quarta-feira, 30 de maio de 2012

NADA DE NOVO NO FRONT DE JOSÉ REINALDO

No artigo Falta um adversário consistente para enfrentar Castelo e Sarney, apontávamos a fragilidade ideológica e a instabilidade partidária do quarteto montado por Flavio Dino (PCdoB) e José Reinaldo (PSB) para disputar a Prefeitura de São Luís.

Edvaldo Holanda Junior (PTC), Eliziane Gama (PPS), Roberto Rocha (PSB) e Tadeu Palácio (PP) foram escalados por Dino e Reinaldo para determinarem entre si o nome de uma das oposições ao prefeito João Castelo (PSDB) e à candidatura da oligarquia Sarney (PT/PMDB).

Mas, quando ia começar o segundo tempo do jogo, José Reinaldo mudou de time e passou a integrar a equipe do prefeito João Castelo (PSDB), na condição de secretário de governo, o equivalente a chefe da Casa Civil ou primeiro-ministro, guardadas as devidas proporções.

Não há nada de surpreendente na atitude do ex-governador José Reinaldo. Para quem passou a vida inteira servindo à oligarquia Sarney, qual o problema em aliar-se a Castelo?

Trata-se de um acerto de contas entre dois velhos caciques da política maranhense, ambos talhados na mesma base oligárquica.

É simples também o argumento de Reinaldo. Em 2014 ele pretende montar uma chapa majoritária com Castelo, proclamando-se “oposição” a Sarney.

No raciocínio reinaldista, é preciso reeleger Castelo em 2012, estimulando o prefeito a uma disputa majoritária em 2014.

Reinaldo não só desmontou o quarteto que ele próprio criou, como arrastou para a base castelista as metades do PPS e PSB, partido ao qual é filiado e tem pré-candidato a prefeito – Roberto Rocha.

Nesse gesto José Reinado vingou-se da traição de Rocha em 2010, quando Roberto foi candidato ao Senado só para atrapalhar a oposição e favorecer a eleição dos peemedebistas João Alberto e Edison Lobão.

Pregador da mudança, idealizador da Frente de Libertação do Maranhão, consultor ad hoc das mil faces da oposição, José Reinaldo repetiu o erro do ex-governador Jackson Lago, que abandonou a candidatura de Flavio Dino (PCdoB) à prefeitura de São Luís em 2008 e jogou toda a máquina do governo para eleger Castelo.

Como se vê, a opção pelo atraso vem de longe. José Reinaldo só acrescentou um novo capítulo. O livro é grosso e tem muitas páginas em branco.

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