Habibs inaugura a primeira loja, na avenida dos Africanos, na cidade sem parques ambientais |
Uma livreira
contou-me que certa vez o jornalista Paulo Francis veio a São Luís, cobrir a
apresentação de uma peça no teatro Arthur Azevedo.
Empolgado com o
epíteto de Atenas Brasileira concedido à capital do Maranhão, Francis
alimentava grande expectativa com o cenário cultural da cidade, especialmente
sobre as livrarias.
Famoso pela
escrita e língua ferinas, ele resumiu assim o mercado editorial da cidade: “São
Luís não tem livrarias. Tem papelarias que vendem livros.”
Paulo Francis
morreu em1997. De lá para cá, muita coisa mudou. As papelarias cresceram e as
livrarias encolheram. Várias foram extintas.
A lista é
longa. Fecharam as portas a Espaço Aberto (do cantor e compositor Josias
Sobrinho, na rua do Sol), ABC (rua de Nazaré), JC (rua do Sol), Ato de Ler (rua
do Sol), Athenas (rua do Sol), Livroteca (rua da Mangueira), Infolivro (rua 13
de maio) e a Boa Tarde (localizada na Praia Grande, no beco Catarina Mina/rua
Djalma Dutra), onde hoje funciona o ateliê do artista plástico Airton Marinho.
A Nobel, que
teve lojas nos shoppings Colonial e São Luís, manteve apenas o ponto do
shopping Monumental.
Uma das maiores
perdas foi a livraria Athenas, do dedicado livreiro José Arteiro Muniz, que
fechou duas lojas: uma na rua do Sol e outra no shopping Monumental. Arteiro
resiste bravamente em um estande na UFMA, no Centro de Ciências Sociais (CCSo),
sempre com boas obras.
Abriram
recentemente a Leitura e a Resistência Cultural, respectivamente, no Shopping
da Ilha e na avenida dos Holandeses. Instalaram-se também algumas editoras, na
avenida Getulio Vargas, no bairro Apeadouro: FTD, Moderna, Contexto, Ática etc.
ESTUDANTES x
LIVRARIAS
No Maranhão das
coisas surreais, impressiona uma fatídica desproporcionalidade: quanto maior o
número de faculdades e universidades, menor a quantidade de livrarias.
Mal terminam a
graduação, os recém-formados já pensam na “pós”, numa cidade em que os diplomas
se multiplicam enquanto as livrarias entram em falência.
É óbvio que a
Internet e o comércio eletrônico explicam em parte o paradoxo, mas soa estranho
que tenhamos tantos estudantes e poucos espaços para a comercialização de obras
científicas, literárias e técnicas.
Em outubro de
2012, quando fez a noite de autógrafos do seu mais recente CD, “O disco do
ano”, no sebo Poeme-se, o cantor e compositor Zeca Baleiro estranhou o fato de
termos uma cidade cheia de poetas com tão poucas livrarias, esfaqueando no
fígado a fama literária de São Luís.
.
Mas Baleiro nem
devia estranhar, porque na terra onde “até o céu mente”, como dizia o padre
Antonio Vieira, qualquer pessoa influente ingressa na Academia Maranhense de
Letras (AML), mesmo sem ter escrito nenhuma obra literária.
Diante do
furacão que varreu as livrarias, os poucos sebos de São Luís vão sobrevivendo.
Restam o Poeme-se, que vende obras novas e usadas; o Papiros do Egito, na rua 7
de Setembro; e o Sebo do Rui, na rua dos Prazeres.
HABEMOS HABIBS
16 anos depois
da morte de Paulo Francis, São Luís está prestes a inaugurar a primeira
franquia da rede fast food Habibs, na avenida dos Africanos.
A falência das
livrarias e a inauguração do Habibs podem até parecer fatos banais e
desconectados um do outro, mas no fundo refletem as profundas transformações
que vêm ocorrendo em São Luis: a cidade cresce, mas não se desenvolve!
Sem
saudosismos, o papo reto é o seguinte: todas as cidades passam por processos de
transformação, hibridismos e heterogeneidades. Não tenho nada contra a mistura
de coreanos com ludovicenses, nem objeções às franquias de alimentos.
O que assusta
em São Luis é a eliminação dos locais que davam à cidade uma identidade
literária e cultural, proclamada no batismo de “Atenas Brasileira” e
materializada nas obras de renomados autores de expressão nacional.
PATRIMÔNIO
DECADENTE
São Luís foi
varrida por um “genocídio” cultural. O cine Praia Grande chega a passar uma
semana inteira com um filme em cartaz sem receber sequer um pagante.
Raramente algum
casal vai ao cinema do Centro Histórico aos fins de semana. E, quando sai da
sessão, fica vulnerável no ambiente de insegurança e degradação que já começa
no estacionamento da Praia Grande.
O bairro
outrora boêmio, frequentado por trabalhadores, estudantes, intelectuais,
artistas, bons malandros, estivadores e malucos beleza, está entregue às
baratas e odor de urina, tornando-se o logradouro mais abandonado de São Luís.
Todas as
cidades do mundo, principalmente aquelas agraciadas com títulos de patrimônio
histórico, tendem a manter um equilíbrio entre a tradição e a modernidade.
O sebo e o
tablet são duas formas distintas de encantar as pessoas. O analógico e o
digital provocam sensações estéticas e utilidades práticas que dialogam na
constituição da sociabilidade contemporânea.
Mas,
infelizmente, São Luís parece caminhar no sentido contrário ao movimento de
rotatividade do planeta.
ESTÉTICA
PADRONIZADA
Na cidade onde
a própria Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) é a principal agente de
poluição das praias, as livrarias fecham e as lojas de fast food proliferam.
Os saraus
literários deram lugar ao espetáculo grotesco dos carros forrozeiros com suas
potentes máquinas de som, tocando o dia inteiro as mesmas músicas dos “Aviões”
e do “Safadão”.
Sem praças nem
parques ambientais, as pessoas se encontram nos postos de gasolina para fazer
competições de carros de som, onde ouvem sempre o mesmo forró.
Os forrozeiros
são os novos literatos.
São Luís vive o
ápice da estética do grotesco, padronizada em todos os bairros, até na área
nobre! Nas calçadas da cidade, totalmente destruídas, enfiam-se tendas onde
vendem sanduíches e churrasquinhos.
As tendas
espalhadas na cidade vão disputar o mercado da comida rápida com o Habibs das
esfirras de cinqüenta centavos. Quem vencerá essa guerra de gordura trans?
A cidade chegou
a 1 milhão de habitantes, expandiu vertiginosamente os empreendimentos
imobiliários, triplicou a frota de veículos (cerca de 300 mil) e todos os
shoppings estão em fase de ampliação.
Porém, todos os
dias assistimos à triste cena das pessoas jogando lixo pela janela dos carros
(populares e de luxo) e dos ônibus também.
CRESCIMENTO NÃO
É DESENVOLVIMENTO
No avesso desse
inchaço, o transporte público é de péssima qualidade, as praias estão poluídas
pelos esgotos dos condomínios, as principais praças estão destruídas e as
sobras de áreas verdes agonizam sob os olhos gananciosos das empreiteiras.
Um cinturão de
miséria se forma na periferia da ilha, gerando demanda por transporte, água,
saneamento e serviços. Quem conhece os bairros afastados sabe do que eu estou
falando!
São Luís
cresce, mas não se desenvolve. São dois conceitos distintos. Desenvolvimento
pressupõe qualidade de vida, transporte público de qualidade, espaços de lazer
e encontro das pessoas, parques ambientais, praças, ciclovias, passeios
públicos, livrarias, bibliotecas, escolas e hospitais decentes.
Esse é o
conjunto de equipamentos urbanos que vai caracterizar o desenvolvimento pleno
da cidade. Afinal, de que adianta a elite se isolar nos apartamentos de R$ 5
milhões na Península da Ponta d’Areia se o retorno do São Francisco lhe trava a
mobilidade?
A GENTE NÃO
QUER SÓ COMIDA
Ninguém está
totalmente a salvo da barbárie ludovicense. A cidade, dominada por carros de
luxo e caminhonetes forrozeiras, trafegando nas ruas esburcadadas, com esgotos jorrando pra todo lado, é
o cenário natural para aqueles filmes do oeste americano ou das
cidades-eldorado, típicas da corrida do ouro, onde qualquer atoleiro
improvisado vira um povoado.
Vivemos um
estágio pré-político, sem lei nem ordem. Quem pretende mudar o Maranhão precisa
ficar atento a isso. Ou dá um cavalo de pau rumo à civilização ou aprofunda de
vez a barbárie.
A cidade
cresceu em tamanho, tem prédios sofisticados e grandes franquias, mas encolheu
na perspectiva educativa e cultural.
Queremos as
esfirras do Habibs e os pastéis dos coreanos, mas não abrimos mão de pitomba,
juçara, derresol, pirulito, cuzcuz ideal, quebra-queixo, suquinho, sorvete de
casquinha, praias limpas, calçadas decentes, livrarias, sebos e praças bonitas
para namorar ao por do sol.
Não é
saudosismo, é dignidade para a nossa cidade!
Eis a nossa triste realidade... Já dizia a música... "Você tem fome de quê?"
ResponderExcluirCaro professor, que reflexão pertinente e oportuna. Parabéns. Sempre me questionei o porque de fechar tantas livrarias e não consigo chegar a uma resposta. Certa vez perguntei ao professor Jomar Moraes, imortal, que por muitos anos foi presidente da AML que me disse: " Arteiro o capital não é burro, ele sempre busca o lucro fácil". Os donos de capital do Ma preferem investir em Marafolias, em peças de teatro para a elite, grandes empreendimentos comerciais e etc.
ResponderExcluirExcelente artigo. É um panorama preciso da sociedade Ludovicense.
ResponderExcluirSíntese perfeita das contradições do crescimento desordenado da nossa São Luís.
ResponderExcluirFelizes eram meus pais que podiam escolher: Gonçalves Dias, Pedro II, Deodoro, João Lisboa, Alegria, Parque do Bom Menino (sim pensava-se mais no verde naquela época).
Cecilia
Caro blogueiro,
ResponderExcluirSuas palavras encantaram-me por registrar, com clareza e fidelidade, uma realidade na qual os ludovicenses estão de acostumando (ou sendo impostos?) a conviver. No entanto, percebo que não é falta de vontade de alguns que amam essa cidade, mas o reflexo funesto de uma política descompromissada em trazer e dar dignidade aos seus eleitores e, principalmente, de parte da sociedade que privilegia as aparências prisioneiras trazidas pelo material a constância e liberdade do conhecimento.
Bravo! Texto longo e abrangente, mas sem jamais perder o foco e o ritmo! Oremos pelo desenvolvimento chegar tão rapidamente ao Maranhão como têm para cá aportado as ricas franquias e "corridas do ouro" imobiliário! Meu abraço e meus parabéns!
ResponderExcluirDilberto L. Rosa
www.osmorcegos.blogspot.com
Desabafo oportuno e necessário, Ed Wilson. Não conhecia o seu blog até o presente momento. POrém, a leitura deste post me serviu como uma boa apresentação. A realidade cultural e literária de São Luís, outrora conhecida por seu incontestável valor intelectual, hoje, se perde entre um mercantilismo avassalador, que arrasta a tudo e a todos. Desde os cursos acadêmicos às livrarias, refletem muito bem a inversão de valores que tem afetado a coletividade de São Luís. Enquanto isso, a tecnologia, que deveria ser um instrumento a favor da popularização da cultura, parece somente ser veículo de propagação de hits 'musicais' que irritam, no trânsito, mais ainda que o engarrafamento caótico. Sofro suas dores, meu caro. Parabéns pelo alerta. Parabéns pela preocupação com a nossa cidade.
ResponderExcluirExcelente texto, amigo. É a perversa inversão de valores. Mais de vinte estabelecimentos de Ensino Superior, com Mestrados, Doutorados e um número reduzido de livrarias; como funcionam?
ResponderExcluirO sexo também se impõe: motéis em áreas nobres e pousadas por todos os lados.Esse fenômeno não está só ocorrendo no Brasil: em Paris, até o fim do ano,55 livrarias cerrarão as portas. Enquanto isso, Havana possui mais livrarias do que o Estado de São Paulo!
Todo aquele que se considera morador deste cidade deveria refletir sobre este texto.
ResponderExcluirTrás com uma clareza ímpar o que temos hoje como qualidade de vida em nossa cidade. O que nos espera? A mudança através da cidadania, pelo voto. Mas o voto limpo, sem promessas escusas, promessas claras que se comprometam em mudar, para melhor, o que está no texto
Texto muito bom...Coerente e condiz exatamente com a realidade...
ResponderExcluirExcelente colocação, infelizmente São Luis caminha para um abismo cultural e a esperança de dias melhores pra nossa linda capital vai aos poucos nos deixando. Desolador a questão da pratica da leitura, em casa e nas escolas .O incentivo a leitura ainda é muito pouco, ainda mais estranho é o status de "quem ler vem de uma elite, de uma classe alta" na nossa burguesa São Luis.Acredito que tentamos de uma certa maneira copiar nossos pais, que são nossos hérois, portanto ,também acredito que para esse processo de desenvolvimento da leitura melhorar, os pais devem incentivar seus filhos nessa deliciosa viagem que é a leitura, ao ver os pais lendo, certamente as crianças terão a curiosidade de descobrir e manter esse habito. Por outro lado, livro em São Luis é muito caro, acho que a questão financeira também conta para o inibido comércio do livro.
ResponderExcluirSpientíssimas palavras. Matéria excelente! Análise perfeita. Parabéns!
ResponderExcluiro habibs não é na av. dos africanos. É na Av. Carlos Cunha, Jaracati.
ResponderExcluirQuem tem coragem de combater a alcunha depreciativa de São Luís como "Ilha do Reggae"? "Jamaica Brasileira"? Deixar de ser a "Athenas Brasileira" para ser ser "ilha do reggae", "Jamaica brasileira", é o mesmo que sair de um salão ladrilhado com mármore, para ir chafurdar no lixão da cidade. Mas pergunto novamente? Quem tem coragem de peitar os promotores desse lixo (reggae), que estão no rádio, na TV e promovendo o seu lixo cultural semanalmente na cidade? Quem tem coragem de criticar os chefões das "radiolas", deputados que se elegem promovendo esse lixo ensurdecedor? Então não há porque reclamar, só lamentar!
ResponderExcluirExcelente texto, Ed Wilson! Vale a pena ler, reler e refletir a cada parágrafo! O que nós temos feito a favor da nossa cidade? Parabéns!
ResponderExcluirtava analisando aqui as palavras polemicas do advogado paranaense... apesar da forma grotesca e arrogante como ele falou, quase tudo que ele disse é a mais pura verdade!
ResponderExcluirExcelente texto! Muito bom encontrar alguém com esse mesmo pensamento! Outro empreendimento que se esvai de nossa cidade são as bancas de revista! E mesmo nas existentes, é muito difícil encontrar títulos realmente interessantes! Triste realidade de nossa cidade!
ResponderExcluirEsse texto diz tudo!!!!
ResponderExcluirParabéns pelas palavras ditas de forma simples mas que nos fazem refletir em que São Luís está se transformando.
Roseana Gomes
Excelente reflexão!Precisamos de gestão pública que pense em uma cidade pra conviver. Andamos nos bairros e não vemos uma praça, um parque e outros espaços de lazer para as crianças e jovens.
ResponderExcluirsensacional... conciso e direto ao ponto, e, o mais importante... pontual.
ResponderExcluirTexto limpo e preciso!
ResponderExcluirNão é por acaso que, dentre as 10 melhores livrarias do mundo, nenhuma está no Brasil. No entanto, nossos "hermanos" estão em segundo lugar no "ranking". Veja o site: http://cabinecultural.com/2013/08/07/as-melhores-livrarias-do-mundo/
parabéns, gostei do articulo... eu, depois de muito vagabundar no mundo, desde meu repatrio estranhei a leitura de um bom libro no tempo de um viagem com o ônibus... coisa bem difícil, para não dizer impossível por como vão lotados e brincando de um buraco a outro... assim o povo que mora na expansão de São Luis (Ribamar, Paço e a Raposa), com mais de 4 horas de viagem cada dia, fechado em espaços que nem as sardinhas podem ficar, o único que adianta culturalmente é raiva, sacanagem e falta de informação... solo fica na volta a casa um desejo de cerveja ou cachaça para esquecer.
ResponderExcluirHá uma nova linha, nascidos a partir de 95 chamados de "born digital" ou seja, pessoas que já nasceram na era computador-celular e preferem sim e-readers, telas de computador e midias digitais.
ResponderExcluirPara cada livraria fechada é necessario analisar se o consumo de livros auditivos e digitais não cresceram na mesma praça
Será que essas livrarias se prepararam para competir com esse novo leque ou ficaram vendendo apenas para uma parcela?
No mercado só há dois tipos de empresa, as inovadoras e as quebradas.
Ah, outra caracteristica desse novo leitor é a sintese de informação, ele quer logo e quer rápido
Textos longos pra passar algo que poderia ser dito de maneira mais rápida, não sao nada interessante!
Que eu saiba nem a papiros do egito tem mais na rua 7 de Setembro. Nas vezes que fui lá, estava fechada e o prédio com o aviso de "Vende-se".
ResponderExcluirExcelente! Uma revolta precisa daquilo de que precisamos!
ResponderExcluiro mais triste é ver que o autor se preocupa tanto com a literatura que ainda não se apercebeu que o mercado editorial está migrando do livro físico para o virtual, com mais de uma dezena de opções para todos os gostos. e com relação à pós-graduação, que mal há em se pensar em pós logo após? seria mais um preconceito que deturpa e restringe o pensamento, tirando alguns casos pelo todo. lembrando que a chamada pós-graduação é um termo amplo, que envolve tanto a lato quanto a stricto, sem dó nem piedade. HABEMOS PRECONCEITO neste post, hein?
ResponderExcluirSábia percepção.
ExcluirEducação é a base de tudo, mas incentivar tb ajuda. Pais hj em dia simplesmente desistiram da educação dos filhos e entregam pras escolas que estão cada vez piores.
ResponderExcluirOutro dia na UFMA vi uma garota escrever sucesso com 5 S. Imaginem. Se na universidade encontramos pessoas sem interesse em aprender, avalie comprar livros para ler.
Infelizmente o povo não gosta de ler, e quem gosta prefere comprar pela internet pq é mais rápido e mais barato.
Que interpretação lúcida e clara do nosso momento atual! Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirTexto excelente!! Deveria ser impresso e com leitura obrigatória por parte de todos os moradores de São Luís. Você conseguiu retratar a minha visão sobre a situação triste da cidade em poucas palavras. Abs. Rosa Catalani
ResponderExcluirExcelente artigo. Ele reflete tudo que sinto a respeito de nossa cidade. Parabéns pelo texto.
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