Jornalismo com artigos, reportagens, crônicas e notas sobre temas locais, nacionais e internacionais. Resenhas, dicas e outros toques...
domingo, 31 de janeiro de 2010
DOMINGO COM MAIAKÓVSKI
E ENTÃO, QUE QUEREIS?
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Maiakóvski
sábado, 30 de janeiro de 2010
COMUNISTAS DIVULGAM CARTA AO POVO DO MARANHÃO
Pré-candidato a governador do Maranhão, o deputado federal Flavio Dino (PC do B) percorreu várias entidades do movimento sindical, igrejas e a OAB para divulgar uma carta na qual faz uma breve síntese da situação do Maranhão e conclama as forças progressistas à unidade em torno de um projeto de desenvolvimento.
O texto acautela-se sobre a definição do nome de Flavio Dino como candidato a governador, devido à legislação eleitoral. Na sede da CUT, o deputado reuniu-se com vários dirigentes que lhe manifestaram apoio.
A foto é de Marlon Henrique. Abaixo, o texto.
CARTA DO PC do B AO POVO DO MARANHÃO
“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá”
Ao longo da história do nosso Partido, sempre estivemos em busca dos mesmos objetivos: desenvolver o Brasil, com soberania e justiça social. Do mesmo modo, temos muita fé no Maranhão. Não nos conformamos com a amarga contradição que marca a nossa realidade: temos rios, mar, campos, terras férteis, povo trabalhador e empresários empreendedores; mas mesmo assim nosso estado ocupa o último lugar em desenvolvimento e convivemos com injustificáveis níveis de pobreza e exclusão social.
Essa situação é tão forte que às vezes parece invencível. Mas isso não é verdade. Nós não precisamos e não devemos nos conformar com essa realidade. O governo Lula deu o exemplo e mostrou ao Brasil e ao mundo que é possível, sim, mudar, diminuir a pobreza e ao mesmo tempo gerar desenvolvimento. Queremos fazer no Maranhão o que Lula está fazendo no Brasil.
Hoje o Maranhão quer mudanças, que nos permitam olhar para frente, com esperança, com otimismo, confiantes de que estamos no caminho certo em direção a um futuro melhor para nossas famílias. Mudança para valer, que transforme o nosso imenso potencial humano e natural em prosperidade para todos.
O Maranhão precisa de um novo projeto de desenvolvimento, aberto a todos, que aproveite o que há de melhor na capacidade criativa dos nossos trabalhadores, dos nossos empresários, da nossa comunidade acadêmica, para gerar novas soluções para antigos problemas, priorizando os mais pobres, os pequenos, os tradicionalmente esquecidos, com honestidade e participação popular.
Esse projeto será obra de um grande movimento das forças políticas progressistas, da sociedade civil, de todos os homens e mulheres de boa vontade. Há um chamado para que não apenas viremos a página da história, mas escrevamos um novo livro: o livro do Maranhão forte, democrático, justo e desenvolvido.
Por isso, conclamamos todas as forças que querem transformar o nosso estado para melhor a se unirem em defesa do Maranhão.
Façamos um amplo debate político, visando à elaboração coletiva de uma proposta capaz de mudar o Maranhão. E mobilizemos todo o povo para a grande tarefa que a história nos desafia a desempenhar.
São Luís, 27 de janeiro de 2010.
Comissão Política Estadual do PC do B no Maranhão
O texto acautela-se sobre a definição do nome de Flavio Dino como candidato a governador, devido à legislação eleitoral. Na sede da CUT, o deputado reuniu-se com vários dirigentes que lhe manifestaram apoio.
A foto é de Marlon Henrique. Abaixo, o texto.
CARTA DO PC do B AO POVO DO MARANHÃO
“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá”
Ao longo da história do nosso Partido, sempre estivemos em busca dos mesmos objetivos: desenvolver o Brasil, com soberania e justiça social. Do mesmo modo, temos muita fé no Maranhão. Não nos conformamos com a amarga contradição que marca a nossa realidade: temos rios, mar, campos, terras férteis, povo trabalhador e empresários empreendedores; mas mesmo assim nosso estado ocupa o último lugar em desenvolvimento e convivemos com injustificáveis níveis de pobreza e exclusão social.
Essa situação é tão forte que às vezes parece invencível. Mas isso não é verdade. Nós não precisamos e não devemos nos conformar com essa realidade. O governo Lula deu o exemplo e mostrou ao Brasil e ao mundo que é possível, sim, mudar, diminuir a pobreza e ao mesmo tempo gerar desenvolvimento. Queremos fazer no Maranhão o que Lula está fazendo no Brasil.
Hoje o Maranhão quer mudanças, que nos permitam olhar para frente, com esperança, com otimismo, confiantes de que estamos no caminho certo em direção a um futuro melhor para nossas famílias. Mudança para valer, que transforme o nosso imenso potencial humano e natural em prosperidade para todos.
O Maranhão precisa de um novo projeto de desenvolvimento, aberto a todos, que aproveite o que há de melhor na capacidade criativa dos nossos trabalhadores, dos nossos empresários, da nossa comunidade acadêmica, para gerar novas soluções para antigos problemas, priorizando os mais pobres, os pequenos, os tradicionalmente esquecidos, com honestidade e participação popular.
Esse projeto será obra de um grande movimento das forças políticas progressistas, da sociedade civil, de todos os homens e mulheres de boa vontade. Há um chamado para que não apenas viremos a página da história, mas escrevamos um novo livro: o livro do Maranhão forte, democrático, justo e desenvolvido.
Por isso, conclamamos todas as forças que querem transformar o nosso estado para melhor a se unirem em defesa do Maranhão.
Façamos um amplo debate político, visando à elaboração coletiva de uma proposta capaz de mudar o Maranhão. E mobilizemos todo o povo para a grande tarefa que a história nos desafia a desempenhar.
São Luís, 27 de janeiro de 2010.
Comissão Política Estadual do PC do B no Maranhão
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
SEXTA POÉTICA
RABO-DE-ARRAIA
Paulo Melo Sousa *
com a raiva dos loucos que se mutilam sem explicação
mergulho no incêndio das palavras mais puras
parindo um grito laborado pela rebeldia dos ímpares
rude como a pedra que não se dobra à lapidação
livre como um berro sem amarras para sempre
ejaculando nas criaturas bem comportadas
a bárbara selvageria de um poema indomesticável
* Paulo Melo Sousa é jornalista, poeta e ambientalista. Vencedor de vários prêmios literários, é autor de "Oráculo de Lúcifer" e "Visagem". Mora em São Luís.
Paulo Melo Sousa *
com a raiva dos loucos que se mutilam sem explicação
mergulho no incêndio das palavras mais puras
parindo um grito laborado pela rebeldia dos ímpares
rude como a pedra que não se dobra à lapidação
livre como um berro sem amarras para sempre
ejaculando nas criaturas bem comportadas
a bárbara selvageria de um poema indomesticável
* Paulo Melo Sousa é jornalista, poeta e ambientalista. Vencedor de vários prêmios literários, é autor de "Oráculo de Lúcifer" e "Visagem". Mora em São Luís.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
FLAVIO DINO COM MAIS MOVIMENTO
O deputado federal Flavio Dino (PC do B) começa a montar uma agenda de maior visibilidade em torno de sua pré-candidatura ao governo do Maranhão.
Antes reservadas aos bastidores, as conversas com as lideranças do PT e do PSB, a princípio os parceiros dos comunistas, tendem a ser ampliadas.
Nesta sexta, Dino reúne os jornalistas para divulgar a Carta ao Povo do Maranhão, na qual reitera sua disposição de entrar na disputa rumo ao Palácio dos Leões.
A carta é também um convite aos partidos e entidades do chamado campo democrático-popular pela unidade em torno de um programa de mudanças para o Maranhão.
Antes reservadas aos bastidores, as conversas com as lideranças do PT e do PSB, a princípio os parceiros dos comunistas, tendem a ser ampliadas.
Nesta sexta, Dino reúne os jornalistas para divulgar a Carta ao Povo do Maranhão, na qual reitera sua disposição de entrar na disputa rumo ao Palácio dos Leões.
A carta é também um convite aos partidos e entidades do chamado campo democrático-popular pela unidade em torno de um programa de mudanças para o Maranhão.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
O SAMBA DO CRIOULO DOIDO E O ROCK DO BRANCO BIPOLAR
por Samuel Marinho *
Próximo ao Carnaval, estão por vir ao Brasil duas das maiores bandas de pop-rock cantado em inglês: Coldplay e The Cranberries.
Difícil é fazer uma conexão entre as duas coisas: o carnaval brasileiro e o britpop britânico e irlandês.
Mas o sábio Luiz Melodia um dia nos deu sem querer a resposta: “O carnaval, o carnaval, eu fico tão triste quando chega o carnaval (...)”.
Os irlandeses do The Cranberries, com carreira interrompida há alguns anos, escolheram então os tristes trópicos para retomar o fio condutor perdido há quase uma década, desde o álbum Wake Up and Smell the Coffee (2001).
Provavelmente estará no set list dos shows que ocorrerão no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre no final de janeiro e início de fevereiro, sucessos que embalaram o mundo desde o início da década de noventa como “Dreams”, “Linger”, “Ode to my family”, “When you´re Gone”, “Zoombie”, “Free to Decide”, “Animal Instinct”, dentre outras canções autorais na voz inconfundível de Dolores O´Riordan.
Por outro lado, o Coldpaly, tida como a banda de rock mais bem sucedida da atualidade, e também a mais acusada de plágio de todos os tempos, deve reproduzir sua extensa lista de baladas para inverno que já invadiram e confundiram o imaginário coletivo: “The Scientist”, “Clocks”, “Viva la vida”, “Trouble”, ‘Yellow “ e “In my place”, só pra citar algumas.
O público terá a oportunidade de ver em plena Praça da Apoteose no Rio de Janeiro no dia 28 de fevereiro e no estádio do Morumbi em São Paulo no dia 3 de março como o Coldplay pegou a faceta mais pop do Radiohead e conseguiu radicalizá-la com êxito.
Vale ressaltar que, sob o aspecto artístico, o som de Thom Yorke e companhia é muito mais convidativo e perturbador e o Radiohead é referência assumida do Coldplay.
Entretanto, pela força da dialética é uma obrigação reconhecer o poder de comoção das baladas públicas do Coldplay, algo lamentavelmente perdido pelo Radiohead nos discos da fase pós OK Computer.
Como disse Renato Russo, seguramente nosso elo mais forte com a temática e forma conturbadas desse britpop britânico-irlandês, próximo ao lançamento do sugestivo “O descobrimento do brasil” em 1993: “Que se dane o país do Futebol e do Carnaval!”
Era a resposta do vocalista da Legião quando foi questionado sobre as datas daquela que seria a última turnê da banda, a começar em pleno carnaval e se estender até a Copa de 94.
Pra usar um bardo poético dos novos britânicos que hão de passear na garoa de sampa e apresentar em terras tupiniquins seu rock do branco bipolar: Viva la vida!
E tenham todos uma ótima quarta-feira de cinzas.
Próximo ao Carnaval, estão por vir ao Brasil duas das maiores bandas de pop-rock cantado em inglês: Coldplay e The Cranberries.
Difícil é fazer uma conexão entre as duas coisas: o carnaval brasileiro e o britpop britânico e irlandês.
Mas o sábio Luiz Melodia um dia nos deu sem querer a resposta: “O carnaval, o carnaval, eu fico tão triste quando chega o carnaval (...)”.
Os irlandeses do The Cranberries, com carreira interrompida há alguns anos, escolheram então os tristes trópicos para retomar o fio condutor perdido há quase uma década, desde o álbum Wake Up and Smell the Coffee (2001).
Provavelmente estará no set list dos shows que ocorrerão no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre no final de janeiro e início de fevereiro, sucessos que embalaram o mundo desde o início da década de noventa como “Dreams”, “Linger”, “Ode to my family”, “When you´re Gone”, “Zoombie”, “Free to Decide”, “Animal Instinct”, dentre outras canções autorais na voz inconfundível de Dolores O´Riordan.
Por outro lado, o Coldpaly, tida como a banda de rock mais bem sucedida da atualidade, e também a mais acusada de plágio de todos os tempos, deve reproduzir sua extensa lista de baladas para inverno que já invadiram e confundiram o imaginário coletivo: “The Scientist”, “Clocks”, “Viva la vida”, “Trouble”, ‘Yellow “ e “In my place”, só pra citar algumas.
O público terá a oportunidade de ver em plena Praça da Apoteose no Rio de Janeiro no dia 28 de fevereiro e no estádio do Morumbi em São Paulo no dia 3 de março como o Coldplay pegou a faceta mais pop do Radiohead e conseguiu radicalizá-la com êxito.
Vale ressaltar que, sob o aspecto artístico, o som de Thom Yorke e companhia é muito mais convidativo e perturbador e o Radiohead é referência assumida do Coldplay.
Entretanto, pela força da dialética é uma obrigação reconhecer o poder de comoção das baladas públicas do Coldplay, algo lamentavelmente perdido pelo Radiohead nos discos da fase pós OK Computer.
Como disse Renato Russo, seguramente nosso elo mais forte com a temática e forma conturbadas desse britpop britânico-irlandês, próximo ao lançamento do sugestivo “O descobrimento do brasil” em 1993: “Que se dane o país do Futebol e do Carnaval!”
Era a resposta do vocalista da Legião quando foi questionado sobre as datas daquela que seria a última turnê da banda, a começar em pleno carnaval e se estender até a Copa de 94.
Pra usar um bardo poético dos novos britânicos que hão de passear na garoa de sampa e apresentar em terras tupiniquins seu rock do branco bipolar: Viva la vida!
E tenham todos uma ótima quarta-feira de cinzas.
* Samuel Marinho é colaborador deste blogue, contador e servidor público federal.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
FALTA UMA AGENDA PARA O CAMPO DEMOCRÁTICO NO MARANHÃO
É lugar comum dizer que política se faz com gestos, acenos e compromissos.
Partindo desse abecedário, observa-se o desenrolar da sucessão estadual com preocupação acerca da pré-candidatura construída a princípio pelo PT, PC do B e PSB.
Ninguém duvida do entusiasmo e da disposição do deputado federal Flávio Dino (PC do B) para disputar a eleição de governador.
Dino está posto como a terceira força política, alternativa aos grupos tradicionais liderados por José Sarney (PMDB) e Jackson Lago (PDT). E tem boas chances de ganhar a eleição.
Diariamente lê-se na internet e nos jornais que a pré-candidatura do deputado é pra valer.
Os comunistas movimentam-se rapidamente no interior do Maranhão, construindo as bases para a campanha.
No entanto, falta avançar na costura da aliança, consolidando o compromisso principalmente com o PT, detentor do precioso tempo de propaganda eleitoral e militância no estado.
Seria interessante uma conversa pública entre petistas e comunistas sobre a sucessão, reunindo o pré-candidato Flavio Dino e o presidente eleito do PT Raimundo Monteiro, com a participação de todas as lideranças petistas que endossam este projeto.
É fato que a decisão do PT sobre política de alianças só será tomada no encontro estadual de março, mas é salutar que algumas conversas sejam iniciadas desde agora.
O PT está livre do Processo de Eleições Diretas (PED), que o imobilizava desde o ano passado até meados de janeiro.
Com a chegada do carnaval, é o momento de colocar o bloco da esquerda na rua, convocar a militância e começar a discutir com ênfase a candidatura.
Jornais e blogues afinados com a candidatura de Flavio Dino estão ávidos por um fato político e uma foto dos petistas, comunistas e socialistas selando um pré-acordo.
É preciso começar a pensar, também, em um esboço de programa de governo, conclamando os movimentos sociais, pesquisadores e comunidades para formatar o discurso e os eixos da campanha.
O Maranhão precisa sair desse bucolismo, talvez inspirado na Carta de Pero Vaz de Caminha, pregando que nesta terra, em se plantando, tudo dá.
Chegou a hora de romper com o atraso econômico e tecnológico do Maranhão e dar um choque de modernidade em nossas atividades produtivas.
Não há mais condições para o homem do campo maranhense trabalhar na agricultura com ferramentas medievais como foice, facão e enxada.
A nossa pequena e média agricultura precisa de um novo arranjo produtivo, no qual a tecnologia é fundamental para a otimização da economia local, respeitando o meio ambiente.
Os pesquisadores da UFMA, UEMA, Instituto Federal (ex-CEFET), Univima e outros precisam ser convocados e sensibilizados para construir o Maranhão moderno, progressista e sustentável.
Esta partilha cabe também ao setor privado. Um governo de inspiração democrático-popular tem a missão de liderar um pacto pelo desenvolvimento do estado, chamando os empresários também a essa responsabilidade.
São muitas tarefas e sonhos, mas elas só serão concretizadas se os primeiros gestos entrarem em cena. Os adversários estão na frente, mas não significa que vencerão a batalha.
O PT, o PC do B e o PSB não podem dar muitos passos atrás, senão perdem a oportunidade de cavalgar no cavalo selado que demora a passar. E quando vem, passa rápido demais.
Partindo desse abecedário, observa-se o desenrolar da sucessão estadual com preocupação acerca da pré-candidatura construída a princípio pelo PT, PC do B e PSB.
Ninguém duvida do entusiasmo e da disposição do deputado federal Flávio Dino (PC do B) para disputar a eleição de governador.
Dino está posto como a terceira força política, alternativa aos grupos tradicionais liderados por José Sarney (PMDB) e Jackson Lago (PDT). E tem boas chances de ganhar a eleição.
Diariamente lê-se na internet e nos jornais que a pré-candidatura do deputado é pra valer.
Os comunistas movimentam-se rapidamente no interior do Maranhão, construindo as bases para a campanha.
No entanto, falta avançar na costura da aliança, consolidando o compromisso principalmente com o PT, detentor do precioso tempo de propaganda eleitoral e militância no estado.
Seria interessante uma conversa pública entre petistas e comunistas sobre a sucessão, reunindo o pré-candidato Flavio Dino e o presidente eleito do PT Raimundo Monteiro, com a participação de todas as lideranças petistas que endossam este projeto.
É fato que a decisão do PT sobre política de alianças só será tomada no encontro estadual de março, mas é salutar que algumas conversas sejam iniciadas desde agora.
O PT está livre do Processo de Eleições Diretas (PED), que o imobilizava desde o ano passado até meados de janeiro.
Com a chegada do carnaval, é o momento de colocar o bloco da esquerda na rua, convocar a militância e começar a discutir com ênfase a candidatura.
Jornais e blogues afinados com a candidatura de Flavio Dino estão ávidos por um fato político e uma foto dos petistas, comunistas e socialistas selando um pré-acordo.
É preciso começar a pensar, também, em um esboço de programa de governo, conclamando os movimentos sociais, pesquisadores e comunidades para formatar o discurso e os eixos da campanha.
O Maranhão precisa sair desse bucolismo, talvez inspirado na Carta de Pero Vaz de Caminha, pregando que nesta terra, em se plantando, tudo dá.
Chegou a hora de romper com o atraso econômico e tecnológico do Maranhão e dar um choque de modernidade em nossas atividades produtivas.
Não há mais condições para o homem do campo maranhense trabalhar na agricultura com ferramentas medievais como foice, facão e enxada.
A nossa pequena e média agricultura precisa de um novo arranjo produtivo, no qual a tecnologia é fundamental para a otimização da economia local, respeitando o meio ambiente.
Os pesquisadores da UFMA, UEMA, Instituto Federal (ex-CEFET), Univima e outros precisam ser convocados e sensibilizados para construir o Maranhão moderno, progressista e sustentável.
Esta partilha cabe também ao setor privado. Um governo de inspiração democrático-popular tem a missão de liderar um pacto pelo desenvolvimento do estado, chamando os empresários também a essa responsabilidade.
São muitas tarefas e sonhos, mas elas só serão concretizadas se os primeiros gestos entrarem em cena. Os adversários estão na frente, mas não significa que vencerão a batalha.
O PT, o PC do B e o PSB não podem dar muitos passos atrás, senão perdem a oportunidade de cavalgar no cavalo selado que demora a passar. E quando vem, passa rápido demais.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
GILDOMAR MARINHO FAZ SHOW EM SÃO LUÍS
Atualmente residindo em Fortaleza-CE, o cantor e compositor Gildomar Marinho, de passagem por São Luís, se apresenta nesta quinta-feira, 21, às 19h30min, no Restaurante Cantinho da Estrela (rua do Giz, 175, Praia Grande, em frente à Praça Valdelino Cécio).
Gildomar Marinho lançou, ano passado, Olho de Boi, seu disco de estréia, com shows em Imperatriz e São Luís. O repertório, completamente autoral, faz um apanhado de mais de vinte anos de produção musical, até então restrita a um círculo de amigos e colegas de trabalho: o artista é bancário.
“Os amigos sempre insistiram para que eu gravasse um disco e pudesse registrar canções que entre eles já tinham algum sucesso. Diziam que às vezes sentiam vontade de ouvir e eu não estava por perto para tocá-las ao violão”, conta Gildomar.
“Apresentamos projeto ao Banco do Nordeste, dentro do programa Cultura da Gente, que valoriza o fazer artístico da prata da casa, e tivemos a felicidade de ter o trabalho selecionado”, explica, sobre a realização de Olho de Boi, ele que já está com projeto aprovado para um segundo trabalho, a ser lançado provavelmente ainda em 2010.
Os repertórios do disco de estréia e do provisoriamente intitulado Pedra de Cantaria serão apresentados ao público do Cantinho da Estrela, além de clássicos da MPB.
“Tocaremos músicas nossas, mas será uma apresentação de voz e violão, esquema barzinho mesmo. A idéia é reunir amigos e interessados em música brasileira em geral”, afirma.
A cantora Lena Machado – que recentemente gravou dele o blues Gracejo, em seu segundo disco, Samba de Minha Aldeia – fará participação especial na apresentação.
Sobre Gildomar – Natural de Santa Inês, Gildomar Marinho mudou-se ainda criança para Imperatriz/MA, onde ingressou no Banco do Nordeste. Dali foi transferido para Fortaleza/CE, onde passou a década de 90 inteira.
Lá tocou na noite e teve seu próprio bar, o universitário Pertinho do Céu, além de ter se formado no curso de Licenciatura em Música, pela Universidade Estadual do Ceará. De lá regressou à São Luís, onde ficou até meados do ano passado.
Seu segundo disco deverá ser gravado na capital cearense e contará, entre outros, com participações especiais de Carlinhos Veloz e Erasmo Dibell, com quem o artista conviveu musicalmente às margens do Rio Tocantins, quando ainda morava em Imperatriz, e da cantora Lena Machado.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Gildomar Marinho lançou, ano passado, Olho de Boi, seu disco de estréia, com shows em Imperatriz e São Luís. O repertório, completamente autoral, faz um apanhado de mais de vinte anos de produção musical, até então restrita a um círculo de amigos e colegas de trabalho: o artista é bancário.
“Os amigos sempre insistiram para que eu gravasse um disco e pudesse registrar canções que entre eles já tinham algum sucesso. Diziam que às vezes sentiam vontade de ouvir e eu não estava por perto para tocá-las ao violão”, conta Gildomar.
“Apresentamos projeto ao Banco do Nordeste, dentro do programa Cultura da Gente, que valoriza o fazer artístico da prata da casa, e tivemos a felicidade de ter o trabalho selecionado”, explica, sobre a realização de Olho de Boi, ele que já está com projeto aprovado para um segundo trabalho, a ser lançado provavelmente ainda em 2010.
Os repertórios do disco de estréia e do provisoriamente intitulado Pedra de Cantaria serão apresentados ao público do Cantinho da Estrela, além de clássicos da MPB.
“Tocaremos músicas nossas, mas será uma apresentação de voz e violão, esquema barzinho mesmo. A idéia é reunir amigos e interessados em música brasileira em geral”, afirma.
A cantora Lena Machado – que recentemente gravou dele o blues Gracejo, em seu segundo disco, Samba de Minha Aldeia – fará participação especial na apresentação.
Sobre Gildomar – Natural de Santa Inês, Gildomar Marinho mudou-se ainda criança para Imperatriz/MA, onde ingressou no Banco do Nordeste. Dali foi transferido para Fortaleza/CE, onde passou a década de 90 inteira.
Lá tocou na noite e teve seu próprio bar, o universitário Pertinho do Céu, além de ter se formado no curso de Licenciatura em Música, pela Universidade Estadual do Ceará. De lá regressou à São Luís, onde ficou até meados do ano passado.
Seu segundo disco deverá ser gravado na capital cearense e contará, entre outros, com participações especiais de Carlinhos Veloz e Erasmo Dibell, com quem o artista conviveu musicalmente às margens do Rio Tocantins, quando ainda morava em Imperatriz, e da cantora Lena Machado.
Fonte: Assessoria de Comunicação
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
FÓRUM QUESTIONA HOSPITAL NO PARQUE DO BACANGA
CONSTRUÇÃO PODE ATINGIR MANANCIAIS QUE ABASTECEM SÃO LUÍS
O Fórum de Saneamento Ambiental promove nesta quarta-feira 20, às 8h30, evento para jornalistas e comunidade científica, que inclui café da manhã e visita de campo ao Parque Estadual do Bacanga.
A Prefeitura de São Luís pretende construir um hospital dentro do parque, uma área de preservação ambiental e origem de 20% da água que abastece a capital, segundo levantamento do fórum.
Há indícios de que a construção do hospital abrirá caminho para a especulação imobiliária no Parque Estadual do Bacanga, a exemplo do que já ocorre na Estação do Rangedor, no Calhau, onde foi construída a nova sede da Assembléia Legislativa.
Programação - Às 9 horas haverá uma visita de campo pela trilha de acesso ao Tirirical e ao manancial Mãe Isabel, com acompanhamento de um técnico explicando o que cada área representa para a produção de água na cidade de São Luís.
O ponto de encontro para a trilha será a Estação de Tratamento de Água do Sacavém (entrada em frente à Rodoviária de São Luís).
O Fórum, composto por várias entidades sindicais e alguns órgãos, quer sensibilizar para a necessidade de debater com mais cuidado e responsabilidade a construção de um Hospital Público e outros empreendimentos na área do Parque Estadual do Bacanga.
Integram o Fórum de Saneamento Ambiental a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), CUT, Sindicato dos Urbanitários, Sindicato dos Previdenciários, Associação de Saúde da Periferia (ASP), Pastorais Sociais, Comitê Rio das Bicas, Sindicato dos Servidores Federais (SINDSEP), Funasa, Fórum da Moradia, ONG Ilha Verde, Agema, Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEMA e Amavida.
Fonte: Assessoria de Comunicação
O Fórum de Saneamento Ambiental promove nesta quarta-feira 20, às 8h30, evento para jornalistas e comunidade científica, que inclui café da manhã e visita de campo ao Parque Estadual do Bacanga.
A Prefeitura de São Luís pretende construir um hospital dentro do parque, uma área de preservação ambiental e origem de 20% da água que abastece a capital, segundo levantamento do fórum.
Há indícios de que a construção do hospital abrirá caminho para a especulação imobiliária no Parque Estadual do Bacanga, a exemplo do que já ocorre na Estação do Rangedor, no Calhau, onde foi construída a nova sede da Assembléia Legislativa.
Programação - Às 9 horas haverá uma visita de campo pela trilha de acesso ao Tirirical e ao manancial Mãe Isabel, com acompanhamento de um técnico explicando o que cada área representa para a produção de água na cidade de São Luís.
O ponto de encontro para a trilha será a Estação de Tratamento de Água do Sacavém (entrada em frente à Rodoviária de São Luís).
O Fórum, composto por várias entidades sindicais e alguns órgãos, quer sensibilizar para a necessidade de debater com mais cuidado e responsabilidade a construção de um Hospital Público e outros empreendimentos na área do Parque Estadual do Bacanga.
Integram o Fórum de Saneamento Ambiental a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), CUT, Sindicato dos Urbanitários, Sindicato dos Previdenciários, Associação de Saúde da Periferia (ASP), Pastorais Sociais, Comitê Rio das Bicas, Sindicato dos Servidores Federais (SINDSEP), Funasa, Fórum da Moradia, ONG Ilha Verde, Agema, Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEMA e Amavida.
Fonte: Assessoria de Comunicação
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
HERDEIROS DE PINOCHET VOLTAM AO PODER NO CHILE
O megaempresário Sebastián Piñera venceu as eleições presidenciais do Chile, neste domingo, contra o candidato de centro-esquerda Eduardo Frei.
Numa eleição disputadíssima, o primeiro colocado obteve 51,61% dos votos; o segundo 48,38%. O resultado quebra um ciclo de 20 anos de poder da frente centro-esquerdista Concertação, liderada atualmente pela presidente Michele Bachelet.
Mesmo com 80% de aprovação popular, Bachelet não conseguiu transferir votos para seu candidato Eduardo Frei, que já havia governado o Chile de 1994 a 2000.
Currículo - Piñera é considerado o "Berlusconi" do Chile, em alusão ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, empresário do ramo de comunicações e outros negócios, uma espécie de Roberto Marinho à italiana.
O vencedor é também remanescente de uma das mais sanguinárias ditaduras latino-americanas, comandada pelo general Augusto Pinochet no Chile. Apesar do estilo moderno e negociante arrojado, Piñera é na verdade um playboy dos Andes.
Há quem compare a eleição no Chile com a disputa no Brasil em 2010. Os liberais do DEM e do PSDB acham que Lula é a Bachelet de calça e não vai conseguir eleger sua candidata Dilma Roussef à Presidência da República.
Vamos ver.
Numa eleição disputadíssima, o primeiro colocado obteve 51,61% dos votos; o segundo 48,38%. O resultado quebra um ciclo de 20 anos de poder da frente centro-esquerdista Concertação, liderada atualmente pela presidente Michele Bachelet.
Mesmo com 80% de aprovação popular, Bachelet não conseguiu transferir votos para seu candidato Eduardo Frei, que já havia governado o Chile de 1994 a 2000.
Currículo - Piñera é considerado o "Berlusconi" do Chile, em alusão ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, empresário do ramo de comunicações e outros negócios, uma espécie de Roberto Marinho à italiana.
O vencedor é também remanescente de uma das mais sanguinárias ditaduras latino-americanas, comandada pelo general Augusto Pinochet no Chile. Apesar do estilo moderno e negociante arrojado, Piñera é na verdade um playboy dos Andes.
Há quem compare a eleição no Chile com a disputa no Brasil em 2010. Os liberais do DEM e do PSDB acham que Lula é a Bachelet de calça e não vai conseguir eleger sua candidata Dilma Roussef à Presidência da República.
Vamos ver.
domingo, 17 de janeiro de 2010
ADRIANA PARTIMPIM E A MORTE DA INFÂNCIA
por Samuel Marinho *
Já faz algum tempo que nos acostumamos à voz doce e às composições emocionadas de Adriana Calcanhotto. Bastaria canções como “Metade”, “Mentiras”, “Esquadros”, “Vambora” e “Depois de ter você”, só pra citar algumas, para torná-la inesquecível.
Nem precisaria ela ter emprestado algumas músicas marcantes para as vozes de Maria Bethânia ou Leila Pinheiro.
Ela nem precisaria se arriscar em musicar versos de Mário de Sá Carneiro e se doar a experimentalismos poéticos com Wally Salomão, Ferreira Gullar, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Arnaldo Antunes.
Não precisaria também ter comido Caetano cru “pelado por bacantes num espetáculo”, deixando bem expressa sua visão lúdica da antropofagia, uma de suas marcas.
Mas a música de Adriana parece o tempo inteiro evoluir para algo surpreendentemente belo e indizível, no campo onde as palavras não chegam e talvez somente a música alcance, embora sempre triunfe a palavra, plena, na intenção artística da compositora gaúcha.
Isso é Adriana Partimpim: um heterônimo criado pela artista para dar a vida ao apelido de infância que ganhou do pai.
Uma proposta mais sincera impossível.
Com esse novo projeto a voz da cantora já parece ter sido feita para ninar adultos e crianças.
De uma licença poética, porém, até o projeto lançado em 2004, foram anos de lapidação.
Sucesso de público e crítica, recebendo diversos prêmios, os mais inusitados possíveis, Adriana Partimpim 1, ganhou disco de ouro e recebeu o selo de “altamente recomendável para crianças e adolescentes” pelo Ministério da Justiça.
Numa continuação quase obrigatória, Adriana consegue agora se superar neste segundo e surpreso projeto que inclui de Caetano a Bob Dylan por Zé Ramalho, a Olodum e João Gilberto pela própria Adriana. Não entenderam a mistura? É que no mundo fantástico de Partimpim “todo mundo pode / pode tudo” como revela a canção carnavalesca que abre o disco “Baile Partimcundum”.
O resultado é comovente assim como redescobrir a própria infância: não teria como revelá-lo aqui com qualquer adjetivo que eu tentasse usar.
É inevitável que alguns críticos indiquem uma “repetição de fórmula” em Adriana Partimpim 2 como se um projeto genial pudesse assim se esgotar tão rapidamente. Mas afinal quem liga para os críticos?
A versão para “Gatinha Manhosa” deve arrebatar mais uma vez o grande público: está aos moldes de “Fico Assim Sem Você”, versão para música de Claudinho e Bochecha que surpreendeu a todos no lançamento de 2004.
O segundo álbum do projeto Partimpim consegue a proeza de superar o primeiro e marcar de vez com dedos manchados de tinta um fato inusitado na música brasileira: uma cantora e compositora já consagrada pelo seu trabalho autoral revela um alterego capaz de uma comunicação incrível, maior até do que suas próprias “canções adultas”.
Futuramente Adriana Calcanhotto corre o risco de ser ofuscada por Adriana Partimpim, tamanha a simpatia do público de todas as idades pela personagem infantil.
Em um momento no qual se discute tão acirradamente a morte da infância, é um bálsamo ouvir a luz do canto de Adriana ressuscitar tempos que não voltam mais.
* Samuel Marinho é colaborador deste blogue, contador e servidor público federal.
Já faz algum tempo que nos acostumamos à voz doce e às composições emocionadas de Adriana Calcanhotto. Bastaria canções como “Metade”, “Mentiras”, “Esquadros”, “Vambora” e “Depois de ter você”, só pra citar algumas, para torná-la inesquecível.
Nem precisaria ela ter emprestado algumas músicas marcantes para as vozes de Maria Bethânia ou Leila Pinheiro.
Ela nem precisaria se arriscar em musicar versos de Mário de Sá Carneiro e se doar a experimentalismos poéticos com Wally Salomão, Ferreira Gullar, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Arnaldo Antunes.
Não precisaria também ter comido Caetano cru “pelado por bacantes num espetáculo”, deixando bem expressa sua visão lúdica da antropofagia, uma de suas marcas.
Mas a música de Adriana parece o tempo inteiro evoluir para algo surpreendentemente belo e indizível, no campo onde as palavras não chegam e talvez somente a música alcance, embora sempre triunfe a palavra, plena, na intenção artística da compositora gaúcha.
Isso é Adriana Partimpim: um heterônimo criado pela artista para dar a vida ao apelido de infância que ganhou do pai.
Uma proposta mais sincera impossível.
Com esse novo projeto a voz da cantora já parece ter sido feita para ninar adultos e crianças.
De uma licença poética, porém, até o projeto lançado em 2004, foram anos de lapidação.
Sucesso de público e crítica, recebendo diversos prêmios, os mais inusitados possíveis, Adriana Partimpim 1, ganhou disco de ouro e recebeu o selo de “altamente recomendável para crianças e adolescentes” pelo Ministério da Justiça.
Numa continuação quase obrigatória, Adriana consegue agora se superar neste segundo e surpreso projeto que inclui de Caetano a Bob Dylan por Zé Ramalho, a Olodum e João Gilberto pela própria Adriana. Não entenderam a mistura? É que no mundo fantástico de Partimpim “todo mundo pode / pode tudo” como revela a canção carnavalesca que abre o disco “Baile Partimcundum”.
O resultado é comovente assim como redescobrir a própria infância: não teria como revelá-lo aqui com qualquer adjetivo que eu tentasse usar.
É inevitável que alguns críticos indiquem uma “repetição de fórmula” em Adriana Partimpim 2 como se um projeto genial pudesse assim se esgotar tão rapidamente. Mas afinal quem liga para os críticos?
A versão para “Gatinha Manhosa” deve arrebatar mais uma vez o grande público: está aos moldes de “Fico Assim Sem Você”, versão para música de Claudinho e Bochecha que surpreendeu a todos no lançamento de 2004.
O segundo álbum do projeto Partimpim consegue a proeza de superar o primeiro e marcar de vez com dedos manchados de tinta um fato inusitado na música brasileira: uma cantora e compositora já consagrada pelo seu trabalho autoral revela um alterego capaz de uma comunicação incrível, maior até do que suas próprias “canções adultas”.
Futuramente Adriana Calcanhotto corre o risco de ser ofuscada por Adriana Partimpim, tamanha a simpatia do público de todas as idades pela personagem infantil.
Em um momento no qual se discute tão acirradamente a morte da infância, é um bálsamo ouvir a luz do canto de Adriana ressuscitar tempos que não voltam mais.
* Samuel Marinho é colaborador deste blogue, contador e servidor público federal.
sábado, 16 de janeiro de 2010
CAUTELA NA REFINARIA
Um investimento do porte da refinaria Premium, importante para o desenvolvimento do Maranhão, deve ser muito bem planejado para evitar que o entrocamento do Munim transforme-se em um lugar caótico.
Sem mão-de-obra especializada, e com poucos centros tecnológicos para viabilizar profissionais do petróleo, o canteiro de obras a princípio será dominado pelos trabalhadores da construção civil.
Grande parte dos impactos da nova Bacabeira virá para São Luís, já suja e com as praias poluídas.
A elite ludovicense que se refugia em Barreirinhas também vai enfrentar problemas com o acesso aos Lençóis Maranhenses por Bacabeira.
Com a construção da refinaria, o fluxo humano adicional de 150 mil pessoas já é um impacto considerável.
Mão-de-obra, transportes, serviços e lazer serão um desafio para os gestores públicos e a iniciativa privada no corredor que se estenderá de São Luís a Miranda do Norte, vazando para os Lençóis Maranhenses a partir de Bacabeira.
Vai ser preciso planejar bem. Senão, vira o caos.
PS: O blogue está com folga nas postagens porque o editor está em férias.
Sem mão-de-obra especializada, e com poucos centros tecnológicos para viabilizar profissionais do petróleo, o canteiro de obras a princípio será dominado pelos trabalhadores da construção civil.
Grande parte dos impactos da nova Bacabeira virá para São Luís, já suja e com as praias poluídas.
A elite ludovicense que se refugia em Barreirinhas também vai enfrentar problemas com o acesso aos Lençóis Maranhenses por Bacabeira.
Com a construção da refinaria, o fluxo humano adicional de 150 mil pessoas já é um impacto considerável.
Mão-de-obra, transportes, serviços e lazer serão um desafio para os gestores públicos e a iniciativa privada no corredor que se estenderá de São Luís a Miranda do Norte, vazando para os Lençóis Maranhenses a partir de Bacabeira.
Vai ser preciso planejar bem. Senão, vira o caos.
PS: O blogue está com folga nas postagens porque o editor está em férias.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
INCÊNDIO DESTRÓI ESTÚDIO NA RÁDIO BACANGA FM
Um curto-circuito provocou incêndio nas instalações da rádio comunitária Bacanga FM, no Anjo da Guarda, às 5 horas da manhã de ontem 12.
O fogo destruiu o estúdio de gravação e todo o sistema de internet que disponibilizava a rádio na rede mundial de computadores.
Os Bombeiros foram acionados, mas só chegaram ao local quando o fogo já havia sido controlado pela equipe da emissora com ajuda dos vizinhos.
A direção da rádio está fazendo um levantamento dos prejuízos e vai fazer uma campanha para recuperar os equipamentos perdidos.
Quem quiser fazer doações em dinheiro ou material, pode entrar em contato com Augusto, diretor da emissora, pelos fones: 3242 1064 e 8876 0212.
Ou pelo e_mail: radiobacangafm@hotmail.com
A rádio comunitária Bacanga levou dez anos para conseguir autorização do Ministério das Comunicações, após uma longa perseguição da Anatel e da Polícia Federal.
O fogo destruiu o estúdio de gravação e todo o sistema de internet que disponibilizava a rádio na rede mundial de computadores.
Os Bombeiros foram acionados, mas só chegaram ao local quando o fogo já havia sido controlado pela equipe da emissora com ajuda dos vizinhos.
A direção da rádio está fazendo um levantamento dos prejuízos e vai fazer uma campanha para recuperar os equipamentos perdidos.
Quem quiser fazer doações em dinheiro ou material, pode entrar em contato com Augusto, diretor da emissora, pelos fones: 3242 1064 e 8876 0212.
Ou pelo e_mail: radiobacangafm@hotmail.com
A rádio comunitária Bacanga levou dez anos para conseguir autorização do Ministério das Comunicações, após uma longa perseguição da Anatel e da Polícia Federal.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
CELSO BORGES EM NOVO LIVRO
Chama-se "Belle Époque" a nova obra literária do jornalista e escritor Celso Borges.
De volta a São Luís, após longa temporada morando em São Paulo, Borges apresentou recentemente o recital multimidiático "A posição da poesia é oposição".
Veja um dos poemas colocados no anúncio de "Belle Époque":
MEA CULPA
falo, blasfemo, grito
como se tudo já tivesse sido dito
em vão
palavras loucas ouvidos moucos
eu sei
do céu ao chão
do sol ao léu
o réu sou eu
De volta a São Luís, após longa temporada morando em São Paulo, Borges apresentou recentemente o recital multimidiático "A posição da poesia é oposição".
Veja um dos poemas colocados no anúncio de "Belle Époque":
MEA CULPA
falo, blasfemo, grito
como se tudo já tivesse sido dito
em vão
palavras loucas ouvidos moucos
eu sei
do céu ao chão
do sol ao léu
o réu sou eu
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
A ESQUERDA NO DIZER DE GULLAR
ESQUERDA, VOLVER
Ferreira Gullar *
O QUE é, hoje, ser de esquerda? Há algumas décadas, era ser contra o imperialismo americano, a favor da reforma agrária e de um governo socialista; para alguns, substituir a "ditadura" da burguesia pela ditadura do proletariado.
Hoje, já não se fala em imperialismo americano e, com raras exceções, todo mundo é a favor da reforma agrária, que se tornou, como é no Brasil, programa de governo. O que é, então, ser de esquerda ou de direita hoje?
Acreditar em Deus já não é ser de direita, uma vez que há até padres que amaldiçoam o capitalismo e outros que abençoam o socialismo.
Opor-se aos Estados Unidos é ser de esquerda, então o aiatolá Khomeini e o presidente Ahmadinejad, dirigentes de um regime teocrático, seriam de esquerda.
Bush era de direita, claro, mas é possível afirmar que Obama, presidente da maior potência capitalista do planeta, é de esquerda?
E o presidente da Venezuela? Não há dúvida de que ele apoia o regime comunista cubano e que critica a três por dois os Estados Unidos, mas é para eles que vende a maior parte do petróleo que seu país produz.
É verdade também que tem estatizado empresas e ameaçado os capitalistas venezuelanos. No entanto, no plano internacional, alguns de seus aliados mais importantes são aqueles mesmos aiatolás, devotos fanáticos tanto de Alá quanto do capital.
De qualquer modo, à falta de melhor qualificação, pode-se dizer que Hugo Chávez é de esquerda, mas uma esquerda que, em vez de pregar a luta de classes entre a burguesia e o proletariado, explora as contradições entre os ricos e os pobres.
Deve-se concluir que os programas assistencialistas, tipo o Bolsa Família, são revolucionários? Esse deslocamento do conflito entre classes sociais é, aliás, um traço que define certa discutível esquerda latino-americana.
O processo histórico mostra que, se a classe operária foi, no passado, a esperança dos revolucionários de esquerda para derrotar o capitalismo, hoje, serve como poder de barganha da elite sindical que, graças a ela, conquistou posições importantes no aparelho de Estado, tornando-se uma espécie de nova classe - os "neopelegos".
Esse fenômeno, no Brasil, alcançou sua plenitude com a ascensão do PT ao poder central do país, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva - fenômeno que deve estar sendo estudado pelos cientistas políticos, enquanto eu me limito a registrá-lo, a partir do que observo no dia a dia.
A referida mudança mostrou-se claramente quando Lula, derrotado em três eleições seguidas para presidente da República, afirmou que, se fosse para perder de novo, não se candidataria mais.
Até ali, ele encarnara o papel de líder operário radical, cujo único "programa" era acabar com a exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. Como o faria, nunca disse.
Aliás, é característica desse tipo de esquerda fazer crer ao povo que, como por milagre, sua simples chegada ao poder porá fim às desigualdades sociais, uma vez que elas seriam o resultado da deliberada exclusão com que os ricos (malvados, por natureza) castigam os pobres.
Claro que eles sabem muito bem que elas são consequências do processo histórico, que encontram no capitalismo sua expressão atual.
O desmonte do modo de produção capitalista na URSS, após a revolução de 1917, resultou em duas décadas de estagnação econômica e fome. É que, nesse terreno, não há milagres.
Lula, que jamais pretendeu fazer revolução, decidiu pôr a bola no chão e dizer a que veio. Aderiu à política econômica de FHC, que dera certo, e prometeu respeitar as regras do jogo capitalista; assim, mesmo sem nenhum projeto para o país, ganhou as eleições.
Pouca gente acreditou que a mudança de Lula fosse para valer, mesmo quando ele escolheu para vice um empresário. Com o PT, surgira o novo pelego, que, disfarçado de revolucionário, igualou seu poder ao do empresariado e, finalmente, chegou à Presidência da República.
Mas o mito do operário redentor se manteve. Assim, Fernando Henrique Cardoso, ao passar a faixa presidencial a Lula, afirmou que se sentia orgulhoso de fazê-lo a um representante da classe operária.
Mera gentileza. De fato, passava-a a um membro da elite sindical, que, para tranquilidade geral do empresariado, entretém os pobres com benesses, à custa do aumento de impostos, que todos nós pagamos.
De qualquer modo, entendo que a dificuldade de definir, hoje, esquerda e direita é consequência do avanço das ideias progressistas. Conhece alguém que se oponha à construção de uma sociedade justa? Eu não conheço. Difícil mesmo é chegar lá.
* Ferreira Gullar é escritor
Ferreira Gullar *
O QUE é, hoje, ser de esquerda? Há algumas décadas, era ser contra o imperialismo americano, a favor da reforma agrária e de um governo socialista; para alguns, substituir a "ditadura" da burguesia pela ditadura do proletariado.
Hoje, já não se fala em imperialismo americano e, com raras exceções, todo mundo é a favor da reforma agrária, que se tornou, como é no Brasil, programa de governo. O que é, então, ser de esquerda ou de direita hoje?
Acreditar em Deus já não é ser de direita, uma vez que há até padres que amaldiçoam o capitalismo e outros que abençoam o socialismo.
Opor-se aos Estados Unidos é ser de esquerda, então o aiatolá Khomeini e o presidente Ahmadinejad, dirigentes de um regime teocrático, seriam de esquerda.
Bush era de direita, claro, mas é possível afirmar que Obama, presidente da maior potência capitalista do planeta, é de esquerda?
E o presidente da Venezuela? Não há dúvida de que ele apoia o regime comunista cubano e que critica a três por dois os Estados Unidos, mas é para eles que vende a maior parte do petróleo que seu país produz.
É verdade também que tem estatizado empresas e ameaçado os capitalistas venezuelanos. No entanto, no plano internacional, alguns de seus aliados mais importantes são aqueles mesmos aiatolás, devotos fanáticos tanto de Alá quanto do capital.
De qualquer modo, à falta de melhor qualificação, pode-se dizer que Hugo Chávez é de esquerda, mas uma esquerda que, em vez de pregar a luta de classes entre a burguesia e o proletariado, explora as contradições entre os ricos e os pobres.
Deve-se concluir que os programas assistencialistas, tipo o Bolsa Família, são revolucionários? Esse deslocamento do conflito entre classes sociais é, aliás, um traço que define certa discutível esquerda latino-americana.
O processo histórico mostra que, se a classe operária foi, no passado, a esperança dos revolucionários de esquerda para derrotar o capitalismo, hoje, serve como poder de barganha da elite sindical que, graças a ela, conquistou posições importantes no aparelho de Estado, tornando-se uma espécie de nova classe - os "neopelegos".
Esse fenômeno, no Brasil, alcançou sua plenitude com a ascensão do PT ao poder central do país, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva - fenômeno que deve estar sendo estudado pelos cientistas políticos, enquanto eu me limito a registrá-lo, a partir do que observo no dia a dia.
A referida mudança mostrou-se claramente quando Lula, derrotado em três eleições seguidas para presidente da República, afirmou que, se fosse para perder de novo, não se candidataria mais.
Até ali, ele encarnara o papel de líder operário radical, cujo único "programa" era acabar com a exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. Como o faria, nunca disse.
Aliás, é característica desse tipo de esquerda fazer crer ao povo que, como por milagre, sua simples chegada ao poder porá fim às desigualdades sociais, uma vez que elas seriam o resultado da deliberada exclusão com que os ricos (malvados, por natureza) castigam os pobres.
Claro que eles sabem muito bem que elas são consequências do processo histórico, que encontram no capitalismo sua expressão atual.
O desmonte do modo de produção capitalista na URSS, após a revolução de 1917, resultou em duas décadas de estagnação econômica e fome. É que, nesse terreno, não há milagres.
Lula, que jamais pretendeu fazer revolução, decidiu pôr a bola no chão e dizer a que veio. Aderiu à política econômica de FHC, que dera certo, e prometeu respeitar as regras do jogo capitalista; assim, mesmo sem nenhum projeto para o país, ganhou as eleições.
Pouca gente acreditou que a mudança de Lula fosse para valer, mesmo quando ele escolheu para vice um empresário. Com o PT, surgira o novo pelego, que, disfarçado de revolucionário, igualou seu poder ao do empresariado e, finalmente, chegou à Presidência da República.
Mas o mito do operário redentor se manteve. Assim, Fernando Henrique Cardoso, ao passar a faixa presidencial a Lula, afirmou que se sentia orgulhoso de fazê-lo a um representante da classe operária.
Mera gentileza. De fato, passava-a a um membro da elite sindical, que, para tranquilidade geral do empresariado, entretém os pobres com benesses, à custa do aumento de impostos, que todos nós pagamos.
De qualquer modo, entendo que a dificuldade de definir, hoje, esquerda e direita é consequência do avanço das ideias progressistas. Conhece alguém que se oponha à construção de uma sociedade justa? Eu não conheço. Difícil mesmo é chegar lá.
* Ferreira Gullar é escritor
sábado, 9 de janeiro de 2010
AS IMAGENS ACHADAS DO NOVO DVD DE ZECA BALEIRO
por Samuel Marinho*
"Uma idéia na cabeça, uma câmera na mão e uma merda na tela..."
É assim que lá pelos extras do novo DVD de Zeca Baleiro, um dos músicos brinca no clima descontraído de making off.
Trata-se do produto final da mais recente turnê do cantor e compositor maranhense, intitulado de "O Coração do Homem-Bomba AO VIVO (Ao vivo mesmo)".
Os parênteses são para justificar a ausência de retoque nas captações diretas do show gravado em junho de 2009 em Belo Horizonte, reduto do Baleiro na sua formação artística, e nos takes em estúdio feitos para ilustrar as canções mais intimistas do projeto inicial.
Brincadeiras à parte, o registro visual soa como uma espécie de "manual prático para empalidecer canções".
O resultado final, uma perfomance morna de palco, mais uma vez peca por não captar a melhor intensidade das apresentações do Baleiro, o que já tinha acontecido no registro do antecessor "Baladas do Asfalto e Outros Blues ao Vivo".
A impressão é de que nenhum dos músicos, nem o próprio Zeca se sentem à vontade diante da obrigação de ter que fazer bem feito para "a posteridade".
Antes que eu seja alvo de baladeiras por parte do seu público mais fiel, pasmem!, é o próprio Baleiro quem me dá a razão.
Questionado certa vez sobre o formato, explicou que não tinha muita afinidade com seus próprios registros visuais: "Toda vez que vejo o produto final de um DVD meu, tenho a impressão de que os melhores show ficaram perdidos por aí."
Quem sou eu para discordar do neotropicalista?
Mais uma vez Zeca Baleiro fica devendo um registro em vídeo à altura de sua trajetória musical.
Que venha logo a sua próxima saga, em estúdio (em estúdio mesmo).
* Samuel Marinho é colaborador deste blogue, contador e servidor público féderal
"Uma idéia na cabeça, uma câmera na mão e uma merda na tela..."
É assim que lá pelos extras do novo DVD de Zeca Baleiro, um dos músicos brinca no clima descontraído de making off.
Trata-se do produto final da mais recente turnê do cantor e compositor maranhense, intitulado de "O Coração do Homem-Bomba AO VIVO (Ao vivo mesmo)".
Os parênteses são para justificar a ausência de retoque nas captações diretas do show gravado em junho de 2009 em Belo Horizonte, reduto do Baleiro na sua formação artística, e nos takes em estúdio feitos para ilustrar as canções mais intimistas do projeto inicial.
Brincadeiras à parte, o registro visual soa como uma espécie de "manual prático para empalidecer canções".
O resultado final, uma perfomance morna de palco, mais uma vez peca por não captar a melhor intensidade das apresentações do Baleiro, o que já tinha acontecido no registro do antecessor "Baladas do Asfalto e Outros Blues ao Vivo".
A impressão é de que nenhum dos músicos, nem o próprio Zeca se sentem à vontade diante da obrigação de ter que fazer bem feito para "a posteridade".
Antes que eu seja alvo de baladeiras por parte do seu público mais fiel, pasmem!, é o próprio Baleiro quem me dá a razão.
Questionado certa vez sobre o formato, explicou que não tinha muita afinidade com seus próprios registros visuais: "Toda vez que vejo o produto final de um DVD meu, tenho a impressão de que os melhores show ficaram perdidos por aí."
Quem sou eu para discordar do neotropicalista?
Mais uma vez Zeca Baleiro fica devendo um registro em vídeo à altura de sua trajetória musical.
Que venha logo a sua próxima saga, em estúdio (em estúdio mesmo).
* Samuel Marinho é colaborador deste blogue, contador e servidor público féderal
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
IMPERATRIZ: ESPOSA DE MADEIRA COTADA PARA A SECRETARIA DE SAÚDE
Um primo, um amigo e a esposa do prefeito Sebastião Madeira (PSDB) formam o triângulo de poder que vai mudar a direção da Secretaria de Saúde de Imperatriz.
O primo do prefeito e controlador-geral do município, Cândido Madeira, pediu e o alcaide demitiu o próprio amigo, Mamede Magalhães, já ex-secretário de Saúde.
No lugar de Magalhães vai ficar a própria esposa do prefeito, Conceição Madeira, titular da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Os problemas na pasta da Saúde começaram logo nos primeiros dias do governo Madeira em Imperatriz.
A casta dos médicos da cidade, uma das mais poderosas da região tocantina, incomodou-se com algumas incertas do prefeito nos postos de saúde.
Endinheirados fazendeiros e donos de muitos negócios, os médicos relaxavam os plantões, principalmente nas unidades da periferia.
Insistentes matérias na mídia tocantina denunciaram as filas e o atendimento precário no setor, levando Madeira a cobrar publicamente dos colegas médicos a volta ao trabalho.
Somou-se a isso o fato de o secretário de Saúde, Mamede Magalhães, ser sócio da prestadora Unimed, uma das maiores no ramo de saúde privada.
Óbvio que uma situação como essa não iria durar muito tempo.
Madeira sofre dois desgastes: para contornar a crise na saúde, teve de optar pelo nepotismo.
O primo do prefeito e controlador-geral do município, Cândido Madeira, pediu e o alcaide demitiu o próprio amigo, Mamede Magalhães, já ex-secretário de Saúde.
No lugar de Magalhães vai ficar a própria esposa do prefeito, Conceição Madeira, titular da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Os problemas na pasta da Saúde começaram logo nos primeiros dias do governo Madeira em Imperatriz.
A casta dos médicos da cidade, uma das mais poderosas da região tocantina, incomodou-se com algumas incertas do prefeito nos postos de saúde.
Endinheirados fazendeiros e donos de muitos negócios, os médicos relaxavam os plantões, principalmente nas unidades da periferia.
Insistentes matérias na mídia tocantina denunciaram as filas e o atendimento precário no setor, levando Madeira a cobrar publicamente dos colegas médicos a volta ao trabalho.
Somou-se a isso o fato de o secretário de Saúde, Mamede Magalhães, ser sócio da prestadora Unimed, uma das maiores no ramo de saúde privada.
Óbvio que uma situação como essa não iria durar muito tempo.
Madeira sofre dois desgastes: para contornar a crise na saúde, teve de optar pelo nepotismo.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
CHIQUINHO ESCÓRCIO NÃO MANDA NO PT
O blogue do jornalista Marco D’Eça traz matéria em 04/01 na qual o secretário-chefe da representação maranhense no Distrito Federal, Chiquinho Escórcio (PMDB), impõe ao deputado federal Washington Oliveira (PT) a adesão dos petistas à chapa da governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2010.
Escórcio cobra a repetição da aliança nacional PT-PMDB no Maranhão, intimando Oliveira a assumir publicamente o apoio ao governo estadual. As declarações do secretário são acintosas:
“Ele (Washington) é deputado por causa do apoio de Roseana ao PT. O PT também tem secretários no governo. Ele não pode querer só os bônus, tem que assumir o ônus também. E o ônus é assumir claramente o apoio à aliança PT-PMDB, como quer o presidente Lula”, mandou Escórcio.
Na matéria de D’Eça, o secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), endossa o interesse de compor chapa com o PT, “de forma absoluta e transparente”, deixando em aberto a discussão sobre vagas na chapa majoritária de Roseana Sarney.
Tanto Escórcio quanto Murad afirmam que o PT é beneficiário do governo estadual, referindo-se ao mandato de Washington Oliveira e à Secretaria de Trabalho comandada por José Antonio Heluy.
Ocorre que o posicionamento do PT em 2010 só será definido em março, no encontro com a participação de 175 delegados eleitos nas chapas do Processo de Eleições Diretas (PED), realizado em novembro passado.
A eleição de Raimundo Monteiro à presidência do diretório estadual não garante aliança com Roseana. Monteiro tem ligações históricas com o grupo de Washington, mas há muitas resistências dentro da sua própria tendência sobre o apoio ao esquema Sarney.
Além disso, uma aliança com o PT não pode ser construída sob ordens ou notas promissórias emitidas pelo secretário federal de Roseana.
Vários petistas ainda acreditam que a montagem da tática eleitoral requer afinidades programáticas e ideológicas. O sentido da aliança não pode ser a conveniência do pragmatismo. Precisa combinar o vôo eleitoral com o horizonte da transformação.
Não existem combinações partidárias puras. Alianças são feitas também entre siglas diferentes. Após três derrotas nas eleições presidenciais, Lula e o PT aliaram-se ao PL, buscando um extremo ideológico para ganhar a eleição de 2002.
Mas esta aliança não subjugou o Brasil aos interesses neoliberais. As diretrizes econômicas e sociais do governo priorizaram o combate à pobreza, a geração de empregos, a recuperação da economia e a inserção ativa do Brasil no cenário internacional.
No centro das alianças do governo Lula, algumas espúrias, está o comando de inspiração e intenções democráticas e populares.
Estão no governo diferentes partidos, com distintas variáveis ideológicas, mas comungando no essencial de princípios e ações voltadas para o crescimento econômico com inclusão social.
O Brasil está dando certo. Eis o cerne da costura de uma aliança. Em 2010 o PT busca compor uma chapa tendo o PMDB como aliado prioritário. Onde for possível reproduzi-la, assim será feito.
No Maranhão há muitas resistências porque as trajetórias do PT e do PMDB são antagônicas. São diferentes também as pautas, as personagens, o modo de viver e entender o mundo. E, principalmente, o sentido da política.
Não há como misturar os Silva com os Sarney-Murad maranhenses e fazer dessa heterodoxia um governo progressista. É claro que o PT, nesse jogo político, vai no máximo para o banco de reservas.
Melhor é seguir outro caminho. Os petistas iniciaram um “namoro” com o PC do B em 2008, formando chapa com Flavio Dino na disputa pela Prefeitura de São Luís.
A tendência mais forte é repeti-la em 2010, agregando outros partidos, como o PSB. Este é o melhor alinhamento programático e ideológico para o Maranhão.
O PT não deve, em parceria com Roseana, cometer o mesmo erro ao integrar o governo Jackson Lago (PDT) em 2006, quando o partido foi colocado na periferia de uma administração comandada pelo PSDB, da Casa Civil à Secretaria de Educação.
Jackson Lago entregou os cargos estratégicos aos setores mais retrógrados da política maranhense. No PMDB de volta ao trabalho, a oligarquia permanece com outros nomes, mas na mesma essência.
O PT não pode ser a marionete nos dois palcos da oligarquia. Nem Sarney nem Jackson representam os interesses de um governo focado em políticas públicas do campo democrático-popular.
A esquerda tem a oportunidade de construir uma terceira força política no Maranhão em 2010. Esta é a tarefa urgente dos nossos partidos.
Estamos diante de uma responsabilidade histórica: mudar (para melhor) o Maranhão, transformando em primeiro lugar a forma de fazer política para que a política possa ser uma ferramenta de mudança na vida das pessoas.
Aliança é coisa séria. Não será por um decreto de Chiquinho Escórcio que o PT cairá de joelhos aos pés de Sarney. Nem pelas ofertas tucano-pedetistas que os petistas voltarão aos braços de Jackson.
Vamos erguer nossas bandeiras vermelhas, tomar as ruas, soar nosso canto, conquistar as pessoas, ganhar a eleição e governar com responsabilidade.
Esses são os nossos desafios. Dos petistas, comunistas, socialistas e de todos e todas que pretendem um outro Maranhão possível.
Escórcio cobra a repetição da aliança nacional PT-PMDB no Maranhão, intimando Oliveira a assumir publicamente o apoio ao governo estadual. As declarações do secretário são acintosas:
“Ele (Washington) é deputado por causa do apoio de Roseana ao PT. O PT também tem secretários no governo. Ele não pode querer só os bônus, tem que assumir o ônus também. E o ônus é assumir claramente o apoio à aliança PT-PMDB, como quer o presidente Lula”, mandou Escórcio.
Na matéria de D’Eça, o secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), endossa o interesse de compor chapa com o PT, “de forma absoluta e transparente”, deixando em aberto a discussão sobre vagas na chapa majoritária de Roseana Sarney.
Tanto Escórcio quanto Murad afirmam que o PT é beneficiário do governo estadual, referindo-se ao mandato de Washington Oliveira e à Secretaria de Trabalho comandada por José Antonio Heluy.
Ocorre que o posicionamento do PT em 2010 só será definido em março, no encontro com a participação de 175 delegados eleitos nas chapas do Processo de Eleições Diretas (PED), realizado em novembro passado.
A eleição de Raimundo Monteiro à presidência do diretório estadual não garante aliança com Roseana. Monteiro tem ligações históricas com o grupo de Washington, mas há muitas resistências dentro da sua própria tendência sobre o apoio ao esquema Sarney.
Além disso, uma aliança com o PT não pode ser construída sob ordens ou notas promissórias emitidas pelo secretário federal de Roseana.
Vários petistas ainda acreditam que a montagem da tática eleitoral requer afinidades programáticas e ideológicas. O sentido da aliança não pode ser a conveniência do pragmatismo. Precisa combinar o vôo eleitoral com o horizonte da transformação.
Não existem combinações partidárias puras. Alianças são feitas também entre siglas diferentes. Após três derrotas nas eleições presidenciais, Lula e o PT aliaram-se ao PL, buscando um extremo ideológico para ganhar a eleição de 2002.
Mas esta aliança não subjugou o Brasil aos interesses neoliberais. As diretrizes econômicas e sociais do governo priorizaram o combate à pobreza, a geração de empregos, a recuperação da economia e a inserção ativa do Brasil no cenário internacional.
No centro das alianças do governo Lula, algumas espúrias, está o comando de inspiração e intenções democráticas e populares.
Estão no governo diferentes partidos, com distintas variáveis ideológicas, mas comungando no essencial de princípios e ações voltadas para o crescimento econômico com inclusão social.
O Brasil está dando certo. Eis o cerne da costura de uma aliança. Em 2010 o PT busca compor uma chapa tendo o PMDB como aliado prioritário. Onde for possível reproduzi-la, assim será feito.
No Maranhão há muitas resistências porque as trajetórias do PT e do PMDB são antagônicas. São diferentes também as pautas, as personagens, o modo de viver e entender o mundo. E, principalmente, o sentido da política.
Não há como misturar os Silva com os Sarney-Murad maranhenses e fazer dessa heterodoxia um governo progressista. É claro que o PT, nesse jogo político, vai no máximo para o banco de reservas.
Melhor é seguir outro caminho. Os petistas iniciaram um “namoro” com o PC do B em 2008, formando chapa com Flavio Dino na disputa pela Prefeitura de São Luís.
A tendência mais forte é repeti-la em 2010, agregando outros partidos, como o PSB. Este é o melhor alinhamento programático e ideológico para o Maranhão.
O PT não deve, em parceria com Roseana, cometer o mesmo erro ao integrar o governo Jackson Lago (PDT) em 2006, quando o partido foi colocado na periferia de uma administração comandada pelo PSDB, da Casa Civil à Secretaria de Educação.
Jackson Lago entregou os cargos estratégicos aos setores mais retrógrados da política maranhense. No PMDB de volta ao trabalho, a oligarquia permanece com outros nomes, mas na mesma essência.
O PT não pode ser a marionete nos dois palcos da oligarquia. Nem Sarney nem Jackson representam os interesses de um governo focado em políticas públicas do campo democrático-popular.
A esquerda tem a oportunidade de construir uma terceira força política no Maranhão em 2010. Esta é a tarefa urgente dos nossos partidos.
Estamos diante de uma responsabilidade histórica: mudar (para melhor) o Maranhão, transformando em primeiro lugar a forma de fazer política para que a política possa ser uma ferramenta de mudança na vida das pessoas.
Aliança é coisa séria. Não será por um decreto de Chiquinho Escórcio que o PT cairá de joelhos aos pés de Sarney. Nem pelas ofertas tucano-pedetistas que os petistas voltarão aos braços de Jackson.
Vamos erguer nossas bandeiras vermelhas, tomar as ruas, soar nosso canto, conquistar as pessoas, ganhar a eleição e governar com responsabilidade.
Esses são os nossos desafios. Dos petistas, comunistas, socialistas e de todos e todas que pretendem um outro Maranhão possível.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
APAGÃO E VIOLÊNCIA MARCAM INÍCIO DE 2010
Uma virada do ano às escuras nos principais circuitos festivos de São Luís tirou o ânimo de quem pensava em festejar o reveion.
Para tentar compensar o desgaste do apagão, os jornais e TVs alinhados ao Palácio dos Leões fizeram notícias programadas sobre a "cobrança" da governadora Roseana Sarney (PMDB) à Cemar.
Privatizada no esquema Sarney, a companhia energética foca suas atenções no aumento das tarifas e na abundância de propaganda.
O Maranhão vive também um clima de violência crescente, especialmente em São Luís. O secretário de Segurança Raimundo Cutrim (DEM) exibe novas viaturas mas não consegue colocar em prática um plano eficiente para conter a criminalidade.
Adepto da repressão ao extremo, Cutrim perde na estratégia para sua antecessora Eurídice Vidigal, que conseguiu implantar com mais resultados o programa de segurança cidadã do governo federal.
A bala e no escuro, o Maranhão inicia o novo ano muito ruim.
Para tentar compensar o desgaste do apagão, os jornais e TVs alinhados ao Palácio dos Leões fizeram notícias programadas sobre a "cobrança" da governadora Roseana Sarney (PMDB) à Cemar.
Privatizada no esquema Sarney, a companhia energética foca suas atenções no aumento das tarifas e na abundância de propaganda.
O Maranhão vive também um clima de violência crescente, especialmente em São Luís. O secretário de Segurança Raimundo Cutrim (DEM) exibe novas viaturas mas não consegue colocar em prática um plano eficiente para conter a criminalidade.
Adepto da repressão ao extremo, Cutrim perde na estratégia para sua antecessora Eurídice Vidigal, que conseguiu implantar com mais resultados o programa de segurança cidadã do governo federal.
A bala e no escuro, o Maranhão inicia o novo ano muito ruim.
domingo, 3 de janeiro de 2010
PORTO FEDERAL
Ex-vice governador do Maranhão, o pastor Luís Carlos Porto (PSDB) deu entrada na sua carta de seguro para a eleição de 2010.
Cotado para ser novamente o candidato a vice na chapa de Jackson Lago (PDT), o pastor prefere disputar uma vaga na Câmara Federal.
Porto quer o caminho mais viável para garantir um mandado parlamentar. Ele teme o fracasso de uma nova candidatura de Lago, diante do crescimento do nome do deputado federal Flavio Dino (PC do B) para concorrer ao governo estadual.
O pastor, por enquanto, descansa em uma assessoria do colega tucano Sebastião Madeira, prefeito de Impeartriz.
Em entrevista ao Jornal Pequeno, neste domingo, afirma estar aberto a outras possibilidades eleitorais, mas seu foco é ser deputado federal.
Cotado para ser novamente o candidato a vice na chapa de Jackson Lago (PDT), o pastor prefere disputar uma vaga na Câmara Federal.
Porto quer o caminho mais viável para garantir um mandado parlamentar. Ele teme o fracasso de uma nova candidatura de Lago, diante do crescimento do nome do deputado federal Flavio Dino (PC do B) para concorrer ao governo estadual.
O pastor, por enquanto, descansa em uma assessoria do colega tucano Sebastião Madeira, prefeito de Impeartriz.
Em entrevista ao Jornal Pequeno, neste domingo, afirma estar aberto a outras possibilidades eleitorais, mas seu foco é ser deputado federal.
sábado, 2 de janeiro de 2010
VERSOS PARA CORAR DE ALEGRIA
SABER VIVER, DE CORA CORALINA
Não sei... se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira, pura... enquanto durar.