá inúmeros candidatos com recursos e apoios municipais. O tempo está passando e se ele ficar sem mandato mais uma vez é complicado.

Considero a melhor opção para Bira sair candidato a deputado federal ou estadual. Numa coligação com Flávio as chances de termos três deputados federais crescem bastante. Por quê? Porque temos outros grandes nomes que podem sair como deputado federal, por exemplo, Rodrigo Comerciário e outros.

Bira saindo como deputado estadual garante a ampliação do número de deputados do PT na Assembléia. Enfim, são alternativas mais viáveis de sobreviver politicamente.
Deixa essa missão de disputar o Senado ao homem de sete vidas do Saco das Almas (deputado federal Domingos Dutra). Na disputa majoritária vai ter muito confronto direto, ataques etc. O homem de sete vidas já tem um discurso pronto para isso e tem acesso a outros segmentos partidários.
O PT ou se pensa coletivamente em fortalecer o partido ou vai amargar a condição de nanico no Maranhão. A força eleitoral petista tem caído ano após ano. Vide as eleições municipais.

Essas candidaturas devem levar em consideração a condição e o interesse do partido e não somente as estratégias das facções.

Se o caso é combater oligarquia, não se deve perder de vista que o maior sustentáculo dela é ter a maioria das cadeiras do Senado e da Câmara dos Deputados. O enfraquecimento da oligarquia passa por não permitir que tenha a maioria dos deputados federais e estaduais.

Sendo que é mais importante agora centrar nos federais. Uma bancada federal de oposição diminui a margem de manobra no plano nacional.
Sorte, PT!”

Um comentário:

  1. Parabéns pela análise prof. Francisco e parabéns pelo blog Edwilson. A esquerda precisa de pessoas sérias e competentes como é o caso do nobre deputado Flávio Dino.

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