segunda-feira, 11 de março de 2013

MEMÓRIA: SHOPPING SÃO LUÍS JÁ FOI LIXÃO

A queda do forro do shopping Rio Anil foi um acidente isolado, mas requer atenção do poder público para fiscalizar as construções de grande porte em São Luís.

O shopping da Ilha também já foi manchete nos meios de comunicação por problemas relacionados à estrutura, como alagamentos e pane nos elevadores.

Bom lembrar que no terreno onde está construído hoje o shopping São Luís “funcionou” por muitos anos o Lixão do Jaracati – uma aberração ambiental vastamente denunciada por entidades dos movimentos sociais.

À época, meados dos anos 1990, o Sindicato dos Bancários liderou a mobilização pela retirada do lixão, cujo impacto imediato era sobre os funcionários do Banco do Brasil (BB), na agência que ainda hoje funciona no Jaracati.

O lixão funcionou durante cerca de 20 anos (1970 – 1994), como depósito de todo o lixo urbano, em condições sanitárias e ambientais precárias, com alto risco à saúde dos bancários do BB e de toda a população de São Luís.

O lixão foi extinto não só pelas denúncias do Sindicato dos Bancários, mas sobretudo pelo interesse das empreiteiras na especulação imobiliária naquela região da cidade.

Quando o lixão foi retirado, logo logo o governador Epitácio Cafeteira mandou devastar o Sítio Santa Eulália, perpetrando um dos maiores crimes ambientais de São Luís.

O Santa Eulália era um importante regulador microclimático da cidade, vizinho a outro sítio, o Rangedor, que começou a ser destruído para a construção da Assembléia Legislativa e recentemente tratorado pelo ex-prefeito João Castelo, a pretexto de construir um hospital.

Esse calor fora do normal em São Luís decorre da retirada das nossas coberturas vegetais em pontos estratégicos.

O shopping São Luís foi inaugurado em 1999, detonando a valorização imobiliária no eixo Jaracati – retorno do Calhau, onde já foi construído mais um shopping, concessionária, posto de gasolina, hospital e centros comerciais.

As obras da Via Expressa, feitas para ampliar a especulação imobiliária, vão consumar a devastação.

Todo esse impacto sufoca o rio Anil, já transformado em esgoto pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caema). Quando se aproxima do mar, o Anil é a cloaca de São Luís.

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