Hospital ficar sem médico é notícia regular para os padrões do Maranhão, mas ficar sem
alimentos e recorrer a uma campanha de doação na Internet vira notícia quase
espetacular, porque entrou no circuito das coisas absurdas aos critérios de noticiabilidade.
Yglésio foi candidato a vereador pelo PT sarneísta,
controlado pelo vice-governador Washington Oliveira (WO).
Ele saiu da campanha com pouco mais de 1400 votos, virou
diretor do Socorrão I e deflagrou imediatamente outra campanha – para arrecadar
alimentos ao hospital.
A campanha obteve a repercussão esperada e a solidariedade
desejada. Rapidamente chegaram ao hospital as doações que vão garantir a
alimentação dos internos.
Yglésio fez o possível diante de uma situação caótica. E
foi sucesso na mídia. O anúncio com o pedido de doações já chega perto de 2000
compartilhamentos na rede social.
Ocorre que a campanha, ao dominar o noticiário, acabou abafando o plano de metas lançado no início da semana passada pelo prefeito
Edivaldo Holanda Junior (PTC).
Holanda reuniu o secretariado e anunciou um plano emergencial
para os próximos 120 dias, com 314 ações em diversas áreas da administração. Mas
o lançamento do plano foi imediatamente engolido pelo noticiário devorador da
campanha de Yglésio do Socorrão I.
Só uma pesquisa rigorosa pode mensurar até que ponto a
imagem da Prefeitura ficou arranhada. Ou se a campanha foi bem aceita pela
população.
A primeira impressão é que Yglésio saiu-se bem, mas pode ser
que a gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior, não!
Campanhas de doação cabem nas situações de tragédias
naturais como enchentes e casos assemelhados. Grupos de caridade e militantes
do movimento estudantil também costumam fazer ações colaborativas para
arrecadar recursos.
Alimentação em hospital é problema de gestão pública. A
campanha de Yglésio é um ato que extrapola as responsabilidades do
gestor. E só uma pesquisa pode avaliar os impactos.
Desde o início do mandato, a gestão do prefeito Edvaldo
Holanda Junior (PTC) vem sendo agendada nos meios de comunicação com foco em três
áreas: Saúde, devido à situação dos hospitais; Educação, em decorrência do
abandono das escolas; e Cultura, diante da urgência do Carnaval.
A campanha de Yglésio atropelou todas as agendas, inclusive
o plano de metas dos 120 dias. Só se fala na lista do Socorrão I. É hora de
inverter a pauta e colocar a capacidade administrativa acima das ações
colaborativas.
São Luís vive corrida armamentista e regresso a autotutela
ResponderExcluirCom o aumento vertical da violência, a qual esta mergulhada a capital maranhense, a população deixou de acreditar nas ações de combate a criminalidade por parte Estado e, esta partindo para o enfrentamento dos meliantes. Populares estão adotando a autotutela para que a ordem social seja mantida. Infelizmente é isso que acontece quando o povo fica renegado à própria sorte...
Em menos de sete dias, cinco eventos chamaram a atenção a essa “nova” e “velha” prática, de “usar as próprias razões” nas soluções de conflitos e na manutenção da ordem.
Na porta do banco, a advogada protagonizou um dos casos. Para proteger sua genitora, recuperar o dinheiro roubado e retirar mais um elemento de circulação, efetuou dois disparos certeiros na caixa craniana do assaltante Auclines Costa, o “Piauí”, e esse jaz...
Antes, porém, tivemos os casos de Rodrigo Tavares Tito, de 19 anos, e Pedro de Oliveira, conhecido como “Loucinha”, que foram linchados por populares na Raposa, mortos a facão e tiro respectivamente. Isso, depois de terem matado o feirante Valdick Carvalho da Silva.
O latrocida Eval Camilo, 26 anos, conhecido como “Miau”, também foi morto por um grupo de homens, que de uma caminhonete branca, efetuaram vários disparos contra o “Miau”, que foi atingido na mão, nas nádegas, no abdômen, na virilha e um no pescoço.
Em outro caso, o cliente de um posto de gasolina também efetuou disparos no abdomem do assaltante Joadson Lima Sousa, que fizera um raspa no dinheiro e nos pertences dos frentistas e de outros clientes, e esse jaz...
Neste inicio de ano estamos assombrados com estes e outros casos, os quais servem de amostra para concluirmos que a população não acredita no aparato estatal, especificamente, na policia, no governo e principalmente na “justiça”.
Percebemos claramente que as pessoas estão se armando e vale tudo para escapar da criminalidade vertical. Quem não tem condição de comprar um 38 ou uma .40, inventa uma cartucheira, espingarda ou até a antiga garrucha.
Só que via secretário, o governo esta tentando “tapar o sol com a peneira”, proibindo aos jornalistas acesso a atuação criminal na Grande Ilha. As informações normalmente fornecidas pelo IML à imprensa agora são proibidas. É uma forma “louca” de combater criminalidade. Ou pelo menos a negativa opinião pública do governo...
O secretário até admitiu e tentou se justifica, veja, “nós não estamos justificando o que está acontecendo no Maranhão, por esses dados nacionais; mas, mostrando que diminuir estas estatísticas é um trabalho difícil no país inteiro e que nós precisamos dar uma resposta e rápida para essas mortes violentas”, disse Mendes.
O pior de tudo é que o governo Roseana Sarney ainda acredita que aumentando o efetivo policial e seu aparato logrará estancar a aumento assombroso da criminalidade. Ao mesmo tempo em que matem a Biblioteca Benedito Leite em eterna reforma, abandona os faróis da educação, e ostenta as piores escolas públicas da federação.
O Estado do Maranhão ainda é o ultimo vagão no trem do desenvolvimento, pelo qual passa o país nos dez últimos anos.
Melhor dizendo, sem educação e sem emprego, infelizmente ainda teremos mais confrontos populares, mais convulsões sociais, autotutela e pessoas morrendo em plena juventude.
http://evandeandrade7.blogspot.com.br