quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PREFEITURA PAGA R$ 2 MILHÕES AO SET, MAS A DÍVIDA CONTINUA

Desde a gestão do prefeito João Castelo (PSDB), o Sindicato dos Rodoviários (filiado à CUT) e o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) fazem um jogo combinado para aumentar os preços das passagens de ônibus em São Luís.

Castelo não cedeu na última greve, mas o seu sucessor, Edivaldo Holanda Junior (PTC) acaba de dar um passo em falso ao recuar diante da pressão dos empresários. 

Para conter a greve dos rodoviários e evitar o aumento das passagens, a Prefeitura de São Luís vai inflar as empresas de ônibus com R$ 2 milhões, até que seja feita a licitação do transporte coletivo.

Com o subsídio aos empresários, Edivaldo Junior evita o desgaste político do aumento, mas empurra o problema com a barriga. O SET é um agente econômico e político poderoso em São Luís. Tem influência na Câmara de Vereadores e tentáculos na gestão municipal.

A população, de alguma forma, vai pagar os empresários. Os R$ 2 milhões sairão dos cofres públicos para subsidiar a ganância do SET, enquanto a cidade sofre com a falta de infra-estrutura.

Esperava-se do prefeito Edivaldo Holanda Junior o enfrentamento do caos no sistema de transporte com uma licitação pública transparente e democrática, que acabasse com os privilégios e a ambição desmedida dos chefões do SET.

Quando eu ingressei no curso de Jornalismo da UFMA, em 1986, a Taguatur já monopolizada todas as linhas de transporte da área Itaqui-Bacanga. Depois, os negócios da empresa foram crescendo e chegaram à revenda da FIAT em São Luís.

Sem concorrentes, explorando uma das passagens mais caras do Brasil, é impossível que a Taguatur e as demais grandes empresas de ônibus de São Luís estejam "quebradas" como alardeiam.

Edivaldo Junior fez o caminho mais cômodo e, aparentemente, menos prejudicial à sua imagem. Não permitiu o aumento das passagens, mas beneficiou aqueles que sempre lucraram com altos preços e os péssimos serviços.

Duvido que algum centavo desses milhões seja utilizado na melhoria da qualidade dos ônibus, que continuarão poucos, lentos e fumacentos.

Edivaldo fez o jogo perigoso. Cedeu a primeira vez e abriu a guarda para o SET. Novas investidas virão.

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