quinta-feira, 14 de julho de 2011

FRAGMENTOS DAS OPOSIÇÕES EM SÃO LUIS

A quase um ano das convenções partidárias que vão definir os rumos eleitorais de 2012, em São Luís as diversas facções de oposição ao prefeito João Castelo (PSDB) começam a montar seus exércitos.


Castelo trabalha para rachar os partidos onde pode, cooptando lideranças para ocupar espaços na Prefeitura. Parte do PDT e do PSB já detém cargos na administração tucana. Os pedetistas foram contemplados através do casal Clodomir e Graça Paz.


O PSB foi aquinhoado recentemente pela indicação de Othon Bastos para a Secretaria Municipal de Educação, avalizado pela facção dos Tavares (o ex-governador José Reinaldo e seu sobrinho-deputado Marcelo).


Nessas circunstâncias, o PDT e o PSB já nem podem ser considerados oposição, embora haja setores nestes partidos que defendam candidatura própria, a exemplo do PDT. Na verdade, o ensaio de projeto próprio dos trabalhistas visa pressionar o prefeito Castelo, visando obter mais cargos no governo municipal.


O PMDB, liderado pelo deputado estadual Roberto Costa, já anunciou a pré-disposição ao diálogo com todos os partidos de oposição ao prefeito. Mas entre Castelo e o grupo Sarney tudo é acertado de acordo com as conveniências. O blá-blá-blá oposicionista de Costa pode sucumbir a qualquer momento.


Não faz muito tempo, em 2010, Castelo mandou os vereadores da capital ingressarem de corpo e alma na campanha de Roseana Sarney (PMDB) ao governo.


No jogo da convergência de interesses nada impede uma aliança no segundo turno entre os Sarney e Castelo, principalmente se o adversário for o comunista Flavio Dino ou o petista Bira do Pindaré.


Entre os petistas o melhor cenário seria unificar o partido em torno da candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré, com boas chances de alcançar o segundo turno e eleger pelo menos dois vereadores na capital.


No comando nacional petista estão ensaiado o refrão para 2012 – “tudo pelo PT” – em substituição ao “tudo por Dilma” de 2010.


O partido de Lula quer crescer em 2012, elegendo prefeitos e vereadores, já visando a uma ampliação da base em 2014. Com o PT grande, raciocinam Lula e companhia, diminui a pressão fisiologista do PMDB.


A determinação do comando nacional é um ponto positivo. Resta agora contornar os obstáculos entre o PT de Roseana, representado pelo vice-governador Washington Oliveira; e o PT original, feito de muitas pessoas e tendências.

Oliveira talvez não queira entregar a franquia toda para o grupo Sarney, forçando novamente uma aliança com o PMDB. A idéia de uma candidatura própria do PT em 2012 pode até animá-lo.

A questão, no entanto, é ter uma candidatura petista em São Luís sem as digitais da oligarquia Sarney. Com o vice-governador na foto, é morte certa. Uma candidatura do PT na capital não pode parecer um segundo nome do grupo Sarney.

No PC do B não há problemas de tendências e grupos. O partido já tem nome. É Flavio Dino. Resta saber se ele é ou não candidato.

Outro bom cenário para os petistas e comunistas seria a repetição da aliança de 2008, mas desta vez com o PT na cabeça da chapa. Pelo bom desempenho na Assembléia Legislativa, Bira do Pindaré reúne ótimas condições de liderar a coligação. Flavio Dino permaneceria na Embratur, preparando o vôo alto para 2014.

A oposição mais consistente e menos pragmática deve ter candidatos. O PSOL já sinaliza com o nome do ex-deputado Haroldo Sabóia. O partido está sob novo comando, após a retirada do grupo de Paulo Rios. Mais abertos ao diálogo, os novos socialistas da liberdade querem o poder real.

No PSTU, Marcos Silva já declarou que não topa, mas há outros nomes de qualidade.

Por enquanto, só há uma certeza. Castelo é candidato. E forte. Larga na corrida com 30%. É o voto malufista. Um dia desses, uma eleitora castelista assistia a uma reportagem na TV Mirante sobre os buracos em São Luís e saiu-se com essa: “é tudo boicote e perseguição da família Sarney contra Castelo. Ele é um bom prefeito.”

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