sexta-feira, 4 de maio de 2012

CPI AMPLA NO MARANHÃO

A execução do jornalista Décio Sá, o mais próximo do Palácio dos Leões, despertou o medo em diversos segmentos da sociedade maranhense.

Dos jornalistas áulicos aos críticos, todos defendem a instalação de uma CPI da Pistolagem, proposta pelo deputado estadual Bira do Pindaré (PT).

O raciocínio é simples. Se executaram Décio Sá, um jornalista privilegiado no Sistema Mirante e no governo, imagine o que pode acontecer às pessoas comuns e desprotegidas dos mantos políticos oficiais!?

Ou melhor, o que já vem acontecendo aos quilombolas e trabalhadores rurais, em diversas oportunidades acampados no Incra e no Palácio dos Leões, para denunciar assassinatos e ameaças no campo.

Proposta com o nome de “CPI da Pistolagem”, caso aprovada na Assembléia Legislativa, a comissão deve ampliar seus horizontes de apuração.

Pistolagem, corrupção, latifúndio e agiotagem andam juntas no Maranhão. Impossível investigar um crime de encomenda sem chegar aos mandantes, ao dinheiro que paga o atirador, às razões que motivaram, às origens dos atos anti-éticos.

O Maranhão precisa de uma nova limpeza, a exemplo da CPI do Crime Organizado, que levou à cadeia deputados envolvidos diretamente em organizações milicianas, responsáveis pela execução do delegado Stênio Mendonça.

CONTRA-MÃO

O Palácio dos Leões opera na contra-mão da CPI da Pistolagem, temendo a construção de uma agenda negativa ao governo Roseana Sarney (PMDB).

Ora, o governo Roseana não precisa de CPI para ser “bombardeado”. Pela enésima vez é o governo das mesmas pessoas e nada muda no Maranhão. Os indicadores sociais estão aí para provar cientificamente a degradação econômica e social do estado.

Uma CPI, por mais politizada que seja, não vai conseguir produzir fatos negativos além dos já vistos, ditos e repetidos fartamente na mídia nacional sobre o Maranhão atrasado e decadente.

Enquanto o governo tenta esvaziar a CPI da Pistolagem, o crime ganha mais força, ameaça e intimida as instituições, silencia jornalistas, mata a democracia.

A atitude do governo Roseana é covarde e conivente. O silêncio, neste momento, é o maior inimigo do Maranhão.

Queremos uma CPI atuante, ampla e de resultados.

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