Meus agradecimentos pela sua audiência neste blogue em 2013.
Ao estimado leitor e leitora, meus desejos de boas notícias em 2014 e nos anos vindouros.
Que o nosso Maranhão promissor passe por um processo de mudanças para valer.
Compartilho com você os desejos de saúde, inspiração, transpiração e prosperidade. Nós merecemos.
Ed Wilson Araújo
Jornalismo com artigos, reportagens, crônicas e notas sobre temas locais, nacionais e internacionais. Resenhas, dicas e outros toques...
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
JANEIRO DANÇANTE COM "RUCANGOLA"
Comece
2014 em movimento.
Todas as
segundas-feiras de janeiro, das 19h às 21h, o músico e percussionista Rucangola
vai ministrar a oficina SALSA y KIZOMBA.
A
proposta é realizar oficina de dança de salão com pedagogia
sócio-cultural.
Local:
COMPANHIA DE CULTURA "CATARINA MINA" (rua Portugal, 243, térreo,
Centro Histórico, Praia Grande - Beco Catarina Mina. Inscrições e mais
informações no fone: (98) 99640645
Rucangola
Rui
Carlos da Silva Loureiro, conhecido no mundo artístico como Rucangola, é DJ, músico
e percussionista. Nasceu e cresceu em Luanda, Angola, na África Austral,
residindo há 23 anos na França e com 19 anos de carreira artística.
Há 4
anos Rucangola vem desenvolvendo intercâmbios no Brasil, mais precisamente nas
cidades de São Luís, Alcântara e Codó (MA); Salvador (BA); Brasília (DF); Caucaia
e Fortaleza (CE).
Seus
trabalhos são focados em palestras culturais sobre África e musicalidade de
matriz africana; oficina de percussão e noites dançantes com vários repertórios
como: afro-mix, afro soul jazz, urban salsa, São Luís reggae, bailando, kizomba,
musicouleurs (músicas do mundo).
MOTORISTAS, RESPEITEM O DIREITO AO LAZER DAS NOSSAS CRIANÇAS
por Talita Setúbal, estudante do 6º Serviço Social da UFMA
Em dias
de sol, várias pessoas costumam ir às praias de São Luís aos finais de semana.
A praia do Meio é um local onde Famílias, grupos de amigos se encontram para o
lazer, em meio a poucas alternativas existentes por aqui.
O problema é que muitos motoristas acabam por perder a noção da coletividade, ao dirigirem de modo imprudente, muitos por terem abusado do uso do álcool. É ai que está o perigo.
Se não bastasse o exibicionismo nas faixas de areia, típico da era da ostentação, esses motoristas por mero capricho, querem também desfilar no espaço que as crianças utilizam para a diversão. Não nos esqueçamos de que crianças e adolescentes também tem o direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários.
Esses sujeitos negligenciam a presença das crianças e os expõem ao perigo, lhes roubando o direito ao lazer, à diversão e à dignidade, previstos no ECA. Estes pequeninos que já sofrem por terem poucos espaços públicos e gratuitos destinados ao divertimento.
Na maré cheia, motoristas irresponsáveis tiram fino dos pequeninos que brincam na beira do mar. As buzinadas intimam as crianças a saírem dos locais que estão brincando para que os carros possam desfilar. Será que até na praia temos que nos submeter ao inferno que é o transito e ao estresse que ele nos causa?
Hoje pude ver várias crianças levando buzinadas e outras quase sendo atropeladas por irresponsáveis. Por onde anda a fiscalização? Será preciso outra tragédia para que as autoridades tomem alguma providência? Ou mexer com a mediocridade dos frequentadores daquela praia é algo que incomoda gente grande?
Respeitem as nossas crianças!
O problema é que muitos motoristas acabam por perder a noção da coletividade, ao dirigirem de modo imprudente, muitos por terem abusado do uso do álcool. É ai que está o perigo.
Se não bastasse o exibicionismo nas faixas de areia, típico da era da ostentação, esses motoristas por mero capricho, querem também desfilar no espaço que as crianças utilizam para a diversão. Não nos esqueçamos de que crianças e adolescentes também tem o direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários.
Esses sujeitos negligenciam a presença das crianças e os expõem ao perigo, lhes roubando o direito ao lazer, à diversão e à dignidade, previstos no ECA. Estes pequeninos que já sofrem por terem poucos espaços públicos e gratuitos destinados ao divertimento.
Na maré cheia, motoristas irresponsáveis tiram fino dos pequeninos que brincam na beira do mar. As buzinadas intimam as crianças a saírem dos locais que estão brincando para que os carros possam desfilar. Será que até na praia temos que nos submeter ao inferno que é o transito e ao estresse que ele nos causa?
Hoje pude ver várias crianças levando buzinadas e outras quase sendo atropeladas por irresponsáveis. Por onde anda a fiscalização? Será preciso outra tragédia para que as autoridades tomem alguma providência? Ou mexer com a mediocridade dos frequentadores daquela praia é algo que incomoda gente grande?
Respeitem as nossas crianças!
domingo, 29 de dezembro de 2013
BOAS NOTÍCIAS EM 2014
Temas que o blogue gostaria de anunciar, comentar,
compartilhar e curtir em 2014. Coloque a sua sugestão:
- STF anuncia julgamento do processo de cassação da
governadora Roseana Sarney
- Polícia Federal deflagra “Operação Agiotagem” e prende 40
pessoas no Maranhão
- Parlamentares presos na “Operação Agiotagem” vão para
Pedrinhas
- Decretada intervenção federal no sistema penitenciário do
Maranhão
- Prefeitura de São Luis inicia em janeiro plantio de 5 mil mudas de árvores em São Luís
- Aterro do Bacanga será transformado no Parque da Cidade
- Caema vai refazer a rede de esgotos em São Luís
- Praias da ilha serão despoluídas com tecnologia japonesa
- PSOL, PSTU e PCB farão aliança para as eleições de 2014
- Pesquisas indicam Luis Fernando Silva fora do segundo
turno
- José Sarney anuncia que vai abandonar a vida pública para
sempre e se muda para o Amapá
- Prefeituras da ilha implantam projeto de metropolização
- Edivaldo Holanda Junior apresenta máquina ultramoderna para operação tapa-buracos em São Luís
sábado, 28 de dezembro de 2013
BRASIL x ÁFRICA: FUTEBOL DA INTEGRAÇÃO NESTE DOMINGO, NO SÁ VIANA
Dia 29 de dezembro (domingo), às 10h, no campo do Cardosão, no Sá Viana, brasileiros e africanos farão a última partida do ano. Após o jogo haverá confraternização com feijoada e radiola, tocando sequências alternadas de músicas brasileira e africana.
A INTEGRAÇÃO PELO FUTEBOL
Cerca de 30 estudantes africanos que estudam na UFMA encontraram no futebol uma das formas de integração e lazer com os maranhenses.
Os africanos, de diversos países, vieram estudar na UFMA através dos programas de intercâmbio universitário.
Eles estão distribuídos em vários cursos: Odontologia, Farmácia, Educação Física, Direito, Jornalismo, Economia etc. Alguns estudantes africanos moram na área Itaqui-Bacanga, mas residem também nos bairros Angelim, Turu, Bequimão etc.
Há cerca de quatro meses, em pelo menos um final de semana, eles disputam partidas de futebol contra uma “seleção” formada por estudantes, funcionários da UFMA e trabalhadores do campus do Bacanga (vigilantes e lavadores de carro).
As partidas começaram a ser articuladas pelo lavador de carros Hamilton Farias Lobato, conhecido na UFMA e em toda a área Itaqui-Bacanga como “Mussolino”.
“Mussolino”, morador do Sá Viana, fez o primeiro contato com um dos estudantes africanos que morava no mesmo bairro.
Após o expediente e a aula, foram caminhando para casa, começaram a bater papo e surgiu a ideia de fazer uma partida dos maranhenses contra os africanos.
Assim tudo começou e segue até hoje. Eles já fizeram partidas em vários bairros e campos de São Luís. A última foi no Tocão, no São Cristóvão.
A partida de encerramento da temporada 2013 terá uma confraternização com feijoada, cerveja e radiola com músicas africanas e brasileiras.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
OS CONTRATOS MILIONÁRIOS NO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO MARANHÃO
Resenha do contrato com a VTI: mais de R$ 38 milhões |
Enquanto o governo federal repassou R$ 22 milhões para a
construção de presídios no Maranhão, os contratos do governo estadual com apenas
duas empresas prestadoras de serviço no sistema penitenciário chegam a quase R$
50 milhões, precisamente R$ 49.164.461,04 (quarenta e nove milhões, cento e
sessenta e quatro mil, quatrocentos e sessenta e um reais e quatro centavos).
Os contratos devem ser o principal objeto da iminente
intervenção federal no Sistema Penitenciário do Maranhão.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público
Federal (MPF) precisam investigar a derrama de dinheiro no maior presídio
maranhense, Pedrinhas, onde 59 presos foram assassinados em 2013.
A terceirização da vigilância e o fornecimento de
alimentação aos detentos deve despertar os interesses do CNJ e do MPF.
Atlântica Segurança: aditivada para mais de R$ 10 milhões |
Pedrinhas tem vigilância humana e eletrônica, enquanto as
fugas acontecem embaixo das guaritas, sem que nenhum observador detecte os
túneis.
Em vez de realizar concursos para agentes penitenciários e
inspetores, o Governo do Estado prefere contratar empresas de vigilância
privada.
O presídio de Pedrinhas tem cerca de 400 agentes e inspetores concursados,
mas a vigilância privada chega perto de 2 mil homens.
ADITIVOS MILIONÁRIOS
Quanto mais mortes e barbárie há no Sistema Carcerário do
Maranhão, mais dinheiro circula nos contratos com as empresas que prestam
serviço no presídio de Pedrinhas.
Basta vasculhar o Diário Oficial e observar as publicações.
Uma das empresas, a VTI, é a principal beneficiária. Em 7 de
outubro de 2013, a VTI obteve um aditivo no contrato 89/2009, até setembro de
2014, chegando ao total de R$ 38.911.584,24 (trinta e oito milhões, novecentos
e onze mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e vinte e quatro centavos).
A VTI opera com “Serviços, Comércio e Projetos de Modernização
e Gestão Corporativa.”
A Atlântica Segurança Técnica também foi aquinhoada com um
aditivo, prorrogando o contrato 01/2012 até julho de 2014, no valor de R$
10.252.876,80 (dez milhões, duzentos e cinqüenta e dois mil, oitocentos e
setenta e seis reais e oitenta centavos).
Apenas nestes dois contratos o governo pagou R$
49.164.461,04 (quarenta e nove milhões, cento e sessenta e quatro mil,
quatrocentos e sessenta e um reais e quatro centavos).
As resenhas estão publicadas no Diário Oficial do Estado,
respectivamente, nos dias 7 de outubro
(VTI) e 22 de agosto (Atlântica) de 2013. Todos os contratos e aditivos são
celebrados com a Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária
(Sejap), comandada pelo delegado Sebastião Uchôa.
Pregão anuncia aquisição de equipamentos para a Penitenciária Feminina |
Os órgãos de fiscalização e controle precisam verificar
também se foram instalados “equipamentos médico-odontológicos, móveis e
utensílios e eletro-eletrônicos novos para a unidade de saúde centro de
referência Materno Infantil da Penitenciária Feminina”, conforme anuncia o
pregão 003/2013, publicado no Diário Oficial em 22 de julho.
O país inteiro já sabe que o Sistema Penitenciário do Maranhão
está inviável. O que o Brasil não sabe é que o governo do Maranhão celebra
contratos milionários com empresas para o Sistema Penitenciário.
O Maranhão foi o estado que mais recebeu dinheiro do governo
federal para a construção de presídios, R$ 22 milhões, mas nenhuma cadeia foi
erguida.
Enquanto isso, o dinheiro do contribuinte corre livremente
nos presídios maranhenses.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
NO MARANHÃO, ROSEANA DESEJA ERGUER 11 PRESÍDIOS COM BNDES E SEM LICITAÇÕES
Com a autoridade desafiada pelas facções criminosas que dominam o maior presídio do Maranhão, o complexo de Pedrinhas, a governadora Roseana Sarney deseja erguer 11 presídios novos a toque de caixa. Quer fazer isso com dinheiro do BNDES —coisa de R$ 53 milhões— e sem licitação.
Deve-se a atmosfera emergencial à imprevidência do próprio Estado. No Maranhão, emergência tornou-se outro nome para a imprudência. É como se o governo local, desejasse desnudar a incompetência, cometendo-a. A administração de Roseana recebera do Ministério da Justiça R$ 22 milhões para construir três cadeias entre 2011 e 2012.
LEIA MAIS NO BLOG DO JOSIAS DE SOUZA
CASA NO CAMPUS FOI ASSEGURADA EM 2005, NO CONSUN, AFIRMA O EX-REITOR DA UFMA FERNANDO RAMOS
Ex-reitor da UFMA, o professor do Departamento de Medicina III,
Fernando Ramos, fala pela primeira vez sobre a reivindicação dos estudantes
pela Casa no Campus. Na entrevista, Ramos reconstitui todos os passos que
efetivaram o Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional (PEDI),
aprovado na sua gestão, em 2005, no Conselho Universitário (Consun), que
assegurou a construção da Residência Estudantil no campus do Bacanga.
O prédio reivindicado pelos estudantes começou a ser
viabilizado na gestão do ex-reitor, com a finalidade de atender à demanda por
residência estudantil dentro do campus, conforme os procedimentos e valores
apontados na entrevista.
Sobre a conquista dos estudantes, Fernando Ramos afirma: “foi
a vitória dos princípios republicanos. Só lamentamos que, para se chegar a este
acordo, alguns estudantes tenham pago um preço bem alto, colocando em risco
suas próprias vidas.” Veja a entrevista:
Blogue - Na sua
gestão, como acontecia a Assistência Estudantil?
Fernando Ramos – A Assistência Estudantil deve ser sempre um
eixo fundamental das Universidades Públicas. Antes do Reuni, período de nossa
gestão, no orçamento da Instituição já estava presente a rubrica de Assistência
Estudantil, em valores bem menores que os enviados para as Universidades que
aderiram ao Reuni (fato que ocorreu na UFMA, em adesão tumultuada do Consun,
dias após termos deixado a Reitoria).
Mesmo com a melhoria orçamentária para a rubrica Assistência
Estudantil que o Reuni traria, não optamos por ele porque percebíamos não ser
este o desejo da maioria da comunidade universitária que vislumbrava outras
consequências. Entretanto, mesmo sem termos optado pelo Reuni, a dotação
orçamentária de Assistência Estudantil já contemplava: apoio às Residências
Universitárias (embora reconheçamos que os recursos eram poucos frente às
demandas sempre urgentes e pertinentes, vindo dos moradores destas
Residências).
Além destas, este mesmo recurso era destinado para as bolsas
alimentação e bolsas trabalho, assim como para apoio a eventos estudantis.
Apesar de todas as dificuldades, avançamos na busca de uma Assistência à Saúde
dos estudantes da UFMA, criando o HUzinho, na entrada do Campus, com
assistência médico-psicológica. Também aqui encontramos dificuldades pelo pouco
apoio da Direção do Hospital Universitário na época, que sempre alegou não
disponibilizar de profissionais para assistir à comunidade universitária dentro
do Campus do Bacanga. Apesar destas dificuldades, sempre mantivemos uma equipe
competente em contato direto com todos os estudantes e, muitas vezes, nós
mesmos, assim fazíamos, em reuniões noturnas nas próprias Casas.
Blogue - Quantas residências havia e elas abrigavam quantos alunos? Como eles eram selecionados?
Fernando Ramos – Existiam duas Residências ditas oficiais,
cujas despesas demandavam do Orçamento da UFMA, em sua totalidade. Estamos nos
referindo à Casa Masculina, prédio próprio da Instituição situada à Rua da Paz;
e à Casa Feminina, que inicialmente estava situada em residência alugada, na
Rua do Sol, e depois transferida para o sobrado atual, devido problemas
crônicos existentes na anterior. Existia, entretanto uma terceira Casa que,
embora cedida pelo Estado para estudantes de Universidades em geral, aos pouco
foi adotada pela UFMA, considerando o grande número de estudantes da nossa
Instituição moradores desta. Passamos, portanto, a adotá-la disponibilizando
aos seus moradores, o mesmo apoio logístico das outras (assistência à saúde e
alimentação no final de semana, uma vez que, durante a semana, todos os
residentes das três Casas alimentavam-se no RU do Campus). Quando assumimos a
Reitoria, os estudantes das três Casas não recebiam o café da manhã. Atendendo
reivindicação dos mesmos, passaram a receber os mantimentos (café, leite,
manteiga) e pão através de licitação institucional.
Nas três Casas havia uma média de 80 alunos, que eram
selecionados a partir de cadastro sócio-econômico, com entrevista e, sempre que
possível, nossa equipe fazia visita onde cada jovem estava temporariamente
instalado. Cada Residência tinha um Regimento próprio elaborado pela Equipe do
NAE (Núcleo de Assuntos Estudantis) e representação dos residentes. Vale
lembrar que estes regimentos sempre foram obedecidos e nunca tivemos que
deslocar alguém às Casas por questões de indisciplinas e badernas, como
possibilidade levantada, recentemente, por quem não defendia a Casa no Campus.
Blogue - Como nasceu
o projeto Residência Estudantil?
Fernando Ramos – Acreditamos que a história das residências
universitárias na UFMA se confunda com a própria história da Instituição, pois deste
o início de seu funcionamento esta Universidade sempre recebeu alunos oriundos
de outros municípios maranhenses ou de outros estados. Poderíamos fazer uma
longa lista de profissionais de todas as áreas que precisaram da residência
universitária para prosseguir seus estudos nesta Instituição. Todos eles, com
certeza, poderão testemunhar o quanto foi importante o apoio destas residências
para a conclusão de seus cursos. Muitos recordam sempre com emoção os tempos
vividos nelas. Hoje não é diferente, o perfil do estudante da UFMA revela um
grande percentual que precisa recorrer a sacrifícios, entre muitos o afastar-se
da família, na busca de uma melhor qualidade de vida para si e seu grupo
familiar. Esta história nos ajuda a perceber que a Construção da Residência no
Campus não deve ser visto como apenas um programa assistencialista, mas como
uma necessidade absoluta para a sobrevivência de muitos.
Blogue - Quanto foi
gasto e por que o atraso na conclusão da obra reivindicada pelos estudantes nas
manifestações?
Fernando Ramos - Em 2005, aprovamos no Consun (Conselho Universitário) a Resolução 77/Consun/UFMA
de 14/03/2005 referente ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional (PEDI), no qual, entre seus eixos, podemos citar o Eixo 6, Valorização dos Servidores e Alunos, com a seguinte meta “ELABORAÇÃO PROJETOS COM VISTAS À
CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS”. Com este PEDI aprovado, priorizamos
captar recursos para concretizar a referida meta. Ainda na LOA 2005, a UFMA foi
contemplada em seu orçamento com uma Emenda de Bancada no valor de R$
3.308.800,00 (três milhões, trezentos e oito mil e oitocentos reais).
Considerando a prioridade, autorizamos a Prefeitura de
Campus e a Pró-Reitoria de Gestão e Finanças que tomassem providências na
elaboração do Projeto da Residência no Campus (porque este era o desejo dos
residentes da época), assim como na licitação para a obra. O Projeto ficou
pronto, orçado em R$ 1.008.602,04 e a licitação aconteceu. Ficamos aguardando a
liberação da Emenda. Fato que ocorreu somente em dezembro de 2005, sendo
descontigenciado apenas R$ 992.640,00 .
Diante deste fato, autorizamos à Prefeitura
de Campus que refizesse o Projeto, garantindo a construção do pavimento térreo,
que ficou orçado em R$ 608.388,54 , sendo a firma vencedora da primeira
licitação consultada para saber se estava de acordo com a nova proposta, no que
houve aceitação. Em janeiro de 2006, autorizamos o início da obra, em espaço
também definido em reuniões com participação dos residentes da época,
levando-se em conta: proximidade de paradas de ônibus, proximidade do
restaurante universitário, proximidade da biblioteca e do próprio NAE (Núcleo
de Assuntos Estudantis). A obra demorou um pouco, no início devido problemas
sazonais (fortes chuvas no período), e sempre esteve fiscalizada por equipe da
Prefeitura e do NAE.
Em 2006, conforme havíamos prometido aos residentes,
partimos para conseguir o recurso para a construção do pavimento superior,
orçado em R$ 691.438,66. Conseguimos este Recurso através de uma
Descentralização do Ministério da Educação que, embora aprovado em 2006,
somente foi liberado no dia 13/06/2007, fato que contribuiu mais uma vez para o
atraso da obra. Nesta mesma data estávamos participando de uma audiência
pública na Justiça Federal com a participação do Ministério Público Federal e
os residentes. Nesta referida Audiência garantimos a continuidade da obra
porque o recurso complementar já estava no financeiro da UFMA. Como de fato a
obra foi reiniciada com o segundo pavimento sendo edificado. Nas proximidades
de outubro, quando deixaríamos a reitoria da UFMA, fomos surpreendidos com a
necessidade de um Aditivo para acabamentos da obra, no valor de R$ 172.000,00.
Como não tínhamos disponível no financeiro e, como tínhamos na LOA 2007 a
disponibilidade de uma Emenda de Bancada no valor de R$ 5.000.000,00 definimos
com a Assessoria de Planejamento (Asplan) e Prefeitura de Campus que
deixaríamos entre as metas de utilização desta Emenda a prioridade de conclusão
da Residência Estudantil no Campus.
Infelizmente esta emenda só foi descontigenciada,
integralmente, em 18/12/2007 quando já não estávamos na reitoria, e no dia
19/12/2007 o atual gestor autorizou o repasse, em quase sua totalidade para a
Fundação Josué Montello, não priorizando o aditivo da Residência Estudantil.
Tudo que afirmamos aqui temos como comprovar, com LOAS, projetos, licitações e
notas de empenho.
Portanto, a licitação correspondente à construção do térreo
foi orçada em R$ 608.388,54 e a correspondente à construção do andar superior
em R$ R$ 691.438,66. Como ainda havia a necessidade de um aditivo no valor de
R$ 172.000,00, isto totalizaria R$ 1.471.827,20 para a conclusão da
Residência em 2007.
Blogue - Os alunos
postaram um documento do Portal Transparência de 2007 mostrando que as obras da
Residência Estudantil estavam concluídas. Mas, uma placa identificadora de
obra, em 2013, mostra gastos de mais de um milhão de reais para adaptações no
prédio. Como o senhor vê isso?
Fernando Ramos - Na verdade, em outubro de 2007 toda a parte
estrutural do prédio estava concluída, faltando acabamentos. Não tenho
documentos suficientes para julgar o momento mais recente desta mesma obra,
quando o prédio foi readequado para então funcionar a Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis e o Núcleo de Assistência ao Estudante.
Blogue - O reitor
Natalino Salgado afirmou que a Residência Estudantil não foi institucionalizada
em sua gestão? O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Fernando Ramos - Lamentamos que, para justificar a sua decisão
política de gestão, o atual reitor da UFMA tenha utilizado vários argumentos
facilmente derrubados ao longo do processo. Quando não conseguiu provar que a
questão era orçamentária, pois temos todos os comprovantes do que afirmamos
acima, procurou se respaldar em afirmativas burocráticas. Entretanto, mais uma
vez comprovamos o equívoco do Magnífico Reitor que, ao afirmar que a Residência
Estudantil não havia sido institucionalizada, desconheceu a Resolução 77/CONSUN
de 14/03/2005 que aprovou o Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional
da UFMA (PEDI), onde no Eixo Assistência ao Estudante e Servidor consta a meta
Elaborar Projetos para Construção de Residências Estudantis. Portanto, a referida
meta constava sim em PEDI (atual PDI).
Blogue - Na sua
gestão houve uma ocupação do prédio da Reitoria, por causa dos atrasos na
conclusão da obra da Residência Estudantil. Quais foram os desdobramentos dessa
situação?
Fernando Ramos – Realmente, diversas vezes fomos motivados
pelos estudantes das Casas, no sentido de sentar e dialogar. Nunca nos negamos,
pois, apesar de todas as dificuldades de gestão, compreendíamos e nos
sensibilizávamos pelas condições que viviam. Em junho de 2007, decorrente de
uma ocupação da Reitoria, no lugar de chamarmos a Polícia Federal para a
reintegração de posse, optamos por solicitar a intermediação da Justiça
Federal, com a participação do Ministério Público e dos próprios residentes, no
sentido de realizarmos uma Audiência Pública, onde ratificamos, enquanto Reitor
da Instituição, o Compromisso Institucional para completar a referida
Residência no Campus. Fato só não concretizado porque, conforme já afirmamos
anteriormente, a Emenda com a da qual planejávamos destinar o recurso
complementar do Aditivo só foi liberada em dezembro de 2007, quando não
estávamos mais na Reitoria. Entretanto, jamais acreditamos que um
Compromisso Institucional, contemplado no PEDI e ratificado na presença da
Justiça e do Ministério Público fosse desconsiderado pela atual gestão. Mas
hoje, o importante é que a atual Administração pode refletir que nenhum
compromisso deve ser maior que o dirigido a garantias de direitos. Os jovens
conquistaram o seu direito à Casa no Campus, inclusive com a promessa de
Construção de outra, maior e de melhores condições. Que bom!
Blogue - Em sua
última entrevista, o atual reitor fala que a mudança de Residência
Universitária para Centro de Assistência Estudantil foi incluída no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) e aprovada no CONSUN. O que o PDI diz sobre
isso?
Fernando Ramos - O Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI) é hoje uma exigência dos órgãos controladores, no sentido de garantir
otimização desde o planejamento até a execução de ações nas Instituições
Federais de Ensino Superior (IFES). Tão logo os referidos órgãos começaram a
sinalizar sobre a importância deste documento, em 2005 já o elaboramos e
aprovamos em CONSUN, através da Resolução 77/CONSUN de 14/03/2005, denominado
na época como Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional (cujas metas
eram programadas para quatro anos).
Neste PEDI constava o eixo Assistência ao
Estudante e Servidor, onde destacamos a meta Elaborar Projetos para Construção
de Residências Estudantis. Só lamentamos que a decisão de mudança do objeto
daquela construção tenha ignorado o PEDI anterior, as plantas e licitações
realizadas com destinação explícita de Residência Estudantil e principalmente a
Audiência Pública na Justiça Federal chancelada pelo Ministério Público
Federal. Que bom que houve reflexão por parte da gestão atual, até porque rever
decisões, em benefício da comunidade, deve pautar sempre o exercício
democrático de todo gestor.
Blogue - Tem sido
comum reitores da UFMA destinarem finalidades diferentes para projetos iniciados
pelos seus antecessores?
Fernando Ramos - Não posso falar por todos. Na nossa
gestão procuramos respeitar estes compromissos, por entendermos os mesmos como
Compromissos Institucionais. O exemplo maior do que afirmamos aconteceu na
construção do Colégio Universitário no Campus. Acreditamos que os professores
do COLUN que na época caminharam diversas vezes conosco para a Secretaria de
Estado da Educação possam dar testemunhos disto.
Blogue - Como o
senhor analisa o acordo assinado como resultado da luta dos estudantes para
reconquistarem a Residência Estudantil que foi construída durante a sua gestão
na Reitoria da UFMA?
Fernando Ramos - Vemos como algo extremamente
importante e sério. Foi a vitória dos princípios republicanos. Só lamentamos
que, para se chegar a este acordo, alguns estudantes tenham pago um preço bem
alto, colocando em risco suas próprias vidas. Parabenizamos os jovens
residentes das Casas pela perseverança na luta por aquilo que acreditam. Nós
fazemos parte daqueles que acreditam ser este um direito de tantos jovens
oriundos dos municípios do Maranhão e até de outros Estados, agora e
principalmente, por força do Reuni e do ENEM, estes sim, aprovados sem
discussão ampla na comunidade universitária.
Blogue - O senhor
acredita que a demanda por residência universitária pode ter diminuído com as
cotas, criação de cursos e de campi e da chegada de alunos de outros estados e
cidades?
Fernando Ramos – De maneira alguma. As cotas, na época,
amplamente discutidas dentro e fora da Universidade e que, consequentemente, ampliaram
o percentual de alunos carentes na Instituição, o REUNI, que ao exigir novos
acréscimos de alunos por curso, em troca de mais recurso, garantiu um aumento
ano de discentes na Instituição e o ENEM, que nacionalizou o acesso à
Instituição, trazendo (trouxe) para o Estado, jovens de diversas partes do
país, .Fforam programas federais que fatalmente têm contribuído para o acesso
maior de jovens deste ou de outros estados que necessitam do apoio cada vez
maior da Instituição. É inadmissível, por exemplo, que desde 2007 até o
presente, o número de moradores das casas permaneça no patamar médio de 80
estudantes nas três residências.
Blogue - Por que o
seu nome não consta na lista dos ex-reitores da UFMA, publicada na homepage da Instituição?
Fernando Ramos - Pelo que fomos informados, houve uma
mudança recente no site institucional e algumas informações foram apagadas.
Acreditamos nesta versão, pois seria inadmissível acreditar em exclusões
propositais, seja qual for o motivo. Este seria um gesto, antes de tudo,
mesquinho.
Blogue - O senhor se
manteve afastado das discussões durante as manifestações dos alunos. Por que
não participou das entrevistas ou escreveu sobre o assunto?
Fernando Ramos - Na verdade, procuramos não responder às
provocações vindas por parte da Reitoria. Primeiro, porque desejávamos muito
que os residentes encontrassem uma solução para o problema e imaginamos que, se
polemizássemos, poderíamos contribuir para uma radicalização maior por parte
dos atuais gestores da UFMA. Segundo, porque sempre tivemos a consciência
tranquila sobre os passos que demos com o objetivo da construção da Casa no
Campus, razão porque pudemos oferecer nossa contribuição, cedendo para
consulta, todos os documentos que portávamos sobre o tema e já descritos acima
e que tranquilamente podem testemunhar de que lado está a verdade.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
ALUNO DA UFMA, RESIDENTE DA CASA ESTUDANTIL, É BALEADO EM TENTATIVA DE ASSALTO
Um aluno
da UFMA morador da Casa dos Estudantes das Universidades do Maranhão (Ceuma), localizada
na rua de São Pantaleão (Centro), foi baleado em tentativa de assalto, na
esquina de sua residência.
Neuremberg
de Matos da Costa, de 20 anos, aluno do 5º período do curso de Física, levou um tiro na
coxa. Eram aproximadamente 21:30 horas de segunda (23), quando o estudante
retornava, em companhia de um outro aluno da UFMA, de uma reunião no Lar
Universitário Rosa Amélia Gomes Bogéa (Luragb). Eles foram abordados por dois
homens que estavam em uma moto.
Embora
não encontrasse resistência, um dos assaltantes disparou um tiro na virilha do
estudante. Levado
ao Socorrão por outros moradores da Ceuma, Neuremberg de Matos foi liberado com
orientação para reavaliação em 15 dias. A bala ficou alojada na coxa.
Casa no
Campus
Os
alunos residentes nas três casas estudantis da UFMA já foram vítimas de vários
assaltos. A falta de segurança foi um dos motivos da mobilização dos estudantes
para reivindicar a conclusão e entrega urgente do prédio no campus do Bacanga
que será destinado à Residência Estudantil.
Após a
greve de fome de três estudantes e dois bloqueios da avenida dos Portugueses, a
administração superior comprometeu-se a entregar a Residência Estudantil, mediante
acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
Um dos
argumentos dos estudantes para ter a casa no campus é justamente a segurança,
além da proximidade com o restaurante universitário, salas de aula e
laboratórios. Vindos de outras cidades, os residentes ficam vulneráveis diante
do clima de violência que tomou conta de São Luis.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
JUNIOR BOLINHA EM PEDRINHAS VIROU ALVO FÁCIL
A transferência de Junior Bolinha para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas deixa em total vulnerabilidade um dos principais envolvidos no assassinato do jornalista Décio Sá.
Colocá-lo na vizinhança de criminosos contumazes, no caldeirão onde 60 presos foram assassinados em 2013, é quase uma sentença de morte.
A mudança de carceragem para Bolinha acontece exatamente no período que antecede o julgamento dos indiciados na execução de Décio Sá, prevista para fevereiro de 2014.
A sequência de fatos que o levaram a Pedrinhas também levanta suspeitas de que o Sistema de Segurança deixa "solta" a peça-chave para elucidar o assassinato do jornalista.
Antes de ser transferido para Pedrinhas, Bolinha saiu pela porta da frente da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) pagando R$ 150,00 ao vigilante. Foi a fuga mais barata de toda a história da carceragem do Maranhão!!!
R$ 150,00 não dá nem para comprar a ceia de Natal, considerando o volume de dinheiro movimentado pelo preso liberado.
Depois de sair da DRF, Bolinha foi preso novamente pelo sequestro relâmpago de um empresário.
A versão do Sistema de Segurança é tão mirabolante quanto a narrativa contada pelo pistoleiro Jhonatan Silva no dia do assassinato de Décio Sá, na avenida Litorânea, subindo a pé um morro de areia, após executar um blogueiro famoso.
Bolinha vai passar o Natal em Pedrinhas. E o noticiário policial tem tudo para ser quente no fim do ano.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
2014: TUCANOS EM RELAÇÃO ABERTA NO MARANHÃO
Os tucanos do Maranhão estão divididos na eleição para o governo do Maranhão.
Uma parte, liderada pelo prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, quer fazer aliança com Luis Fernando Silva (PMDB), o candidato da oligarquia Sarney.
Outra ala do PSDB dialoga com Flavio Dino (PCdoB), líder nas pesquisas, mas determinado a ampliar a frente de oposição; se possível, com os tucanos.
O PSDB é importante na eleição do Maranhão devido ao tempo de propaganda no rádio e na TV e pela representação parlamentar estadual e federal.
Luis Fernando Silva fez o cerco a Imperatriz e região tocantina, até dobrar o prefeito Madeira, que já assumiu publicamente, diversas vezes, o ingresso na candidatura sarneísta.
Ocorre que Madeira não controla a burocracia partidária - o núcleo decisório - sob o comando do deputado federal Carlos Brandão.
Os tucanos são influenciados também pelos detentores de mandatos na Assembléia Legislativa: Neto Evangelista e Gardênia Castelo, filha do ex-prefeito João Castelo.
Detalhe: os dois candidatos polarizados à frente nas pesquisas, Luís Fernando Silva (PMDB) e Flavio Dino (PCdoB), querem o apoio da candidata presidencial Dilma Roussef (PT).
A presença dos tucanos no palanque de Luis Fernando ou de Flavio Dino dificulta a colocação da "mão invisível" do governo federal na campanha do Maranhão.
Os candidatos a governador querem a presidente Dilma como esposa e uma relação aberta com a sigla tucana. Nesse caso, o PSDB seria a amante.
Aparentemente, os tucanos estão divididos, mas não desunidos. Roseana Sarney foi governadora oito anos (1994 - 2002) com o apoio de Fernando Henrique Cardoso na Presidência da República.
Nada impede os tucanos maranhenses de aliançarem com Luís Fernando ou Flavio Dino, mesmo tendo um candidato presidencial - Aécio Neves - principalmente sabendo que o play boy de Minas Gerais não deve chegar nem ao segundo turno.
Com bigode e estrela ou foice e martelo, os tucanos do Maranhão topam qualquer parada.
domingo, 22 de dezembro de 2013
SISTEMA PENITENCIÁRIO: INTERVENÇÃO À VISTA NO MARANHÃO
Transformado no caldeirão da
carnificina, o Sistema Penitenciário do Maranhão só tem uma saída – a intervenção.
É o que deve apontar o
Supremo Tribunal Federal (STF), após apreciar os relatos do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
As evidências são tantas que
nem precisa uma nova vistoria dos órgãos de acompanhamento e fiscalização. Basta ler o relatório do CNJ de 2011, que já apontava falhas gravíssimas no
sistema.
À página 14 do relatório, o
dado mais alarmante levantado no III Mutirão do Sistema Carcerário apontava o
déficit de 2.400 vagas no sistema prisional do Maranhão.
Veja o relatório completo
AQUI.
Até a Organização dos Estados
Americanos (OEA) já se manifestou sobre o caos no cárcere do Maranhão,
condenando o Brasil pela barbárie de tantas cabeças cortadas no complexo
penitenciário de Pedrinhas, em sucessivas rebeliões.
Em breve o sistema carcerário
deve receber os condenados no julgamento do jornalista Décio Sá. Um dos
acusados, Junior Bolinha, deixou pela porta da frente a delegacia onde estava
preso.
sábado, 21 de dezembro de 2013
VLT RECOLHIDO: UM INSULTO A SÃO LUIS
O dinheiro dos moradores de São Luís indo provavelmente para o lixo |
O vagão de amostragem do VLT deve ser removido para um ferro velho, depois da desastrada tentativa do ex-prefeito João Castelo (PSDB) de transformá-lo na fórmula milagrosa para resolver o caos no transporte público de São Luís.
Na semana que passou, o ex-candidato a vice-prefeito na chapa de Castelo, o deputado estadual Neto Evangelista (PSDB) esbravejou na Assembléia Legislativa, dizendo que havia um projeto do VLT.
Traçado impossível de ser viabilizado, o VLT foi um golpe publicitário na campanha eleitoral de 2012 |
O projeto nunca apareceu. Também não se sabe quanto custou o vagão nem o transporte da carcaça. Os trilhos postos no Aterro do Bacanga só serviram para atrapalhar o deslocamento dos carros e destruir os campos de futebol improvisados naquela área.
Fala-se em R$ 7 milhões o valor do vagão.
Qualquer que seja o valor, o VLT não passou de um golpe publicitário que insultou a população de São Luís e agora é retirado, sem qualquer satisfação ao contribuinte.
Trilho passaria pelo meio da rotatória de acesso à UFMA, complicando ainda mais o trânsito |
A trapaça do VLT foi mais um ato de vandalismo contra os moradores de São Luís. Um insulto a todos nós.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
LUIS FERNANDO CAPTURA PREFEITOS, MAS O POVO QUER VOTAR NA OPOSIÇÃO
De camisa branca e sorriso amarelo, o prefeito Léo Costa (PDT) foi levado a palácio pelo pedetista histórico Clodomir Paz |
Alguma coisa parece ter mudado no jogo eleitoral do
Maranhão. Pela primeira vez, um
candidato da oposição, Flavio Dino (PCdoB), fora da máquina do governo, lidera
com folga as pesquisas e ameaça concretamente derrotar a oligarquia Sarney.
O cenário para 2014 é diferente de 2006. À época, o então
governador José Reinaldo Tavares (PSB), dissidente da oligarquia,
alimentou três candidaturas contra Roseana Sarney (PMDB): Jackson Lago (PDT),
Aderson Lago (PSDB) e Edison Vidigal (PSB).
Jackson Lago venceu a eleição, mas foi cassado.
Em 2013, Flavio Dino segue liderando sem a máquina estadual.
O candidato da governadora, Luis Fernando Silva (PMDB), não consegue decolar,
mesmo com o apoio de todas as estruturas econômicas, políticas, jurídicas,
midiáticas e até sobrenaturais.
No desespero, o governo coage os políticos alinhados à
oposição. Ameaçado de cassação, o prefeito de Barreirinhas, Léo Costa (PDT),
foi o primeiro a ceder. Em solenidade no Palácio dos Leões, sob pena de perder
o mandato, inclinou-se a Roseana Sarney (PMDB).
O prefeito de Cajapió, Nonato Silva (PCdoB), mudou de
partido e também declarou apoio a Luis Fernando.
A oscilação dos prefeitos é comum no período pré-eleitoral
no Maranhão. Mediante ofertas de convênios e parcerias, ou ameaças de cassação,
os gestores municipais aderem sob pressão à candidatura do governo.
Essa movimentação sempre ocorreu nas eleições anteriores;
porém, no cenário de vantagem das candidaturas do Palácio dos Leões.
Em 2014 a tendência é de alteração desse panorama. Enquanto Roseana
Sarney & Luís Fernando Silva cooptam os prefeitos, o povo segue outro
caminho, apontado nas pesquisas favoráveis à oposição.
Flavio Dino continua liderando em todos os cenários, mesmo
com a pressão do governo Roseana Sarney sobre os prefeitos.
O desespero diante do fracasso de Luís Fernando alterou
também o modus operandi eleitoral da oligarquia Sarney.
Nos pleitos anteriores, Roseana apresentava o candidato da
oligarquia Sarney e dava uma ordem aos prefeitos, algo como: “Esse é o nosso nome. Se
virem para eleger”
Agora o governo está negociando com prefeitos, grupos de oposição, presidentes
de câmaras municipais, vereadores, lideranças comunitárias, sindicais etc.
Na estratégia da campanha de Luís Fernando, há uma diretriz específica para os meios de comunicação nos
municípios, que consiste no cerco às rádios locais, jornais regionais e
blogueiros.
Mesmo com todo o poderio midiático-econômico-político, Luís
Fernando Silva não decola.
Ele vai para um lado e o eleitor para outro.
ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS, POLÍTICA, POLITICALHA E GREVE DE FOME NA UFMA
Marizélia
Ribeiro (*)
A
Academia Maranhense de Letras (AML), representada pelo seu atual presidente, o
jornalista e advogado Benedito Buzar, em solene posição corporativista e de
desprezo à consideração dos vários lados envolvidos na questão em foco, emitiu
uma Moção de Desagravo a um de seus pares, o reitor da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA).
Essa
moção, a bem da verdade, não disse claramente a que veio. Tão somente declara
que a AML, “entidade cultural ciosa das altas tradições de Civilização e
Cultura que são glorioso apanágio de nosso povo, e cônscia dos laços
históricos que a aproximam da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, para cuja
criação contribuiu diretamente, manifesta sua incondicional solidariedade ao
Professor Doutor NATALINO SALGADO FILHO, Reitor da mencionada IES, e que foi
vítima de tratamento incompatível com a dignidade universitária, mormente em se
tratando de gestor que vem realizando na UFMA administração benemérita e por
todos os títulos exemplar.”
Moção
tão cega nos elogios ao "confrade" quanto na inobservância sobre o
que se passou na UFMA durante os dez dias em que estudantes tiveram a coragem
de colocar a própria vida em defesa do direito à moradia, condição para
uma vida digna.
Se isto
não lhes sensibiliza, senhores imortais, informo-lhes que essa luta também
decorreu do não cumprimento, pela atual administração da Universidade, de
compromissos formais firmados entre o ex-reitor da UFMA e os estudantes, desde
2007, com chancela, inclusive, do Ministério Público Federal (MPF), para
finalização do prédio que deveria ser a residência estudantil no Campus do
Bacanga. Na gestão desse mesmo ex-reitor, o Plano Estratégico de
Desenvolvimento Institucional (PEDI) foi aprovado na reunião de 14/03/2005 do
Conselho Universitário (CONSUN), através da Resolução Nº 77. A UFMA se
comprometia a elaborar projetos para construir Residências Estudantis. O atual
reitor, enquanto conselheiro pelo Hospital Universitário, deve ter participado
dessa reunião.
Em que
se baseou a AML para se colocar em “incondicional solidariedade” ao Magnífico
Reitor da UFMA?
O
presidente imortal Benedito Buzar, cassado pela Ditadura Militar Brasileira
(1964/1985) e recentemente homenageado pela Assembleia Legislativa com
“devolução” do seu mandato, não enviou qualquer representante para ouvir os
estudantes. Estranho para quem escreveu sobre politicalha – exploração através
do Estado para atender interesses de grupos em detrimento da coletividade!
Nenhum
representante dessa entidade observou que a população de São Luís se colocou
solidária aos estudantes, nas manifestações em avenidas e na entrada do campus
do Bacanga, nas redes sociais e em dezenas de cartas de apoio. Por ocasião das
duas paralisações na barragem do Bacanga, em que pese terem suas vidas
alteradas pelo movimento, a maioria dos que por lá transitavam se mostrava
a favor da causa estudantil.
Certamente,
o estudante Josemiro será mais lembrado e reconhecido do que muitos imortais da
AML, entidade que não divulga as qualificações que precisam ter os candidatos à
imortalidade acadêmica.
Quanto
às manifestações de professores e alunos ocorridas à porta do imóvel particular
do Magnífico, no final da manhã do dia 30/11/2013, serem consideradas uma
“prática de cafajestadas” pelo imortal Jomar Moraes, é uma indicação de que ele
parece ter esquecido que o público e o privado sempre se misturaram na UFMA.
Quando procurador dessa instituição, Jomar Moraes deve ter ouvido falar sobre
funcionários públicos federais serem deslocados de suas funções para prestarem
serviços em residências de gestores da Universidade.
O que o
acadêmico chama de “cafajestada” foi uma decisão de assembleia, na busca
de soluções urgentes para um movimento cuja forma extremada preocupava a todos;
foi uma manifestação pacífica para solicitar ao Magnífico – cujo local de trabalho
na UFMA foi mantido trancado desde o início das manifestações – que tomasse
atitudes para dar fim à greve de fome de Josemiro.
Naquela
manhã, por telefone, o reitor recusou o pedido da deputada Eliziane Gama de
incluir professores e alunos na Comissão que tentou resolver o impasse, a qual
teve como integrantes o defensor Público Yuri Costa e o Deputado Bira do
Pindaré, entre outros. Os dois deputados representavam a Comissão de Direitos
Humanos da Assembleia Legislativa no nosso estado.
O
ex-procurador, a meu ver, tentou desqualificar essa inesquecível luta social
quando tentou reduzi-la a “expedientes de politicalha” pela aproximação de
pleitos eleitorais no Maranhão e na UFMA. Quanto às eleições no
âmbito da Universidade, ele não deve ter sido informado sobre a ausência de uma
“chapa branca” nas eleições do dia 18/12/2013 para a diretoria da
Associação de Professores da UFMA (APRUMA). Os organizadores dessa “chapa” não
devem ter encontrado professores dispostos a amargar uma terceira derrota consecutiva!
Para os
que não me conhecem, me apresento como pediatra e professora da UFMA que
trabalha no Núcleo de Extensão da Vila Embratel, um bairro do entorno da
universidade. O meu certificado mais importante é uma Menção Honrosa dada por
entidades comunitárias por eu ter participado da luta pelas aquisições do
Centro de Saúde da Vila Embratel e do Adolescentro.
Finalizando,
faço minhas as palavras do poeta Luis Augusto Cassas. Ele critica a AML por se
manter distante aos problemas sociais. O poema Diabetes, que é bem
representativo do meu pensamento, está em seu primeiro livro, República dos
Becos, de 1981.
DIABETES
(Luis Augusto Cassas)
Os
imortais da Academia
estão
tomando chá:
gestos
polidos unhas aparadas
bigodes
tosados pernas cruzadas
no
melhor estilo gótico
excedem-se
no dietético
para
adocicar a conversa
Não
sabem que lá fora
a vida é
amarga e má;
que a
arte está é nas ruas
mercados
feiras e prisões
— eles
os imortais —
imobilizados
em seus fardões
imortalizados
imorredouros
mortos
(*)
Marizélia Ribeiro – Doutora em Políticas Públicas (UFMA), professora de
pediatria (UFMA) e diretora da APRUMA.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
ASCENSÃO DOS HITS É TEMA DE PESQUISA NO DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO PELA PUC-RS
Doutorando em Comunicação pela PUC-RS, o professor Marcio
Leonardo Monteiro Costa (foto) acaba de lançar o livro "MP3 demo: a circulação da
música independente na internet", fruto da dissertação de mestrado na
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
No doutorado, Marcio Monteiro continua a pesquisar música,
mas com o foco na construção do sucesso. “Por que algumas músicas fazem tanto
sucesso e outras não? Meu objetivo é tentar entender o modo como as canções
populares são feitas, visando o amplo consumo, e de que maneira este objetivo
se concretiza”, explica.
A investigação busca também “entender o modo como as pessoas
se apropriam desses sucessos”, explica o pesquisador. Veja a entrevista.
Nome: Márcio Leonardo Monteiro Costa
Projeto de tese: A ascensão dos
hits: articulações entre produção, circulação e recepção/consumo das canções de
sucesso.
Atividade docente: Professor
Mestre do Departamento de Comunicação Social da UFMA.
Blogue – Qual a sua trajetória acadêmica até a chegada ao
doutorado?
Marcio Monteiro - Eu me formei na
UFMA, em Rádio e TV, no ano de 2006. Na época, eu era estagiário da Rádio
Universidade e repórter do Marrapá, um programa de rádio da Assessoria de
Comunicação do Governo do Estado. Nunca tinha pensado em seguir a vida
acadêmica até ler sobre a seleção para o Mestrado da Universidade Federal de
Pernambuco. Fiz a seleção e, em 2007, eu me mudei para Recife. Passei um ano
lá. Com o fim do primeiro ano, e de volta a São Luís, comecei a dar aula numa
faculdade particular, à noite. Foi quando eu entendi que aquilo era o que eu
gostaria de fazer para o resto da vida. Passei no concurso público da UFMA em
2009. Foi assim que eu me deparei com a possibilidade de fazer o doutorado. Resolvi
encarar o desafio.
Blogue – Como surgiu a ideia de desenvolver o tema de pesquisa no doutorado?
Marcio Monteiro - Tenho pensado a
música no contexto da Comunicação desde a monografia. Lá atrás, minha
preocupação era com as implicações do formato mp3 na indústria do disco.
Depois, no mestrado, estava tentando entender como as novas tecnologias
influenciavam aspectos da produção e circulação da música. Mas acabei
concentrando os esforços para entender como os artistas independentes do
Maranhão usavam as ferramentas que a internet disponibiliza para fazer a sua
música circular. Hoje me interesso pela construção do sucesso. Por que algumas
músicas fazem tanto sucesso e outras não? Meu objetivo é tentar entender o modo
como as canções populares são feitas, visando o amplo consumo, e de que maneira
este objetivo se concretiza. Também é caro para mim entender o modo como as
pessoas se apropriam desses sucessos.
Blogue – Qual a delimitação do seu objeto de pesquisa?
Marcio Monteiro - Acredito que a
grande questão do meu projeto é entender como o hit se faz. O hit é aquela
canção que gruda na cabeça da gente. A execução em programas de rádio e
televisão é exaustiva. Está no tema da novela e na trilha do filme. Nas redes
sociais, todo mundo comenta sobre. No YouTube, as visualizações do videoclipe
aumentam consideravelmente a cada hora. Como uma canção se transforma em algo
de tamanho sucesso? Bom, a minha suspeita é que há três fatores envolvidos:
aspectos formais, como letra e melodia, por exemplo; desempenho articulado dos
agentes, produtores, intérpretes e dos meios de comunicação; e a afetividade
que as pessoas estabelecem com as músicas. Acredito que o sucesso está na
combinação desses fatores, e pesquisar sobre isso tem exigido um fôlego bem
grande.
Blogue – Com quais autores e teorias você pretende abordar o
tema escolhido?
Marcio Monteiro - Não tem como
fazer uma pesquisa como essa sem pensar de maneira multidisciplinar. É uma
pesquisa sobre condições de produção, sobre música enquanto texto, sobre
condições de recepção e consumo, sobre práticas de escuta e sobre novas
tecnologias. Meu olhar para o objeto tem influência direta dos Estudos
Culturais. Os principais autores que me ajudam a pensar este tema são Richard
Johnson, Simon Frith, Richard Middleton e Antoine Hennion.
Blogue – Quais os objetivos da sua pesquisa?
Marcio Monteiro - Os objetivos da
pesquisa foram se alterando ao longo dos meses. Acho que consegui um pouco mais
de estabilidade agora, depois de algumas leituras mais específicas e de algumas
conversas com a minha orientadora. O objetivo central continua sendo o de
compreender o processo de ascensão do hit. Mas eu pretendo chegar nisso a
partir da compreensão do circuito da canção de sucesso como um todo, o que
inclui as condições de produção, o texto, as condições de recepção e como as
relações sociais cotidianas estão implicadas. Cada momento do circuito envolve
vários pequenos objetivos e várias técnicas de coleta e análise dos dados. É um
trabalho bastante audacioso, que eu espero conseguir concluir.
Blogue – Qual a relevância da sua pesquisa para o contexto
social?
Marcio Monteiro - Uma das
contribuições que uma pesquisa como essa pode trazer é uma compreensão mais
articulada sobre a relação entre as canções populares, os meios de comunicação
e as pessoas. Sempre vejo análises sobre o assunto, mas são perspectivas muito
compartimentalizadas. Também pode ser um teste interessante: pesquisas tão
abrangentes podem ser realizadas em um espaço de tempo tão curto? Mas, para
mim, a maior contribuição é a que esse trabalho pode deixar para os
intérpretes, músicos e produtores musicais. É, afinal, um projeto que aponta para
uma reflexão sobre a produção, a circulação e o consumo musical. Para mim, é
uma tese que vai redundar num título. Para esses caras, é uma trajetória de
vida. São anos e anos de investimento, suor, tentativas de contatos, shows, festivais,
algumas lágrimas e muitas caixas pesadas.