segunda-feira, 24 de março de 2014

OCUPAÇÃO DA UNIVERSIDADE: VOLTA ÀS RUAS COM MOBILIZAÇÕES EM TODO O BRASIL

A possibilidade de reativação da greve dos professores universitários, sob a coordenação do Andes-SN, é um sinal às outras organizações de trabalhadores no processo de mobilização das jornadas de luta em 2014.

A Federação de Sindicatos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior (Fasubra) já aprovou indicativo de greve.

Somados ao movimento estudantil, professores e servidores administrativos devem ocupar os campi universitários em todo o país, preparando-se para as grandes batalhas de maio e junho.

Os campi servirão de quartel-geral para abrigar não só professores, trabalhadores da administração e estudantes, mas todas as pessoas interessadas em reformas econômicas e políticas para melhorar o país.

Devemos tensionar o governo Dilma pela esquerda, exigindo reforma política e ética no Brasil. Sem quebrar os esquemas de financiamento de campanha eleitoral o nosso sistema partidário não muda.

A reforma política, combinada à reforma eleitoral, é uma agenda urgente. A população precisa voltar às ruas para exigir, em definitivo, o fim do ciclo vicioso e promíscuo entre as empreiteiras e a compra de mandatos parlamentares e executivos.

Os bilhões de reais pagos às empreiteiras para construir estádios constituem um vandalismo com o dinheiro público. Em troca, as empreiteiras financiam campanhas eleitorais e viabilizam mandatos.

É um insulto ao povo brasileiro as condições dos postos de saúde e das escolas públicas, enquanto os estádios de futebol recebem suntuosas estruturas e acabamento de luxo.

É uma falta de respeito com os trabalhadores que constroem a riqueza do país ver o dinheiro público financiando arenas de futuro inútil, onde sequer tem time de futebol.

É aviltante ver o BNDES financiar os ricos e abandonar os pobres.

É uma agressão aos professores e estudantes a precariedade das salas de aula e dos laboratórios na UFMA, por exemplo, com suas cadeiras antigas, ambientes insalubres e sem ar condicionado.

Nosso país precisa de mais recursos para a educação, saúde, reforma agrária, mobilidade e meio ambiente. 

Queremos mais ferrovias e menos estádios. Queremos bons hospitais públicos e escolas decentes. Exigimos dignidade para estudar e direito a tratamento médico-hospitalar tão bons quanto os luxos dos estádios.

Devemos ocupar o Brasil com reivindicações concretas. E a Universidade tem um papel fundamental neste processo. Ocupar os campi, reunindo homens e mulheres desejosos de mudança, é uma agenda necessária neste ano decisivo de 2014.

Uma das tarefas é eleger, em meio à pauta difusa, uma que consiga universalizar os nossos anseios: a reforma política.

Enquanto a revolução não sai, é pela democracia representativa que devemos trilhar.

O Brasil vive um momento perigoso. Cabe aos movimentos sociais do campo democrático-popular o papel histórico de disputar o comando das mobilizações de massa, evitando o retrocesso fascista das facções que querem a volta da ditadura ou coisa parecida.

Dois tipos de gente defendem a intervenção militar: os beneficiários do golpe ou aqueles que não leram sequer as orelhas dos livros sobre tortura e morte nos porões dos aparelhos repressivos.

Não aceitamos golpe de direita nem a derrubada do governo Dilma Roussef. O Brasil não pode sair da era PT piorado. Devemos lutar pela ampliação das conquistas do povo e exigir um redirecionamento da economia para reformas profundas no campo econômico e político.

A principal delas, repito, é a reforma política. Se não cessarmos a promiscuidade entre o financiamento de campanhas e as empreiteiras e bancos, não haverá mudança

O dinheiro das grandes corporações financeiras para financiar os mandatos é a mãe de toda a corrupção.

O sistema partidário está apodrecido. Precisamos refazê-lo e aperfeiçoar a nossa democracia.

Pela manutenção do governo Dilma até o fim do mandato, sem golpe, reforma política já, fim do financiamento privado das campanhas eleitorais e ampliação da liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

Censura e ditadura, nunca mais!

Um comentário:

  1. Pertinente e lúcida a chamada que nos faz o jornalista crítico Ed Wilson, professor da UFMA.

    Se deixarmos produzir-se o vazio, ele será tomado pelos adeptos do reacionarismo, que tentam arrebanhar multidões e manipulá-las, de modo a justificar a criminalização dos movimentos sociais.

    A participação organizada dos segmentos das classes populares identificados com a democracia "real" e não com a pseudo democracia burgesa, precisa ser potencializada, para pressionar o governo em suas instâncias: executiva, legislativa e judiciária.

    É do conluio dos três poderes que se desdobram as formas mais abjetas de manipulação dos recursos públicos, subtraindo dos cidadãos comuns seus direitos básicos de primeira geração.

    Precisamos encerrar definitivamente a história da VELHA REPÚBLICA no Brail.

    Fatima Felix

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