sábado, 4 de fevereiro de 2012

BULCÃO, O SECRETÁRIO TRAPALHÃO

Professor Marcelo Cheche Galves *

O Secretário da Cultura do Estado do Maranhão, Luís Bulcão (o mesmo da reforma da Biblioteca Benedito Leite...) protagonizou no último dia 27 de janeiro um episódio digno de sua atuação à frente da pasta.
Circulando pela Praia Grande, o secretário ouviu as manifestações de alunos e professores do curso de História da Universidade Estadual do Maranhão, que bradavam ao microfone contra a sua incapacidade administrativa.

Explico. O secretário Bulcão cedeu, sem ter poder para tanto, as ruínas localizadas na Rua da Estrela, nº 309, para o IPHAN, que por sua vez, transferiu a cessão para a construção de um centro de preservação do Tambor de Crioula.
Ocorre que, ao mesmo tempo, a Universidade Estadual do Maranhão solicitou a cessão das ruínas para abrigar um anexo do Curso de História, que funcionará no prédio ao lado, nº 329 (a inauguração está prevista para junho de 2012).

Pelos trâmites legais, a solicitação foi feita à Secretaria de Planejamento em março de 2009 e o resultado, positivo, foi publicado pelo Diário Oficial do Estado do Maranhão de 14 de dezembro de 2011.
Desrespeitando princípios básicos sobre a legislação referente à cessão de bens tombados, o secretário Bulcão arrogou-se o direito de fazê-lo. Resultado: o mesmo Estado expediu duas cessões: uma oficial, para a UEMA, outra extra-oficial, para o IPHAN/Tambor de Crioula.
No último dia 27, o IPHAN convocou autoridades para o lançamento da pedra fundamental da obra. Constrangidos com a manifesta irregularidade, os secretários de Estado não apareceram.

O Ministro do Turismo, Gastão Vieira, também não apareceu, nem mandou representante. Apenas Luís Bulcão circulava entre os convidados, no melhor estilo: quem pariu Mateus, que embale.
Incomodado com os gritos pedindo a apresentação do documento da cessão oficial do prédio, Bulcão tentou passar anônimo entre os manifestantes. Identificado e convidado a utilizar o microfone, esquivou-se.
Talvez Bulcão esteja agora pensando numa saída para o imbróglio que provocou. Saída? Está aí uma boa sugestão: sua saída do cargo. É aguardar.
* Marcelo Cheche Galves é docente no curso departamento de História e Geografia da UEMA

Nenhum comentário:

Postar um comentário