Os três maiores jornais de São Luís trouxeram neste domingo um encarte especial de quatro páginas coloridas sobre o Espigão Costeiro da Ponta d’Areia.
Feito em tempo recorde (180 dias), num frenético movimento de caçambas e operários, o espigão, segundo a propaganda do governo, custou R$ 12 milhões, tem 572 metros e foi construído com blocos de rocha de até cinco toneladas.
Segundo o informe publicitário do Governo do Estado, a obra servirá para conter a erosão na Ponta d’Areia e evitar o assoreamento do canal de navegação.
Acrescenta ainda que o espigão “vai preservar o mangue”, como se no Palácio dos Leões tivesse alguém preocupado com o meio ambiente ou coisa parecida.
Ñão se questiona aqui a necessidade do espigão. Diversas reportagens de jornal e TV já mostraram o impacto das marés na Ponta d’Areia, destruindo bares na orla e ameaçando outras edificações.
A observação do blogue está relacionada à agilidade na construção de uma obra onde, coincidentemente, estão localizados os condomínios de luxo de São Luís.
Na chamada península da Ponta d’Areia, principal área beneficiada com o espigão, localizam-se os prédios de R$ 5 milhões.
É para estes moradores, principalmente, que o espigão foi construído. O resto é lorota para encher página de jornal e fazer propaganda de um governo que só administra e beneficia os interesses privados da elite.
Já se vão décadas de abandono em todo o Maranhão. Das mil pirotecnias midiáticas inventadas em todos os governos da oligarquia Sarney, o Maranhão já foi pólo de confecções (Kao-I de Rosário), paraíso da agricultura irrigada (Salangô de São Mateus) e até cenário de novela da Globo, porque aqui é terreno fértil demais para ficção.
Mas na vida real, São Luís e o Maranhão inteiro estão separados por muralhas rochosas como essa do espigão. Há um apartheid econômico concreto na ilha e no continente.
A capital vive cercada de favelas, bairros abandonados, conglomerados urbanos sem qualquer infra-estrutura ou saneamento. Para fugir dessa barbárie, a elite refugia-se em oásis privados como a península da Ponta d’Areia.
O governo Roseana, tão ágil para fazer o espigão de R$ 12 milhões, em 180 dias, não dá a mínima para a agricultura no estado onde quase 50% da população vive no campo.
A indústria da miséria e do abandono que desgraça nosso povo constrói mais muralhas para segregar. Enquanto o espigão avança sobre o mar da Ponta d’Areia, os moradores da periferia enfrentam buracos, lama e lixo para ir e vir todos os dias.
Na avenida principal do Jardim América, ligando os bairros Cidade Operária e Cidade Olímpica, onde não há uma escola do ensino médio, as imagens dizem tudo sobre o apartheid maranhense.
Feito em tempo recorde (180 dias), num frenético movimento de caçambas e operários, o espigão, segundo a propaganda do governo, custou R$ 12 milhões, tem 572 metros e foi construído com blocos de rocha de até cinco toneladas.
Segundo o informe publicitário do Governo do Estado, a obra servirá para conter a erosão na Ponta d’Areia e evitar o assoreamento do canal de navegação.
Acrescenta ainda que o espigão “vai preservar o mangue”, como se no Palácio dos Leões tivesse alguém preocupado com o meio ambiente ou coisa parecida.
Ñão se questiona aqui a necessidade do espigão. Diversas reportagens de jornal e TV já mostraram o impacto das marés na Ponta d’Areia, destruindo bares na orla e ameaçando outras edificações.
A observação do blogue está relacionada à agilidade na construção de uma obra onde, coincidentemente, estão localizados os condomínios de luxo de São Luís.
Na chamada península da Ponta d’Areia, principal área beneficiada com o espigão, localizam-se os prédios de R$ 5 milhões.
É para estes moradores, principalmente, que o espigão foi construído. O resto é lorota para encher página de jornal e fazer propaganda de um governo que só administra e beneficia os interesses privados da elite.
Já se vão décadas de abandono em todo o Maranhão. Das mil pirotecnias midiáticas inventadas em todos os governos da oligarquia Sarney, o Maranhão já foi pólo de confecções (Kao-I de Rosário), paraíso da agricultura irrigada (Salangô de São Mateus) e até cenário de novela da Globo, porque aqui é terreno fértil demais para ficção.
Mas na vida real, São Luís e o Maranhão inteiro estão separados por muralhas rochosas como essa do espigão. Há um apartheid econômico concreto na ilha e no continente.
A capital vive cercada de favelas, bairros abandonados, conglomerados urbanos sem qualquer infra-estrutura ou saneamento. Para fugir dessa barbárie, a elite refugia-se em oásis privados como a península da Ponta d’Areia.
O governo Roseana, tão ágil para fazer o espigão de R$ 12 milhões, em 180 dias, não dá a mínima para a agricultura no estado onde quase 50% da população vive no campo.
A indústria da miséria e do abandono que desgraça nosso povo constrói mais muralhas para segregar. Enquanto o espigão avança sobre o mar da Ponta d’Areia, os moradores da periferia enfrentam buracos, lama e lixo para ir e vir todos os dias.
Na avenida principal do Jardim América, ligando os bairros Cidade Operária e Cidade Olímpica, onde não há uma escola do ensino médio, as imagens dizem tudo sobre o apartheid maranhense.
Ed, nesse final de semana... Fui até colinas... ver o Rio Itapecuru... Mas durante a viagem fiquei intrigado com uma coisa... A assustadora multiplicação dos postos de gasolina na beira da estrada.. Acho que o sabão OMO dançou, quem lava mais branco é gasolina...
ResponderExcluirIsso não é o mais notório desse Sinal Verde para o desenvolvimento... Como um filme americano: no meio do deserto (local ermo)... aparece um MOTEL com sua placa luminosa. Pois.. em um mar de motéis espalhados pela beira da estrada... vi apenas uma creche, raras escolas (em péssimas condições), e três postos de "saúde", na verdade, três terminais de embarque em ambulâncias. Pois é isso.. O Maranhão está bombando no aconchego sexual.
Esse molhe vai servir para os endinheirados praticarem esportes náuticos e, principalmente, colocar fogos de artifício... Um show particular para ser curtido pela rainha da sacada do apartamento dela... no Melhor "governo" da vida dela....e o PIOR DE TODA A HISTÓRIA REPUBLICANA BRASILEIRA.
Grande analise, belo texto - temos que sentar para discutir alternativa de mudanças e agir.
ResponderExcluirCaro Ed,
ResponderExcluirVocê abordou o assunto sobre o chamado "espigão" com muita propriedade. Na verdade, essa obra que passou a enfeiar a mais bela das praias de São Luís não tem outro propósito senão proteger o patrimônio daqueles que aplicaram boa parte de seu dinheiro (Deus sabe de onde veio) em apartamentos de luxo. Nada temos contra morar bem e ter recursos, mas o governo deve, antes de tudo, olhar a grande massa da população que passa necessidades. População que é uma das mais pobres do país, se não a mais. A respeito do assunto, tiver a oportunidade de escrever uma breve crônica intitulada "Quem viu, viu. Quem não viu...", que, segundo fiquei sabendo, já é do seu conhecimento. Ali, encerro com esta observação: "De repente me ocorre um terrível pensamento: não serão esses nossos ilustres administradores a encarnação da mitológica serpente que vive enroscada nas profundezas da ilha e agora emerge para tragar a tão decantada Upaon-Açu?"
Caro Ed,
ResponderExcluirVocê abordou o assunto sobre o chamado "espigão" com muita propriedade. Na verdade, essa obra que passou a enfeiar a mais bela das praias de São Luís não tem outro propósito senão proteger o patrimônio daqueles que aplicaram boa parte de seu dinheiro (Deus sabe de onde veio) em apartamentos de luxo. Nada temos contra morar bem e ter recursos, mas o governo deve, antes de tudo, olhar a grande massa da população que passa necessidades. População que é uma das mais pobres do país, se não a mais. A respeito do assunto, tiver a oportunidade de escrever uma breve crônica intitulada "Quem viu, viu. Quem não viu...", que, segundo fiquei sabendo, já é do seu conhecimento. Ali, encerro com esta observação: "De repente me ocorre um terrível pensamento: não serão esses nossos ilustres administradores a encarnação da mitológica serpente que vive enroscada nas profundezas da ilha e agora emerge para tragar a tão decantada Upaon-Açu?"