A expressão "faxina" ganhou as páginas dos grandes jornais impressos e na televisão para designar a série de demissões efetuadas pela presidente Dilma Roussef (PT) no DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).
Começando pela cabeça - o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento - a presidente estendeu a vassourada a todos os filiados ao Partido da República (PR) encravados no órgão.
Dilma chegou a cortar na própria carne, extirpando da rede corrupta um integrante do PT. As atitudes da presidente, se por um lado revelam austeridade, por outro expõem a teia da corrupção montada no governo do seu antecessor Lula.
Lula era criticado por acomodar interesses de entes corruptos no seu mandato. A postura dilmista parece avançar no combate às irregularidades no governo.
Se Dilma quer dar exemplo, deveria estender a faxina ao PMDB. Já vieram à tona, por exemplo, denúncias de corrupção envolvendo o Ministério dos Turismo, chefiado pelo deputado federal maranhense Pedro Novais, indicado pelo presidente do Senado José Sarney (PMDB).
A pasta do Turismo teria fechado um contrato de R$ 52,2 milhões com Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH), uma organização não-governamental dirigida pelo empresário César Gonçalves.
Gonçalves foi degolado da estatal Brasiliatur, após várias denúncias de desvio de verbas durante a administração do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, o chefe do esquema das propinas no famoso mensalão do DEM. Arruda foi forçado a renunciar seu próprio mandato.
Dilma deveria ordenar uma investigação profunda sobre as denúncias e tomar as providências necessárias, caso seja constatado um caso concreto de corrupção no Ministério do Turismo.
Porém, a cúpula do PMDB já avisou o Palácio do Planalto: não vai aceitar o mesmo tratamento dispensado ao PR. Ou seja, os peemedebistas têm costas largas e a conversa com eles é outra. Nada de investigações e demissões.
Novais é uma indicação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), amigo de Lula e de muitos petistas influentes. Resta ver agora até onde vai a coragem de Dilma. Ela vai limpar tudo ou jogará uma parte da sujeira para debaixo do tapete?
O PMDB é tido como indispensável à governabilidade, desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nos dois mandatos tucanos.
A reeleição de Dilma, em 2014, vai passar necessariamente pela manutenção da aliança PT-PMDB, sob pena de colocar em risco o projeto petista de poder.
Dilma, a faxineira, pode tomar duas medidas: varre tudo e põe detergente para fazer a assepsia na casa ou joga metade da sujeira para baixo do sofá. Ningúem vai ver. No final da limpeza, borrifa um bom ar e fica tudo cheiroso e bacana.
VEJA NO LINK AS PERIPÉCIAS DE CESAR GONÇALVES: http://www.correiodopovo-al.com.br/v3/politica/1055639607-Turismo-repassa-ONG-dirigida-por-suspeito.html
Caro ED Wilson,
ResponderExcluirNossa PresidentA (é assim que ela quer) é comante in chefe. Manda fazer! A questão é a seguinte: Debaixo desse Tapete ainda cabe alguma coisa? Pense: 05 anos de PMDB com Sarney; 02 anos PMDB com Itamar; 08 anos de PMDB com FHC; 08 anos de PMDB com Lula. Será que a parte de baixo é um saco sem fundo? Para nossa guerreira resta mesmo é montar sua oposição. Emagrecer a base aliada. Caso contrária vai virar refém dessa massa de perigosos. O custo político da manutenção dessa enorme aliado é bem maior do que ter uma oposição mais robusta. Oposição não é uma concessão em Democracia, é uma necessidade. Esse papo que só se pode governar no Brasil com uma base colossal é resquício autoritário (para não dizer autoritário) que não tolera e nem aceita discutir com a oposição. O diálogo com a oposição faz parte do jogo democrático... Essa ideia de governabilidade está pautada na intolerância e no desejo de silenciar o contrário, a diferença de opinião. Por que o PMDB busca sempre essa composição? Porque lá estão os maiores opositores da república e da democracia.
Só para lembrar: Nosso companheiro Lula não sabia de nada. Ele sempre disse isso...