quarta-feira, 21 de outubro de 2009

TRIBUNAL DAS VIAS DE FATO

Os principais blogues do Maranhão noticiam um episódio grotesco. Na sessão do Tribunal de Justiça (TJ) de hoje 21, os desembargadores Jorge Rachid e Antonio Bayma trocaram acusações e insultos sem a menor cerimônia.

O bate-boca teve como pivô o juiz Fernando Barbosa de Araújo, acusado de grilagem de terras em Barreirinhas.

Rachid é tio do meritíssimo Fernando, a quem Bayma teria chamado de ladrão. Foi o estopim do tiroteio verbal entre os desembargadores, insinuando haver venda de sentenças e enriquecimento ilícito entre integrantes da corte judiciária maranhense.

Até as estátuas dos leões no Palácio do Governo, em frente ao TJ, já ouviram falar de tenebrosas transações (como diz a música de Chico Buarque) no Palácio Clovis Bevilácqua.

Não apresentaram provas. E se existem, estão bem guardadas. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai e vem no Maranhão, mas nada é apurado com rigor.

No blog do jornalista Itevaldo Junior há uma vasta cobertura do cotidiano do TJ, com fatos concretos à espera de uma investigação.

Apesar do querer estar perto ou além de Deus, juízes e desembargadores são imperfeitos humanos, afeitos a iras descontroladas.

De vez em quando, têm aquele ímpeto de torcedor de futebol ao referir-se à genitora dos árbitros.

Troca de insultos acontecem até no Supremo Tribunal Federal (STF), a instância dos titãs da Justiça.

Ocorre que o estatuto do cargo – a Magistratura – veda esse tipo de comportamento. Proibe também traficar influências e cometer uma série de outros desvios básicos de conduta.

Que causa defendiam esses homens, a ponto de quase riscarem a faca numa sessão de tribunal?

Um dia, quem sabe, a Polícia Federal e o CNJ possam responder.

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