sábado, 9 de abril de 2011

BIRA DO PINDARÉ ABRE DIÁLOGO NO PT SOBRE CANDIDATURA A PREFEITO DE SÃO LUÍS

Em entrevista ao blogue, o deputado estadual Bira do Pindaré colocou seu nome à disposição do PT para construir uma candidatura a Prefeito de São Luís em 2012. O parlamentar prega a unidade do partido e defende a pulverização de candidaturas da oposição ao prefeito João Castelo (PSDB). Bira falou ainda sobre os primeiros meses do seu mandato e avaliou o governo Roseana Sarney (PMDB). Confira a entrevista.


Qual sua avaliação desse começo de mandato?


Estou muito satisfeito com o que nós fizemos até o momento porque havia uma especulação muito grande sobre a nossa conduta e a gente mostrou que vai se manter do lado que a gente sempre esteve. Nós conseguimos demarcar bem o nosso posicionamento político. Ninguém tem dúvida hoje do posicionamento do deputado Bira do Pindaré. Tenho me mantido do lado que sempre estive. Fizemos um bom planejamento, de maneira participativa, com uma construção coletiva do horizonte do mandato, pavimentando um caminho que reafirma a coerência histórica das nossas percepções ideológicas sobre a política no Maranhão e no Brasil.


Quais os principais temas abordados nesses primeiros meses?


Um dos temas mais importantes foi a segurança pública, sobretudo no que diz respeito à falência do sistema penitenciário. Nós apoiamos o pedido de CPI, solicitado pela OAB, mas infelizmente não prosperou dentro da Assembléia Legislativa. Outro tema foi a educação, em razão da greve dos professores. Mais uma vez nos posicionamos em defesa das reivindicações da categoria e da necessidade da aprovação Estatuto do Educador.


O tema da saúde acaba de chegar a essa Casa com muito mais força em razão das matérias veiculadas na mídia nacional sobre a saúde pública no Maranhão, de maneira especial em nossa capital, e também pelas situações concretas que estamos vivendo. Até mesmo a unidade de pronto atendimento oncológico do Hospital Aldenora Bello simplesmente foi fechada porque o Governo do Estado suspendeu o convênio. Infelizmente, acho que a Assembléia Legislativa ainda carece de um posicionamento mais firme em defesa das suas prerrogativas, que agente não fosse tão submisso ao poder Executivo e pudéssemos lançar mão dos instrumentos que a Casa dispõe. Certamente todo o parlamento teria mais força política para ajudar a resolver os grandes problemas do desenvolvimento do Maranhão.


Como o senhor avalia até agora o mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB)?


A governadora ainda não disse a que veio. Falou que iria fazer o melhor governo da sua vida, que iria fazer uma revolução na educação e até agora nós não vimos nada que possa pelos menos sinalizar algo diferente em relação aos seu três governos anteriores. Embora seja cedo para uma avaliação, os primeiros meses de mandato são absolutamente incipientes nesse governo.


O senhor é candidato a prefeito de São Luís em 2012?


Não posso dizer ainda que sou candidato. Posso dizer que aceitei a discussão sobre a possibilidade de ser candidato em 2012. Para isso nós estamos primeiro dialogando dentro do PT. Nosso propósito é unir o partido, que até hoje não conseguiu firmar um posicionamento enquanto uma alternativa de poder no Maranhão. O PT apoiou sucessivos candidatos de outros partidos como o PDT, o PC do B e o PMDB. Então está na hora de a gente pensar em uma alternativa do PT. Colocamos o nome na discussão e humildemente estamos aceitando o debate. Um propósito muito importante para o partido é se firmar no cenário político do Maranhão.


Quais seriam as vantagens da sua candidatura?


Se conseguirmos viabilizar nossa candidatura, podemos unir o PT internamente, pois estamos em um momento de divisão. Se houver uma convergência em torno da candidatura, podemos diminuir as nossas tensões internas, apesar das divergências, que devem prevalecer. Isso é é normal. Temos diferenças de opinião, de encaminhamento, de método, mas nada disso pode ser um impeditivo para que a gente possa dar um passo adiante visando o bem do povo.


Quanto mais alternativas, melhor para o povo, que poderá escolher quem efetivamente está mais preparado, reúne melhores condições, tem uma maior capacidade de liderar um processo de retomada de crescimento da nossa cidade. Crescimento organizado, planejado, não esse que temos aí hoje. Infelizmente falta planejamento nessa cidade. Estamos completando 400 anos e São Luís não conseguiu resolver problemas mais elementares. Estamos na contra-mão da História.


Caso o senhor seja candidato a prefeito, quais os partidos ideais para uma aliança?


Como apoiei a candidatura de Flávio Dino (PC do B), numa aliança com o PSB, e já apoiei a candidatura do governador Jackson Lago, do PDT, que infelizmente acaba de nos deixar, acho que são esses os partidos preferenciais. Sempre transitamos nesse meio do campo democrático-popular. Citei alguns, mas certamente existem outros que ainda temos que nos debruçar e estudar as possibilidades de aproximação. Ainda é cedo para falar de alianças e também não podemos descartar as opiniões diversas dentro do PT. Temos de respeitar todas e encontrar o caminho melhor para o partido.


Qual seria a tática da oposição para enfrentar o prefeito João Castelo (PSDB)?


A tática mais adequada para enfrentar João Castelo não é concentrar candidaturas e sim pulverizar. O prefeito tem a máquina e seguramente é uma candidatura forte no cenário de 2012. Para enfrentarmos uma situação como essa, temos que ter várias boas candidaturas, várias opções para a cidade. Isso pode facilitar o segundo turno e um posicionamento daqueles que querem uma alternância na administração municipal de nossa querida capital.


Caso a sua candidatura não seja viável no PT, o senhor cogita sair do partido e ser candidato por outra legenda?


Não estamos refletindo sobre essa possibilidade de sair do PT. Essa discussão não está colocada. Estamos discutindo uma candidatura do PT, com um esforço grande de buscar a unificação deste partido. Sei que não é simples, não é fácil, temos ressentimentos e fissuras, mas sou esperançoso e acho que temos que continuar apostando nessa capacidade de construir grandes entendimentos, quando a primazia, o que está em jogo, é o interesse público. Se pensarmos assim, estaremos com canais abertos a novas possibilidades e é nesse sentido que temos que nos posicionar.

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