Ao convidar o PT e o PC do B para integrar sua equipe de governo, Roseana Sarney (PMDB) faz dois movimentos táticos para esvaziar uma eventual chapa reunindo petistas e comunistas em 2010.
Por um lado atrai o PT do Maranhão à sua base, alegando a necessária unidade do projeto nacional liderado pelo presidente Lula. Usa como tese a aliança entre PT e PMDB em torno da pré-candidatura de Dilma Roussef à Presidência da República.
De outro, tenta cooptar novamente o PC do B, ex-integrante dos dois mandatos roseanistas e também do governo Jackson Lago (PDT). Os comunistas negaram até a existência do convite, em nota oficial, afirmando que não pretendem participar da administração Roseana.
Ao atrair o PT e o PC do B, o grupo Sarney visa maquear o velho governo com um cosmético progressista, agregando setores de esquerda para amenizar o perfil conservador do seu núcleo hegemônico.
Mas o objetivo maior é implodir a aliança dos comunistas e petistas iniciada em 2008, que quase levou à Prefeitura de São Luís a chapa Flavio Dino – Rodrigo Comerciário.
Vários setores dos dois partidos defendem a reedição da aliança em 2010, liderada por Flavio Dino e Bira do Pindaré.
Esta frente de esquerda deve agregar outros partidos, excluindo os tucanos e os atores políticos que cerrarem fileiras na candidatura presidencial de José Serra (PSDB).
Há, portanto, as condições objetivas de construir uma terceira força política no Maranhão, alternativa real aos esquemas Sarney e Jackson – ambos oligárquicos.
Se o PT do Maranhão ceder aos encantos de Roseana Sarney, está praticamente selado o acordo para alinhar as coligações nacional e estadual, quem sabe até com o PT local indicando o vice na candidatura à reeleição de Roseana em 2010.
Com esse posicionamento, o PT pode empurrar o PC do B para os braços de José Reinaldo Tavares (PSB), idealizador de uma outra frente, com o mesmo DNA do agrupamento que levou Jackson Lago ao Palácio dos Leões em 2010.
Nesse contexto, o Maranhão ficará novamente refém do maniqueísmo Sarney/anti-Sarney, com uma oposição conservadora, sem alternativa de poder protagonizada pela esquerda.
Me preocupa muito essa rejeição de alguns petistas ao PSDB local, Lula já declarou que ter Serra e Dilma concorrendo representa um LUXO para o Brasil, acho que temos que dar um passo de cada vez, e por enquanto, não podemos ainda exarcebar no Maranhão, esse embate entre os projetos nacionais do PT e PSDB, (que aliás é apenas um reflexo da hegemonia paulista sobre o restante do país) enquanto Sarney estiver em cena,. Não concordo com uma aliança entre o PT e o PSDB no Maranhão, mas por enquanto não podemos hostilizá-los, até porque as principais novidades para 2010 são Flavio Dino (Pc do B) e Bira (PT), o máximo que o PSDB projeto é o Roberto Rocha. Portanto, seremos nós que precisaremos de apoio e não vice versa. Lembre-se que PSDB e PT estiveram juntos na eleição para a presidência do Senado, justamente contra quem? Sarney e a turma do DEMO...CRATAS, que no momento são nosso principais adversários locais, representado pela Roseana, ex-presidenciável pelo PFL, apesar de agora ter migrado para o PMDB.
ResponderExcluirCaro Ed Wilson, acredito que você mais uma se equivoca, e estou falando como analista político.
ResponderExcluirVocê fala do PCdoB como se fosse uma força de esquerda no Maranhão. Não sei de onde você tira tal conclusão.Considero um equívoco pelo que segue:
1) Uma aliança entre PCdoB e PT não é uma aliança pura como você deixa entrever, até pelo histórico das duas legendas no Maranhão;
2) O PT de Washington, que é o seu, deixou-se enganar pela tal Frente de Libertação, uma das maiores mentiras já criadas na politica do Maranhão ultraconservador;
3) O PCdoB segue preso a uma aliança espúria com José Reinaldo Tavares e o honestíssimo prefeito Humberto Coutinho (só isso é de tapar o nariz).
Sua análise da conjuntura política, portanto, está completamente fora da realidade. Pior: você expõe de maneira categórica (e apressada)uma opinião pessoal sem levar em conta o momento político e o grupo a que pertence.
Creio que deveria pensar um pouco mais antes de expor idéias controversas.
abraços,
Roberto Kenard
Caro Ed,
ResponderExcluirconsidero esse texto significativo para uma reflexão mais lúcida e consistente sobre a contribuição do PT para construção de uma novo momento político para o Maranhão. A indistinção e homogeneização iniciada pelos Sarney na década de 80, quando se aliaram à candidatura de Cafeteira. Depois foi só se aproximar de Jackson e aí... coloca todos no mesmo patamar.
A questão é: como essa questão local vai sobreviver diante do projeto nacional do PT? OU COMO elas podem ser conciliadas? Como resistir sem deixar de contribuir com o PT nas eleições de 2010?
O grande ganho para a governadora não é parecer menos conservadora, mas despontencializar os que realmente podem ser identificados como uma real opção de mudança. Portanto, a desarticulação da coligação PT e PC do B é o que realmente rende para a governadora.
A terceira via será inevitável, acredito que esta é a hora. Ed, gostaríamos de nos reunir com você, me liga por favor - Sóstenes 8858 4346.
ResponderExcluirCaro Ed Wilson fico muito triste em ver vc reproduzindo o discurso do henrique literalmente. Ao menos vc poderia inovar, pelo menos , nas palavras. Percebo ainda que vc ainda não se conformou com o fato de não ter tido apoio na sua candidatura que não emplacou. Mas enfim, não sirva aos interesses alheios simplesmente por magoa faça por convicção!
ResponderExcluirAbraços fraternos Mário
Ed Wilson,
ResponderExcluirObservação correta a que tu fazes.
PC do B e PT, numa aliança da sensatez, é dizer Fávio e Bira, eis a possibilidade de surgir algo de novo na política local.
Amigo Ed Wilson,
ResponderExcluirO PT precisa ocupar seu espaço e vc nega isso?. Discordo, quando vc diz, que será um equivoco político estar num governo que apóia o presidente Lula do PT, o que deve ser feito é discutir o melhor espaço a ser ocupado exigindo assim o devido respeito ao PT, coisa que não aconteceu no gov. Jackson comandado pelo PSDB. Isso não impede do PT construir o seu projeto, mesmo no governo do PMDB, qual problema?
Não é uma surpresa a insistência de Roseana Sarney em associa o seu novo governo não tão novo assim ao PC do B, PT e ao dep. Federal Flavio Dino através de boatos e factóides implantados em seus meios de comunicação como o jornal O Estado e o portal imirante. Hora o grupo Sarney bem habilidoso politicamente tenta com isso desmonta o palanque da esquerda no estado, vendo neste uma ameaça para os seus interesses eleitorais em 2010 como eleger Lobão governador e garantir a volta de Roseana ao senado tendo um único palanque no estado da possível candidata a presidente da republica Dilma Rouseff e isola ainda mais o já desgastado Jackson Lago caso tente disputar novamente, ou seja, o caminho livre para consolida uma vitoria segura ao seu grupo, por isso fará de tudo para desarticular ou descredibilizar esse campo associando a sua imagem através de falsas noticias implantadas pelo seu próprio grupo de comunicação.
ResponderExcluirhttp://henriquecarneiroinfo.blogspot.com/
Caro Ed Wilson.
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto é coerente e faz todo sentido.
Acredito que a aliança PT e PCdoB jé demonstrou sua viabilidade eleitoral em 2008. É preciso aprofundá-la em 2010.
Mas para isso é preciso que o PT diga NÃO ao convite de Roseana assim como fez o PCdoB.
Não se trata de anti-sarneísmo, mas sim, de um pensamento estratégico que pode lançar essas forças a disputarem o poder político de fato e serem a opção progressista, democrática e de esquerda em nosso Estado.
Roseana "tenta" desarticular bloco de esquerda !!! Ela ainda não conseguiu, pois o PCdoB já disse que não vai e que quer continuar a 'tática de 2008'.
ResponderExcluirResta agora o PT se posicionar para que isso de fato ocorra.