Está causando o maior frisson a presença dos policiais da Força Nacional no Maranhão, em decorrência da greve dos bombeiros e policiais militares.
As mulheres comentam que os homens são garbosos e elegantes, mas elas acabam resumindo em uma só palavra: sarados. Designação desafiadora para quem, a qualquer momento, pode ser ferido.
Alice soube dos homens da Força pelas conversas da vizinha, em um bate-papo bem ludovicense, convocado sobre o muro que separa os quintais das duas casas, no bairro do Apeadouro.
- Aliiiice, chamou Rita de Cássia, entoando um agudo singular. Amiga, tu nem sabe. Tá cheio de gato nessa Força Nacional. Só “home” sarado. Tão lá na Deodoro. Olhei agorinha do ônibus.
- Amiga, nem me conta, vou lá ver, decretou Alice, já planejando uma abordagem mirabolante.
Enquanto tomava banho, Alice bolou o golpe conversando consigo própria: vou lá e quando chegar perto dos policiais eu faço de conta que tive um desmaio. Só assim eu caio nos braços desses homens.
E assim foi, cheia de aromas e encantos, aventurar-se nas garras da Força Nacional. Mas antes de saber o desfecho da estória, é preciso conhecer melhor Alice e seus encantos.
Os leitores deste blogue precisam ver o rebolado da morena. Os olhares famintos da vizinhança masculina do Apeadouro e alhures vasculham cada passada dela, desde o momento em que sai da rua Sousândrade, dobra a esquina da Manoel da Nóbrega e desce a avenida dos Franceses para ir às sessões diárias de malhação.
É um andar viajante, cheio de maneios para realçar as tranças postiças que deram a moça um visual rastafari.
O caminhar de Alice oscila entre o jogar dos cabelos e a ginga dos quadris, deslizando sobre as pernas torneadas, montadas em saltos finíssimos e altos, ou altíssimos e finos, seja lá como você queira imaginar.
Com uma calça apertadíssima, subiu no mototáxi e rumou para a Deodoro. Lá chegando, nada dos policiais. Encostou rapidamente para tomar um caldo-de-cana no Garoto do Bigode e curiar melhor. Mas qual, nada dos sarados.
Pediu um pastel para interar o lanche e matutou: devem estar na rua Grande.
Levantou rapidamente da cadeira, ajeitou a cintura da calça com um rebolado rápido, jogou os cabelos lado a lado e seguiu bailando toda brejeira sobre o salto.
Era o sol de quatro horas da tarde quando ela pisou a calçada do Palacete Gentil Braga. Andou, procurou e nada dos soldados da Força Nacional.
Quando chegou na porta das lojas Marisa, antigo Cine Éden, eis que Alice viveu uma cena cinematográfica.
Ao distrair-se com uma das vitrines, meteu o salto alto num dos muitos buracos entre os parelelepípedos da rua Grande e foi à lona. Estatelou-se no chão e só retomou os sentidos uns segundos depois, já nos braços de um policial.
Mas não da Força Nacional. Era um Guarda Municipal, coroa, já meio derrubado, que não perdeu tempo ao ver os sentidos da moça recobrados e emendou uma cantada:
- Pode me dar o número do teu celular?
As mulheres comentam que os homens são garbosos e elegantes, mas elas acabam resumindo em uma só palavra: sarados. Designação desafiadora para quem, a qualquer momento, pode ser ferido.
Alice soube dos homens da Força pelas conversas da vizinha, em um bate-papo bem ludovicense, convocado sobre o muro que separa os quintais das duas casas, no bairro do Apeadouro.
- Aliiiice, chamou Rita de Cássia, entoando um agudo singular. Amiga, tu nem sabe. Tá cheio de gato nessa Força Nacional. Só “home” sarado. Tão lá na Deodoro. Olhei agorinha do ônibus.
- Amiga, nem me conta, vou lá ver, decretou Alice, já planejando uma abordagem mirabolante.
Enquanto tomava banho, Alice bolou o golpe conversando consigo própria: vou lá e quando chegar perto dos policiais eu faço de conta que tive um desmaio. Só assim eu caio nos braços desses homens.
E assim foi, cheia de aromas e encantos, aventurar-se nas garras da Força Nacional. Mas antes de saber o desfecho da estória, é preciso conhecer melhor Alice e seus encantos.
Os leitores deste blogue precisam ver o rebolado da morena. Os olhares famintos da vizinhança masculina do Apeadouro e alhures vasculham cada passada dela, desde o momento em que sai da rua Sousândrade, dobra a esquina da Manoel da Nóbrega e desce a avenida dos Franceses para ir às sessões diárias de malhação.
É um andar viajante, cheio de maneios para realçar as tranças postiças que deram a moça um visual rastafari.
O caminhar de Alice oscila entre o jogar dos cabelos e a ginga dos quadris, deslizando sobre as pernas torneadas, montadas em saltos finíssimos e altos, ou altíssimos e finos, seja lá como você queira imaginar.
Com uma calça apertadíssima, subiu no mototáxi e rumou para a Deodoro. Lá chegando, nada dos policiais. Encostou rapidamente para tomar um caldo-de-cana no Garoto do Bigode e curiar melhor. Mas qual, nada dos sarados.
Pediu um pastel para interar o lanche e matutou: devem estar na rua Grande.
Levantou rapidamente da cadeira, ajeitou a cintura da calça com um rebolado rápido, jogou os cabelos lado a lado e seguiu bailando toda brejeira sobre o salto.
Era o sol de quatro horas da tarde quando ela pisou a calçada do Palacete Gentil Braga. Andou, procurou e nada dos soldados da Força Nacional.
Quando chegou na porta das lojas Marisa, antigo Cine Éden, eis que Alice viveu uma cena cinematográfica.
Ao distrair-se com uma das vitrines, meteu o salto alto num dos muitos buracos entre os parelelepípedos da rua Grande e foi à lona. Estatelou-se no chão e só retomou os sentidos uns segundos depois, já nos braços de um policial.
Mas não da Força Nacional. Era um Guarda Municipal, coroa, já meio derrubado, que não perdeu tempo ao ver os sentidos da moça recobrados e emendou uma cantada:
- Pode me dar o número do teu celular?
Boa Comandante, muito boa. Morri de rir. Um conto perfeito. Pro conta de sua Alice, começei o dia muito bem humorado. Mas afinal, eu conheço Alice????
ResponderExcluirMe diverti muito com o excelente texto. Parabéns, Ed!
ResponderExcluirJá estou encaminhando nas minhas listas de e-mails. kkkkkkkk
Alessandra Santos
Ed, vamos publicar seu livro de contos com ilustrações de Beto Nicácio!
ResponderExcluirUm grande beijo,
Nádia Nicácio
Várias "Alices" estão eufóricas com a "presença" da Força Nacional na cidade! É uma coisa meio fetichista por causa da farda, da beleza do "Machos ALFA" e, principalmente, do poder da profissão (ainda mais nessas circunstâncias). Todas delirando, pensando em um flerte com um dos caras fardados, mas, como foi bem ilustrado, no máximo conseguirão um Guarda Municipal coroa "macetando" e aplicando na geral. Ótima postagem!
ResponderExcluirPutz, e eu aqui no Apeadouro, vizinho da Alice, perdendo esse desfile diário de pura maranhensidade. Quem sabe num reggae desses da ilha, entre uma pedrada e outra eu não pergunte: - por acaso o seu nome Alice?
ResponderExcluirDelicioso texto, mestre Ed.
Roseana Sarney poderá ser cassada. vejam em http://revistamaranhensidades.blogspot.com/2011/08/roseana-sarney-podera-ser-cassada.html
ResponderExcluirÔ Alice, não foi dessa vez!
ResponderExcluirmuito bom!!!! E eu que nem conhecia teu blog. Não fosse o facebook...
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