sexta-feira, 7 de junho de 2013

BOI DA MATA GRANDE AQUECE OS PANDEIRÕES PARA O SÃO JOÃO



Caboclo de pena do Boi da Mata Grande
Cantador Neto lidera o batalhão no ensaio deste domingo, 9, no povoado Bom Jardim, na zona rural de São Luís

José Domingos Ramos Neto traz o bumba-meu-boi no sangue. Filho de Nicolau Sodré Ramos, um dos fundadores do tradicional boi de Ribamar, no Oiteiro, Neto despertou cedo para cantar e compor toadas. Desde criança já se divertia nos terreiros da ilha, mas começou a profissionalização aos 20 anos, compondo toadas para outros cantadores.

Nos últimos cinco anos Neto é o cantador do boi Renovador da Mata Grande. Considerado um dos mais tradicionais da ilha de São Luís, o batalhão da Mata Grande já teve outros nomes e ficou parado por 23 anos. Em 2002 a comunidade ressuscitou a brincadeira, agora sob a presidência de Regina Célia Alves, a Célia da Mata. “Renovamos o boi em 2002, com suor e paixão, ganhando a confiança do público e agora o boi ficou grande”, explica a presidente.

CD 2013

Desde 2002 o boi vem gravando CDs anualmente, mas em 2013 traz uma novidade: as toadas feitas em parceria. “Eu não cantava nada de ninguém, tinha um orgulho. Tudo que eu cantei até hoje foi de minha autoria. Eu dizia que não queria cantar nada de ninguém para minha mente não ficar preguiçosa, mas esse ano eu gravei uma toada do coronel Franklin e outra em parceria com Maurão de Panaquatira”, conta Neto.

Outra novidade é o ensaio do boi fora do local de origem. Domingo, 9, o batalhão foi convidado para encenar no povoado Bom Jardim, na zona rural de São Luís. Segundo o diretor de eventos, Augusto da Mata Grande, o batalhão está reforçado em 2013 com dois cantadores, Soró e Valdinar, o CD está sendo bem recebido e a comunidade muito integrada.

DE PAI PARA FILHO

Neto estreou como cantador no boi do Sítio do Apicum, depois empunhou o maracá nos batalhões de Panaquatira e Matinha. Nos últimos cinco anos fixou-se no boi Renovador da Mata Grande.

O novo CD tem uma toada em homenagem a Humberto do Maracanã, mas é no seu pai, Nicolau Sodré, que Neto tem a maior inspiração. “Meu pai era um folclorista tão querido que, mesmo sem ser rico nem político, foi homenageado com o nome de uma praça em São José de Ribamar. Ele é meu ídolo. Eu sempre seguirei os passos dele”, relatou.

Neto é policial militar, mas no período junino troca a farda pelos adereços enfeitados de canutilhos e miçangas, sacode o maracá e agita o batalhão da Mata Grande, fazendo toda a ilha tremer ao som das matracas e pandeirões.

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