A XI Semana de Comunicação da UFMA inicia hoje à tarde a série de mesas redondas com a participação de pesquisadores nacionais dos temas vinculados à comunicação compartilhada nas redes sociais.
A primeira palestra, “Uma TV e várias telas: desafios da TV Digital e das redes sociais” será proferida pelo professor André Pase, às 16 horas, no auditório da biblioteca setorial do Centro de Ciências Sociais (CCSo).
André Pase é docente da PUC-RS, jornalista, doutor em Comunicação, professor de Comunicação Digital e Coordenador da Especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais. Desde 1995 cria digitalmente e pesquisa convergência de mídias, vídeo na Internet, videogames e narrativas transmidiáticas. Pesquisou as transformações das imagens musicais durante o mestrado e no doutorado estudou como o vídeo online pode ser alternativa para a TV Digital.
Oficinas - A XI Semana de Comunicação da UFMA iniciou hoje pela manhã as oficinas de Telejornalismo Participativo e Narrativas Hipermidiáticas, ministradas respectivamente pelos professores Marcio Carneiro e Patricia Azambuja. Amanhã tem início a oficina de “Apresentação de TV”, com a professora Cecília Leite.
No período das 14h às 16h acontece a I Jornada de Pesquisa e Extensão, com apresentação de trabalhos científicos e projetos experimentais de professores e estudantes.
Ainda na programação da semana, dentro da II Jornada do Audiovisual, haverá o pré-lançamento do filme “O céu sem eternidade”, de Eliane Caffé, às 19 horas, no Cine Praia Grande.
SANTAELLA E AS GERAÇÕES TECNOLÓGICAS
A semana foi aberta ontem à noite pela escritora Lucia Santaella. Na abordagem do tema “Comunicação Compartilhada e Redes Sociais”, Santaella discorreu sobre as cinco gerações tecnológicas marcantes na área de Comunicação, destacando o estágio contemporâneo das plataformas digitais.
Doutora em Teoria Literária, a professora percorreu historicamente as principais fases da evolução tecnológica vinculadas à Linguagem. Destacou inicialmente as tecnologias do reprodutível, enquadrando nesse período as técnicas da gravura, pintura, imprensa, livro e fotografia.
No segundo momento ela caracterizou a afirmação do rádio e da televisão como tecnologias de difusão, enfatizando nessa etapa os contornos de uma cultura de massa proporcionada pelo audiovisual.
Esta fase ganhou novas dimensões com as tecnologias do disponível, quando entraram em cena dispositivos como o controle remoto, o videocassete, a televisão a cabo e as máquinas de copiar livros (xerox). Segundo a escritora, a introdução destes mecanismos de seleção de conteúdo e segmentação começaram a minar as bases da cultura de massa.
Ao ter em mãos os instrumentos de seleção de canais e de capítulos de livros para copiar, por exemplo, o público começa a selecionar conteúdos e individualizar áreas de interesse. Esse momento, lembrou a palestrante, prepara o território para o mundo das redes, onde interatividade é a palavra-chave.
A quarta geração enfocada por Lucia Santaella tem assento na comunicação mediada por computador, marcante nas tecnologias da conexão. Daí chega-se à etapa contemporânea das plataformas digitais funcionando como bases para as redes sociais.
De acordo com a professora, as redes sociais quebram a lógica da comunicação de massa que preconizava a concentração e difusão de conteúdo de uma fonte para todos. A tendência agora é o fluxo informativo multidirecional onde todos os agentes da comunicação possam produzir conteúdos.
“Vivemos espaços híbridos, da presença ausente e da ausência presente, com a força da ubiqüidade”, esclareceu. Para Santaella, as principais características das redes sociais são o trabalho compartilhado de produção de conteúdo, a colaboração entre os integrantes da teia comunicativa e a ação concreta dos participantes. Ela citou o exemplo a Wikipédia como forma de ação colaborativa.
Autora de vários estudos sobre cultura das mídias, Lucia Santaella mencionou também os fatores psíquicos que envolvem a “mente distribuída”, ou seja, a juventude que vivencia o ambiente digital é marcada pela capacidade de executar várias tarefas ao mesmo tempo.
À “mente distribuída” soma-se a “mão inteligente”. Esta expressão a escritora utilizou para ilustrar os aspectos psicomotores que ganham cada vez mais sensibilidade no contexto das tecnologias da linguagem.
“Cada novo dispositivo amplia as possibilidades de comunicação”, explicou, acentuando a ruptura entre as máquinas acéfalas da era industrial, que apenas substituíam a capacidade muscular, e as máquinas inteligentes mediadas pelo computador e contemporaneamente pelos dispositivos móveis como o celular.
Nesse entendimento, Santaella apontou as redes sociais como plataformas inteligentes de comunicação compartilhada, participativa e interativa.
Caro colega
ResponderExcluirAproveito para divulgar mais informações sobre o projeto T-autor , o primeiro software de autoria que permite que produtores de conteúdo como designers, jornalistas, editores e publicitários possam criar aplicações de interatividade SEM a necessidade de saber programação.
Vamos estar fazendo um workshop aberto sobre a ferramenta no Congresso da SET em SP e gostaria de solicitar que divulgasse o evento na sua rede de contatos.
http://labcom.webs.com/inovao.htm
Atenciosamente
Márcio Carneiro dos Santos
Prof. Jornalismo em Redes Digitais e Coordenador do LABCOM/UFMA