Há poucos partidos políticos no Brasil com uma clara definição ideológica. Um deles é o PSDB, o néctar do neoliberalismo orgulhosamente assumido. Nesta sigla milita o ex-deputado federal Roberto Rocha, presidente estadual do PSDB no Maranhão.
Na era Fernando Henrique Cardoso, Bob Rocha era uma espécie de príncipe do tucanato maranhense. Quando Lula ganhou a eleição, Rocha foi para a oposição e passou a bombardear dia e noite o novo presidente e o PT.
Mas essas são águas passadas. Move o moinho o que vem pela frente. Eis que agora é anunciada, mas ainda não confirmada, a filiação de Rocha no PSB, com o intuito de ser candidato a prefeito de São Luís em 2012.
Rocha vai sair do liberalismo e encarar o socialismo. Pretende trocar o verde-amarelo pelo vermelho, FHC-Serra por Miguel Arraes, as privatizações pelo Estado desenvolvimentista, John Locke por Marx e assim sucessivamente.
No final das contas, ao ingressar no PSB, o ex-tucano vai fazer parte da base política da presidenta Dilma Roussef (PT), herdeira de Lula, a quem ele (Roberto) sempre atacou e desprezou.
Mas, o que leva Rocha a essa aventura?
Ideologia não é. Trata-se de falta de opção mesmo. Roberto Rocha começou a cair em desgraça na eleição de 2010, quando traiu o grupo de Jackson Lago, fato já amplamente conhecido.
Ele foi candidato ao Senado, combinado com a oligarquia Sarney, para derrotar José Reinaldo e garantir as duas vagas aos peemedebistas do grupo Sarney: João Alberto e Edison Lobão.
Desacreditado na oposição, Rocha foi convidado a despedir-se da coluna dominical publicada no Jornal Pequeno, tradicional diário tucano do Maranhão, mas administrado financeiramente por interesses suprapartidários.
No lugar de Rocha o Jornal Pequeno já publica os textos do deputado estadual Roberto Costa (PMDB), o crítico mais feroz do prefeito João Castelo (PSDB). Destaque: Costa é um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura pelo grupo Sarney.
Oriundo de Balsas, na região Sul do Maranhão, onde predomina o agronegócio, Roberto Rocha não tem qualquer identidade ou marcas simbólicas com São Luís, onde pretende ser candidato a prefeito.
Rocha sequer tem prestígio no Palácio La Ravardière, onde João Castelo despreza o presidente estadual do seu próprio partido - o PSDB.
Considerado traidor nas oposições, expulso do Jornal Pequeno e sem mandato, o ex-príncipe dos tucanos lança-se na travessia a nado pelo canal do Boqueirão, em busca da bandeira socialista.
Dizem que há muitos tubarões nessas águas.
Ed, o perigo é que esponja não se afoga e ninguém sabe os limites dos bolsos de uma calça quadrada!
ResponderExcluirSerá que Zé Reinaldo não sacou mais essa... ? Ele voltou para o ninho e quer mostrar que pode contribuir....ninguém pode negar que ele é esforçado e que em breve...vai ser graduado no clã ao posto de escórcio júnior. Com Fê ele vai longe... Força é o que não falta nas águas encantadas do Boqueirão...