sábado, 31 de maio de 2014

VEREADORES DE SÃO LUIS, ONDE ESTÃO VOCÊS?!

Se cair uma chuva forte e o prédio da Câmara desabar, não vai fazer qualquer falta aos moradores de São Luís.

A cidade está destruída pelas chuvas, sem ônibus, os professores estão em greve e a quase totalidade dos vereadores não toma uma iniciativa. Se fazem, não divulgam.

Grande parte dos bairros de São Luís não têm água encanada, há esgotos estourados em toda a cidade, as escolas estão em situação de calamidade, mas nenhum vereador faz um pronunciamento. Se falam, ninguém sabe.

Dos 31 eleitos, meia dúzia faz sentido. Não podemos generalizar. Temos parlamentares bem intencionados, mas são minoria e sem poder diante do esquema tradicional.

O resto não disse a que veio. Assim, a manutenção dos vereadores é um enorme desperdício de dinheiro público.

PRIORIDADES PODRES

Enquanto a cidade é tomada por buracos e esgotos, fazem festa os bichos escrotos, como diz a música dos Titãs.

A maioria dos vereadores só tem três preocupações:

1) A eleição do novo presidente da Câmara. Eles querem inclusive antecipar a data do pleito, para que o eleito faça as negociações financeiras com os candidatos a governador;

2) A construção da nova sede da Câmara, na Fábrica das Artes, um espaço bucólico que poderia ser um grande centro cultural;

3) A aprovação de emendas no orçamento da Prefeitura, sem projeto nem fiscalização dos milhões arrastados pelos vereadores;

Na construção do novo prédio já anunciaram o gasto de R$ 40 milhões. Obviamente, o valor será dobrado ou triplicado até o final da obra, com os famosos aditivos e coisa e tal.

Os moradores sem água, os motoristas sem rua, as pessoas sem parque nem praças vão ter de financiar uns R$ 100 milhões para abrigar 31 vereadores, sendo a grande maioria inútil.

Repetindo a tradição das legislaturas anteriores, a maioria esmagadora da Câmara é submissa ao prefeito.

O ex-líder do governo, vereador Honorato Fernandes (PT), é ao mesmo tempo aliado do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) e da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Fernandes almoça com Edinho Lobão (PMDB) e se esfrega nos aliados de Flavio Dino (PCdoB). Defende a oligarquia e a mudança. Só não defende o povo de São Luis.

É um dos maiores exemplos da degeneração do PT.

CASOS DE POLÍCIA

A última notícia do Legislativo municipal foi sobre um esquema de agiotagem generalizado, envolvendo parte dos vereadores e o Bradesco, um banco que maltrata seus funcionários e clientes.

A casa é presidida pela quarta vez consecutiva por Isaías Pereirinha, que reveza a cadeira com o colega Astro de Ogum.

Além das denúncias de agiotagem, vereadores também frequentam o noticiário policial por outros motivos. Astro de Ogum já foi vítima até de atentado a bomba e furto de joias e dinheiro em sua própria residência.


Algo muito estranho. Com tanto banco para guardar dinheiro, inclusive o Bradesco, o edil Ogum prefere entocar fortunas em dinheiro e ouro dentro de casa!

Já o vereador Beto Castro (PRTB) é denunciado por crime de falsidade ideológica, porque teria fraudado vários documentos: identidade, CPF e título de eleitor.

As ações para cassar o mandato de Castro são movidas por Paulo Roberto Pinto Lima Oliveira (PRTB), o Carioca, que já esteve preso por suposta posse sexual mediante fraude: ele teria praticado relação sexual com uma menor de idade em troca de promessa de emprego.

O que São Luis ganha se Beto Castro for cassado e Carioca assumir o mandato?

É lamentável que a Câmara, coletiva ou individualmente, só tenha visibilidade quando ganha as páginas policiais.

OCUPAÇÃO PRODUTIVA

Um dos momentos produtivos do Legislativo foi a ocupação realizada por estudantes e movimentos sociais, em julho de 2013, quando o parlamento realmente teve algum sentido.

Durante a ocupação, foram realizados vários debates sobre mobilidade urbana, regularização fundiária e transparência nas contas do Legislativo.

Os ocupantes não só debateram como fizeram propostas concretas para a cidade, mas foram massacrados pela mídia e impedidos de participar dos debates com os vereadores - a tribuna popular - onde apresentariam as propostas.

Depois da ocupação, a Câmara voltou ao normal. Ficou desocupada e não serve para quase nada.

Se São Pedro for generoso, coloca uma nuvem pesada sobre o prédio e manda derrubar água, demolindo tudo.

Quem sabe, ficando ao relento, sem teto, os vereadores juntam-se às dores do povo e resolvem fazer alguma coisa pela cidade.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

LICITAÇÃO: A SAÍDA PARA O BOICOTE DOS EMPRESÁRIOS DO TRANSPORTE EM SÃO LUIS

O impasse gerado nas negociações entre os rodoviários, as empresas de transporte e a Prefeitura de São Luís só tem uma saída - abertura de licitação para a contratação de novas concessionárias.

A licitação é a única forma de impedir o ciclo vicioso de extorsão praticado pelo Sindicato das Empresas de Transporte (SET) contra os usuários e a Prefeitura, cujo resultado é sempre o aumento no preço das passagens.

De nada vai adiantar o aumento no preço das passagens para as mesmas empresas continuarem oferecendo sucatas à população - ônibus sujos, caindo aos pedaços, poluindo o meio ambiente com um fumaceiro insuportável e sem qualquer conforto aos usuários.

A licitação precisa ser feita para quebrar o monopólio no sistema de transporte e abrir o debate sobre o passe livre, dialogando com a população.

Os usuários não podem mais ser penalizados com aumentos abusivos e péssimos serviços. Nenhuma capital do país cobra preços tão altos e oferece serviço péssimo como o SET.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) precisa ter coragem para romper com o SET, abrir a licitação e quebrar o monopólio de empresas como a Taguatur, que desde os anos 1980 explora sem concorrência boa parte das linhas de ônibus da capital.

A Prefeitura de São Luís não pode nem deve mais subsidiar as empresas que já ganham muito e ainda querem extorquir o poder público, além das humilhações impostas diariamente aos usuários.

Se tiver coragem e fizer a licitação, Edivaldo Holanda Junior estará dando sinais da tão anunciada mudança. Se ceder às pressões do SET e novamente despejar milhões nas contas dos empresários, será igual ou pior ao seu antecessor João Castelo (PSDB).

Para mudar, licitação já! Para ficar igual ou pior, mais subsídios aos empresários.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

APRUMA DIVULGA NOTA SOBRE A CRIAÇÃO DE ENTIDADE PARALELA DOS PROFESSORES NA UFMA

NOTA DA APRUMA SOBRE A CRIAÇÃO DE UMA ENTIDADE PARALELA DE PROFESSORES

A APRUMA – Seção Sindical do Sindicato Nacional de Docentes de Ensino Superior – ANDES-SN vem a público informar o seguinte:

1 - A representação sindical dos docentes das Instituições de Ensino Superior teve início na década de 1970, em plena ditadura civil-militar, a partir de um amplo processo democrático de construção das associações de professores em cada Estado. Como desdobramento, em fevereiro 1981 foi fundada a Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES. Com a Constituição Federal de 1988 a ANDES se transformou em Sindicato Nacional (ANDES-SN) e passou a ser reconhecido nacionalmente como o único sindicato dos docentes das Instituições do Ensino Superior;

2 - A APRUMA foi fundada em dezembro de 1978 e posteriormente se constituiu como Seção Sindical do ANDES-SN. Profundamente enraizada na categoria, construiu sua legitimidade na luta concreta e permanente em defesa dos interesses dos docentes e da classe trabalhadora e contra qualquer tentativa de atrelamento às reitorias, governos e partidos políticos;

3 - Em 2003, após a famigerada reforma da previdência do governo Lula da Silva, que retirou a garantia de aposentadoria integral dos servidores públicos e impôs que os aposentados voltassem a contribuir, o ANDES-SN, para manter-se coerente com os seus princípios, contribuiu na construção da Coordenação Nacional de Lutas (hoje Central Sindical e Popular, CSP – CONLUTAS) por compreender que a CUT atrelou-se aos interesses do governo e de patrões, e não defende mais a classe trabalhadora;

4 – Em 2005, por iniciativa da CUT, foi criado o “PROIFES”, inicialmente um pretenso fórum de discussão de professores. Desde então o referido grupo tem funcionado como um efetivo braço dos governos e das reitorias no movimento docente. É defensor do FUNPRESP, fundo de pensão no qual o professor sabe quanto contribui, mas não sabe quanto vai receber quando se aposentar. Em 2012, traiu a categoria docente e assinou acordo com o governo federal mesmo contra a vontade da maior parte das assembleias gerais dos professores;

5 – Na UFMA o PROIFES tentou tomar a APRUMA em quatro ocasiões. Em duas foi derrotado nas urnas, mesmo com o apoio da atual administração superior. Em outras duas sequer conseguiu formar chapa para disputar o processo eleitoral. Agora, como mais um capítulo desta história, sob coordenação direta da administração superior da UFMA, pretende criar um sindicato local para tentar esvaziar a APRUMA e apoiar as políticas do atual reitor;

6 - A APRUMA possui carta sindical, mas não tem feito uso até aqui dessa prerrogativa para impedir outras formas de organização. A APRUMA alerta, porém, que o principal objetivo da nova entidade é enfraquecer as lutas da categoria;

Conclamamos os docentes da UFMA a não aceitar essa manobra que só fragiliza a nossa luta em defesa da carreira de Professor Federal, pela recomposição salarial de ativos e aposentados, pela autonomia universitária e contra a precarização do trabalho docente.

DIRETORIA EXECUTIVA  DA APRUMA

SINDICATO CHAPA BRANCA E GOLPISMO NO DCE

O blogue publica o artigo do professor Flavio Reis sobre dois fatos polêmicos na UFMA: a criação do PROIFES e a eleição no DCE. Na próxima postagem, divulgaremos a nota da APRUMA sobre a criação de uma entidade sindical paralela.

Professor Flávio Reis
Departamento de Sociologia e Antropologia

A marca de centralismo e autoritarismo que caracteriza a administração do reitor Natalino Salgado ganha mais um capítulo tenebroso. Preocupado em submeter tudo e todos à sua vontade, sem conseguir sequer conviver com críticas e posicionamentos contrários, volta suas baterias novamente em duas frentes.  A primeira é a tentativa de controlar o Diretório Central dos Estudantes. Através de uma manobra, a comissão eleitoral impugnou a chapa da diretoria Ninguém Pode nos Calar, que resgatou o DCE da posição vergonhosa de ter se tornado uma representação chapa branca no período 2010/2011, alheio às lutas históricas por uma universidade plural e participativa, servindo de mero apêndice da reitoria e agência de festas. Circulou largamente através do YouTube o áudio de uma conversa em que o presidente da comissão eleitoral se colocava abertamente como interessado em articular uma chapa com um canal com a reitoria (disponível em http://www.youtube.com/watch?v=F6bO_cTd1bQ). Apesar da eleição não contar com o quórum mínimo necessário, mostrando o repúdio dos estudantes à manobra, a direção da universidade quer reconhecer o resultado, um escândalo que deve parar na justiça. A segunda é a tentativa de criar outro sindicato de professores, um sindicato chapa branca, vinculado ao PROIFES, depois de ter perdido eleições para a diretoria da Apruma em duas oportunidades e não ter conseguido sequer organizar uma chapa para concorrer às eleições realizadas em dezembro do ano passado.

Na democracia professada pelo reitor Natalino Salgado, manifestações contrárias são sempre tratadas com intolerância, problemas de funcionamento não devem vir à luz do dia, reivindicações são apenas fruto de descontentes que “não vestem a camisa da UFMA” (leia-se, não dizem amém a todas as resoluções monocráticas vindas da reitoria), pois a instituição vive simplesmente dias gloriosos.  Os que estão no cotidiano das salas de aula sabem que as coisas não são bem assim. Apesar do grande aumento no número de matriculados, numa operação cujos resultados desastrosos começam a aparecer nos inúmeros gargalos criados pela falta de professores, o que percebemos no dia a dia é um contínuo esvaziamento do campus, uma irritação e um desestímulo crescentes.

Não se trata apenas de um período de transição, no qual o próprio ensino ainda patina para encontrar novos rumos. O chão do processo é a defasagem da estrutura administrativa da universidade, pesadona e controladora, quando os tempos pressupõem exatamente o contrário. A própria forma como são propostas modificações em atividades fundamentais, como as recentes normas sobre o ensino de graduação, são pensadas de cima para baixo, com apenas um arremedo de discussão proposto em cima de um texto base que, no caso, uma observação feita pela comissão organizada pela Apruma mostrou ser cópia quase literal de uma resolução da UFPI. Mais do que crescer, a UFMA vive um processo de inchaço de uma estrutura arcaica e as iniciativas de modificação sempre insistem em afirmar a centralização de decisões nas pró-reitorias. No fundo, quase não há vida nas unidades, apesar da propaganda feita nas placas espalhadas pelo campus e no site da instituição insistir em mostrar um mundo dourado “como nunca se viu antes”, para lembrar um bordão que fez escola. Tanto aqui quanto nos campi do interior do estado, entretanto, existem muitos problemas, mas, segundo a ótica reinante, eles não devem ser debatidos e sequer publicizados. Todas as vezes que aparecem, geram logo profundo mal-estar entre o Magnífico e seus áulicos, como se fossem deturpações rasteiras de elevadas intenções.

Chegando ao ano final de seus dois mandatos à frente da reitoria, antecedidos de dez anos no comando do Hospital Universitário, Natalino Salgado tenta fechar o seu ciclo calando os únicos espaços institucionais que não controla, com o golpe perpetrado no DCE e a tentativa de organizar um sindicato paralelo de professores. Neste último caso, uma articulação puxada pelos áulicos de sempre, pró-reitores e assessores, para a formação do chamado Sind-UFMA, um sindicato atrelado ao PROIFES.

Por princípio, acho que a organização de interesses deve ser livre e ampla. O problema é quando esta se dá a partir de cima, quebrando na origem qualquer possibilidade de real independência. Se organizar chapas a partir da reitoria já era algo escandaloso, tentar organizar outro sindicato utilizando-se desses meios chega ser uma excrescência, sem mais nem menos. Talvez o problema mais importante e decisivo nesta universidade seja o fosso que historicamente foi estabelecido entre a administração superior e a comunidade acadêmica. Essa questão chegou ao ápice na atual gestão, onde a aproximação só se efetua através da cooptação. No momento em que entidades importantes, como a ADUFC, se desvinculam do PROIFES, frisando entre os motivos a “notória subordinação ao governo federal”, o “alheamento em relação ao movimento docente nacional, promovendo o isolamento e a desmobilização dos professores das universidades federais cearenses” e a “participação ativa na implementação de medidas e normas que precarizam o trabalho docente”, é exatamente este o modelo que o círculo próximo à reitoria quer criar aqui e ficar ainda mais à vontade para impor procedimentos, como é do seu estilo, contornando a resistência que a Apruma desempenhou, principalmente nos dois últimos anos.

A universidade brasileira, de modo geral, guarda esse traço centralizador que manteve dos tempos da ditadura, mas tem seus contornos acentuados quando tratamos de sociedades em vários aspectos ainda largamente oligarquizadas, como é o nosso caso.  A luta de professores, alunos e técnicos administrativos deve buscar a ampliação e a efetividade dos espaços de participação na universidade, abrir as decisões, garantir maior autonomia para as unidades num quadro de efetiva colaboração interdisciplinar. O processo em curso tem seguido o caminho contrário, sempre falando em futuro, democracia, inclusão, diversidade, mas agindo efetivamente para garantir a continuidade do passado, com os velhos procedimentos de tomada de decisões em circuito fechado e as mesmas figuras de sempre, pessoas que atravessam décadas nos círculos da administração superior da universidade. A articulação do Sind-UFMA é uma associação pensada para atrelar a representação sindical à reitoria, nada a ver com as lutas dos docentes e a necessidade de democratização da universidade.    

Todos se lembram do papel importante que o DCE e a Apruma exerceram no apoio aos estudantes em luta pela moradia no Campus diante da intransigência de Natalino Salgado, vergada apenas após uma greve de fome levada a efeito por discentes que dependem da moradia, prolongando-se por uma semana, com mobilização que envolveu outros setores da sociedade em solidariedade. São justamente estes espaços de resistência que a sanha autoritária da reitoria tenta a todo custo anular.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

PROFESSORES MUNICIPAIS EM GREVE DIVULGAM CARTA À POPULAÇÃO


Os Educadores da Rede Municipal de São Luís estão em Greve Geral por tempo indeterminado desde o último dia 22 de Maio de 2014. Os profissionais do magistério decidiram parar as atividades por considerarem inadequadas as condições estruturais em que muitas escolas da capital se encontram, bem como em razão da não implantação dos direitos estatutário e pelo baixo índice de reajuste proposto pela administração pública.

A Prefeitura de São Luís, por meio da SEMED – Secretaria de Educação, tem criado entraves para cumprir as principais exigências dos educadores e isso tem resultado em perdas irreparáveis para todos (as).

Embora exista uma forte campanha de desmoralização contra os(as) educadores(as), engendrada pela administração pública municipal, o SINDEDUCAÇÃO, no exercício do seu direito/dever, ao lado dos(as) professores(as), tem procurado manter o bom diálogo com toda população, Ministério Público e sobretudo com os pais e mães dos alunos(as), usuários da Rede Municipal de Ensino.

Diante deste quadro, o SINDEDUCAÇÃO tem pressionado a Prefeitura/SEMED acerca das reivindicações feitas pela categoria, mas até o momento a administração pública vem se mantendo indiferente. A pauta é justa, viável e pode ser atendida, pois recursos existem. Até maio de 2014 o município de São Luís já recebeu R$ 128.834.790,95 (cento e vinte e oito milhões oitocentos e trinta e quatro mil setecentos e noventa reais e noventa e cinco centavos - http://www3.tesouro.gov.br/estados_municipios/municipios_novosite.asp) do FUNDEB para pagamento dos professores,mas continua afirmando que não tem dinheiro para implantar direitos. São R$ 25.766.958,00 por mês. A folha de pagamento mensal do magistério está em R$ 16.000.000,00, valor que corresponde a 62% do montante recebido pela Prefeitura. Sendo assim, para onde está indo o restante do dinheiro (quase R$ 10.000.000,00 – dez milhões de reais mensais)? Uma coisa é certa, este dinheiro não está sendo utilizado na manutenção das escolas, pois a maior parte delas nem deveriam está funcionando, pois não apresentam qualquer condição estrutural para abrigar alunos, professores e funcionários. Vejamos os problemas mais comuns:

- Instalações elétricas danificadas;  - Salas de aula sem ventilação e sem iluminação elétrica;                                              

- Instalações hidráulicas precárias (banheiros , cisternas sem condições de uso, etc.);

- Inexistência de água potável nas escolas;     

-Telhados comprometidos;

- Paredes rachadas, com infiltração proporcionando choque em professores e alunos;

- Salas e corredores servindo de depósito de moveis velhos e danificados;

- Áreas de lazer tomadas pelo mato;   

- Merenda escolar inadequada;

- Falta de professor nas escolas, por falta de concurso público;

- Falta de material didático e recursos pedagógicos;

- Falta de acessibilidade aos alunos com deficiência; - Falta de espaços para bibliotecas;

- Falta de segurança (assalto freqüente nas escolas)

Os itens acima comprometem todo o desenvolvimento pedagógico, intelectual e afetivo, tanto dos alunos, quanto dos professores. E os problemas não param por aí. Muros caídos, portões escorados, falta de iluminação, etc. Tudo isso tem provocado insegurança e até mesmo casos de agressão aos profissionais do magistério (violência mortal e física), dentro e no entorno das escolas. No entanto, nós educadores temos a convicção de que estamos cumprindo nossa missão, tentando fazer o dia a dia das escolas, mesmo com todas as dificuldades.

A greve é para mostrar ao poder público e à sociedade como um todo o valor dos profissionais da educação, operários incansáveis na construção de uma sociedade mais justa. Diante disto, exigimos respeito do poder publico municipal e convidamos toda sociedade a participar dessa luta, em defesa da qualidade da escola publica municipal.

SINDEDUCAÇÃO – GESTÃO RENOVAR E AVANÇAR NA LUTA

terça-feira, 27 de maio de 2014

VANDALISMO: EMPRESÁRIOS QUEREM R$ 2,70 NA PASSAGEM DAS SUCATAS DE SÃO LUIS

Os empresários dos transporte coletivo de São Luís preparam mais um golpe contra a população: a pretexto de contornar a greve dos rodoviários, pretendem aumentar o preço das passagens para R$ 2,70.

Trata-se de um vandalismo contra a população, já submetida à humilhação de trafegar em ônibus-sucata, lentos, sujos e fumacentos.

O aumento, se vier a ser concretizado, é uma falta de respeito, uma agressão aos usuários de transporte coletivo.

Não se sustenta por um segundo o argumento de que as empresas de ônibus estão “quebradas”. Isso é chantagem para extorquir os usuários de transporte coletivo e a Prefeitura.

A Taguatur monopoliza as linhas da área Itaqui-Bacanga há mais de 20 anos. Nesse período, multiplicou seus negócios: é concessionária da Fiat, opera a Taguatur Turismo e a Taguatur Eventos.

Como pode ter prejuízo se não tem concorrentes, oferece um serviço péssimo e cobra preços altos?

O argumento da falência das empresas, sem mostrar as planilhas, é uma falácia, uma chantagem para manipular informações e ludibriar a opinião pública.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC), que assumiu prometendo fazer uma licitação para novas linhas, recuou e submeteu-se às chantagens do Sindicato das Empresas de Transporte (SET).

Em vez de fazer a licitação, Holanda Junior “subsidiou” as empresas com R$ 2 milhões mensais, desde setembro de 2013.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior não pode ser conivente nem cúmplice desse golpe contra a população.

É inadmissível que as empresas controladas pelo SET ofereçam péssimos serviços, cobrem preços altos e ainda assim tenham prejuízos.

Esse argumento vem sendo repetido na mídia como justificativa para aumentar os preços das passagens, mas não se sustenta.


A população de São Luís não vai aceitar mais essa humilhação. Se a passagem aumentar, a cidade vai parar!!!

PT NACIONAL ABANDONA SARNEY NO MARANHÃO

Para a tristeza do PT sarneísta e alegria do Maranhão, não haverá indicação do vice de Edinho
Braço armado de José Sarney (PMDB) no Maranhão, a corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) está um pote até aqui de mágoas com a direção nacional do PT, depois que o presidente Rui Falcão proibiu o partido de indicar o vice na chapa de Lobo Edinho (PMDB).

Falcão determinou aos petistas sarneístas apenas a indicação do suplente de senador. Nada mais!

Orientado pelos marqueteiros, o comando nacional do PT rompeu a aliança com José Sarney (PMDB) no Maranhão, temendo estragos na campanha à reeleição de Dilma Roussef.

Os marqueteiros já disseram: se Dilma colar é Sarney, é caixão e vela!

Por isso Falcão vetou a indicação de José Antonio Heluy para compor a chapa de Lobo Edinho (PMDB), candidato da oligarquia. 

O petismo maranhense terá uma participação discreta na campanha. É o limite permitido pelo comando nacional.

Se o PT indicasse o vice na chapa da oligarquia Sarney, Dilma e Lula teriam de vir ao Maranhão e gravar mensagens para o horário eleitoral. Seria um desastre na campanha de Dilma.

Estagnado nas pesquisas, Lobo Edinho contava com as declarações e imagens de Lula como última tentativa de se apresentar ao eleitorado. Talvez não tenha nem isso.

OUTROS CARNAVAIS

Sarneístas do PT chegaram a comemorar, mas Rui Falcão acabou com a festa
O histórico de intervenções do PT nacional no Maranhão foi marcante em 2010, quando o Encontro de Tática Eleitoral decidiu apoiar Flavio Dino (PCdoB) ao governo.

Menos de uma semana após a decisão, o diretório nacional desfez o resultado e obrigou o partido a compor a chapa de Roseana Sarney (PMDB), indicando o vice-governador Washington Oliveira (WO).

Em 2014 os petistas sarneístas pretendiam repetir a indicação do vice, desta vez aprovando o nome de José Antonio Heluy no Encontro de Tática Eleitoral.

A festa de Heluy não durou dois dias. Rui Falcão anulou o resultado e ordenou apenas a suplência de senador.

PERDAS E DANOS
WO e Monteiro, sorridentes com Roseana em 2014, foram vítimas da intervenção em 2014
O PT sarneísta, que já havia perdido o vice-governador WO, enfiado em uma sinecura no Tribunal de Contas (TCE), perdeu também a indicação do novo pretenso vice, José Heluy, o maior entusiasta do sarnopetismo.

Para compensar o veto à vice, a direção nacional prometeu que se o candidato a senador do PMDB for eleito; e se Dilma for reeleita, o senador será chamado para um ministério e então o suplente do PT seria efetivado.

Isso, se... e se... e se..., principalmente, se o povo do Maranhão votar no candidato a senador do PMDB, Gastão Vieira, que já demonstrou ser ruim de voto em eleições majoritárias.

EQUAÇÃO

A retirada do PT da vice também equacionou um problema intra-oligárquico: a situação do presidente da Assembleia Legislativa Arnaldo Melo (PMDB), que exige um cargo majoritário.

Com o PT desempatando o caminho da vice, Arnaldo pode ser o companheiro na chapa de Lobo Edinho.

Então, só falta combinar com o eleitor o voto para eleger essa dupla ao governo do Maranhão. Hipótese cada dia menos provável.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

LOBO EDINHO PERDE O PT NA CHAPA DE GOVERNADOR

Bandeira baixa: Heluy disputava com Zé Costa a vice de Edinho, mas Falcão
mandou indicar apenas o suplente de senador
Uma nova intervenção do PT nacional no Maranhão proibiu o partido de indicar o candidato a vice-governador na chapa de Lobo Edinho (PMDB), o nome da oligarquia Sarney para disputar o governo.

Portanto, ficou sem validade a indicação de José Antonio Heluy (PT) como vice de Edinho. O nome de Heluy havia sido formalizado no Encontro de Tática Eleitoral, mas não vale para o comando petista.

A ordem do PT nacional ao diretório do Maranhão é apenas a composição na chapa de senador, com um suplente, e nada mais.

Os sarneístas do PT chegaram a comemorar a reedição da aliança com o PMDB, mas a festa durou pouco.

Falcão ficou irritado com a desobediência do petismo local, que deveria ter cumprido a ordem de aprovar somente o candidato a suplente de senador.

Liderando as pesquisas na oposição, o candidato a governador Flavio Dino (PCdoB) é o maior beneficiado com a proibição.
Petistas de Sarney comemoraram a vice, com Edinho ao centro, mas só terão a suplência do Senado

LOBO FERIDO

A intervenção foi mais um desgaste na combalida campanha de Lobo Edinho, que sonhava ter o PT de vice para tentar se apresentar como “candidato de Lula e Dilma” no Maranhão.

Não colou. Mesmo com todo apoio da máquina do governo, Edinho não decola nas pesquisas. No Palácio dos Leões, já chegaram a cogitar a desistência da candidatura.

Edinho chega a ser pior que Luis Fernando Silva, que era apresentado como tocador de obras e bom gestor, mas ruim de voto em uma eleição de governador.

PREOCUPAÇÃO

O PT nacional tem pesquisas que avaliam muito desgaste da presidente Dilma em associação com oligarcas do tipo de José Sarney (PMDB).

Uma eventual composição do PT maranhense na chapa majoritária de Sarney obrigaria Lula e Dilma a desembarcarem no Maranhão para atividades de campanha com Lobo Edinho, provocando mais um escândalo na imagem da presidente.

Diante da situação delicada de Dilma nas pesquisas, o PT está se precavendo e decidiu proibir o partido no Maranhão de indicar o candidato a vice-governador na chapa articulada por Sarney.

Seria caixão e vela para Dilma.

domingo, 25 de maio de 2014

ALIANÇA DO PDT COM SARNEY É UMA POSSIBILIDADE

Em 2000, Jackson Lago e Roseana, comemorando a vitória dele na eleição de prefeito de São Luis
O PDT do Maranhão precisa se pronunciar oficialmente e deixar claro de que lado estará na eleição de 2014.

Uma nota do partido seria a melhor forma de dissipar as especulações sobre uma possível guinada pedetista em direção à oligarquia Sarney, indicando o vice-governador na chapa de Lobo Edinho (PMDB).

A possibilidade está dada, desde que o PDT foi rifado na vice-governadoria prometida na chapa de Flavio Dino (PCdoB).

Dino tinha apalavrado a vice aos pedetistas, mas teve de mudar os planos, em função da conjuntura nacional. 

Sem o apoio do PT nacional, restou ao comunista montar o palanque de Aécio Neves (PSDB) no Maranhão e entregar a vice ao deputado federal tucano Carlos Brandão.

Dino também precisava do tempo de propaganda eleitoral do PSDB.

Considerando que o PDT já é "de casa", ou seja, está integrado ao condomínio, Flavio foi em busca do que não tinha: os tucanos.

Mas, ao entregar a vice ao PSDB, Dino provocou um certo constrangimento no PDT, que sonhava não só com o retorno ao Palácio dos Leões. Os pedetistas pretendiam também reaver o controle total da Prefeitura de São Luís em 2016.

No cenário de vitória de Flavio Dino, o plano maior dos pedetistas seria tomar a prefeitura de Edivaldo Holanda Junior (PTC). Para isso, precisariam ter poder no eventual governo comunista.

Rifados na vice, os pedetistas resmungam e ameaçam lançar a candidatura própria de Hilton Gonçalo, mas não estranhemos se o partido der uma guinada e compuser a chapa de Lobo Edinho (PMDB), o candidato da oligarquia Sarney.

Esse movimento não será o fim do mundo e nem algo a decepcionar ninguém. É apenas uma acomodação de interesses e alinhamento de forças.

O PDT se considera grande demais para ficar fora da chapa majoritária de Flavio Dino. Por isso é uma possibilidade a mudança de planos. 

Se João Castelo (PSDB), outrora considerado o atraso, vai entrar na campanha de Flavio Dino com "gosto de gás", não seria absurdo o PDT indicar o vice de Lobo Edinho.

O PDT faz parte da base do governo Dilma Roussef e controla o Ministério do Trabalho. Flavio Dino fez a opção por Aécio Neves e entregou a vice-governadoria aos tucanos. Os interesses nacionais do PDT não cabem neste palanque, que é da base do lulismo.

Outro dado novo foi a ascensão do deputado federal Weverton Rocha ao posto de vice-líder do governo Dilma Roussef (PT). 

No cenário nacional, os pedetistas estão alinhados ao palanque lulista-dilmista, representado por Sarney no Maranhão.

Os apaixonados podem considerar heresia o apoio do PDT a Sarney, visto que Jackson Lago foi perseguido e cassado pela oligarquia.

Porém, é bom lembrar que Jackson Lago, eleito prefeito de São Luís em 2000, comemorou a vitória tomando champanhe na casa de Roseana Sarney, com aquela famosa foto. 

Era o prenúncio de que os pedetistas, com Jackson Lago candidato a governador, marchariam com Roseana Sarney na candidatura presidencial de 2002, mas o plano foi decepado com a operação Lunnus. Só então o PDT retomou o campo da oposição. 

Depois disso, todos estiveram com todos e nada impede o PDT de uma aliança com Lobo Edinho. É normal no jogo político.

sábado, 24 de maio de 2014

REFINARIA DE PAPEL NO MARANHÃO

Em 2014 os marqueteiros da oligarquia devem prometer de novo a refinaria
Quando iniciar o horário eleitoral gratuito, a refinaria Premium, de Bacabeira, voltará à pauta. A governadora Roseana Sarney (PMDB), com o apoio de Lula e Dilma, voltará a anunciar o empreendimento.

Lançada por Lula, a promessa de refinaria só serviu para ajudar a oligarquia Sarney a se refazer, com mais uma promessa que nunca será cumprida.

Lula veio ao Maranhão, desfilou em tratores e deu todos os créditos ao seu amigo José Sarney (PMDB).

Tudo não passou de uma farsa que voltará ao palco na eleição de 2014, desta feita para ajudar na campanha de Lobo Edinho (PMDB), filho do ministro das Minas e Energia Edison Lobão.

A promessa da refinaria provocou uma corrida especulatória em Bacabeira, iludiu as pessoas e enganou o Maranhão inteiro.

Os empregos não vieram e as obras passaram um bom tempo abandonadas.

Mas, tudo voltará a ser prometido novamente, com Lula e Dilma desta vez até melando a mão de óleo.

Eles já se misturaram tanto a Sarney que tudo vale para reproduzir as mentiras no Maranhão.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

COPA FIFA: NOSSA TORCIDA É CONTRA A CORRUPÇÃO, A MÁ GESTÃO, A VIOLÊNCIA E AS DESIGUALDADES

Marizélia Ribeiro
Professora UFMA, doutora em Políticas Públicas
Milhões de gastos em estádios, enquanto a saúde e a educação ficam à míngua
Um publicitário, diretor financeiro de um jornal paulista e possivelmente interessado em contratos milionários ofertados pela Copa da FIFA, escreveu o texto “A torcida pelo fracasso da Copa do Mundo e o valor dos contratos”. 

Não me pareceu um desabafo, mas uma forma de agradar financiadores do seu jornal ou de mostrar sua insatisfação pela falta deles. O título escolhido pelo autor me fez pensar nessas duas situações. 

Fiquei incomodada durante alguns dias com suas acusações e preconceitos contra o povo brasileiro, mas não tive inspiração suficiente para contestá-las. Hoje, acompanhando notícias sobre corrupção, empresas usurpadoras de dinheiro público, tragédias, violência, greve de trabalhadores e mobilizações sociais, as ideias chegaram. 

Nessa Copa da FIFA tem tudo isso: gastos bilionários, crescentes e superestimados melhorarão a vida de poucos; empresas inoperantes com as obras de suas responsabilidades; operários trabalhando e morrendo em condições inseguras; e manifestantes desejosos de mostrar que estão cansados de serem roubados, escravizados e insultados.

Escolhi duas teses do texto em tela para refutar. A primeira delas, diz que o brasileiro, ao contrário no norte-americano, desconfia do sucesso das pessoas e torce pelo fracasso dos bem sucedidos. Na segunda, coloca o Estado brasileiro como um inimigo dos empreendedores.

Quanto à primeira, é facilmente contestada. Já que falamos da Copa da FIFA, utilizo exemplos no Esporte e em outras competições. Paramos e torcemos por vários brasileiros, entre tantos outros: Ayrton Senna imbatível na Fórmula 1; Oscar maior pontuador do basquete mundial e seus companheiros campeões do PAN 1987 sobre a então imbatível equipe norte-americana; Magic Paula campeã mundial de basquete 1994; Hortência homenageada no Naismith Memorial Basketball Hall of Fame Hall; Bernadinho, José Roberto e suas meninas e rapazes do vôlei tantas vezes vencedores; João do Pulo de saltos magníficos; Ricardo Prado e Cesar Scielo medalhas de ouro na natação; e Maria Ester Bueno primeira mulher a ganhar os 4 Slam em duplas nas quadras de tênis. Ficamos orgulhosos e nos emocionamos com os garotos piauienses campeões das olimpíadas de Matemática e os alagoanos vencedores de prêmio ONU pela criação do aplicativo de celular que auxilia surdos. 

Queremos ver o sucesso especialmente de tantos voluntários anônimos e profissionais que salvam vidas em acidentes, desabamentos e enchentes.

Com relação à segunda tese do publicitário, não preciso me estender. Nosso Estado, quer dirigido por petistas quer peemedebistas (ou qualquer outro “ista” partidário que se possa imaginar!), sempre esteve ao lado das grandes empresas. Afinal, elas sempre foram e continuarão sendo as maiores financiadoras das campanhas eleitorais. O que mudou, ao longo do Estado republicano brasileiro, foram os privilegiados a cada governo. 
Torcemos, sim, nessa Copa da FIFA, contra a má gestão do dinheiro público, a corrupção, a violência, as desigualdades e a mudança de nossas leis para os interesses do capital. 

A Copa da FIFA não é do povo brasileiro. A maioria de nós nem ao menos pode pagar para torcer pelo sucesso dos jogadores e times nos estádios.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

Jorge Leão *

A participação na vida política não é possível sem a atuação consciente de sujeitos autônomos. Em todo o processo participativo é imprescindível a existência do ser livre, como mola propulsora da vida em comunidade.

Todavia, com o individualismo apregoado pelo mecanismo ideológico do capital, a tática é esvaziar o quanto antes o conceito de “espaço público”. Observa-se atualmente as inúmeras desmobilizações que o sistema de controle impõe à vida política. Quanto mais enfraquecido estiver o espírito de pertença à coisa pública, tanto melhor para a ideologia dominante.

Igrejas, sindicatos, partidos, grêmios estudantis são atacados frequentemente pelo mecanismo de controle para difundirem o “salve-se quem puder”. Quem for mais esperto ganha a guerra. Quem aceitar calado a exploração garante o “bom viver” dentro das instituições. É essa a estratégia, que funciona e amedronta, quem costuma viver alheio à participação em comunidade.

Como esta manobra sobrevive? Simples: ameaçando a mobilização conjunta. Em resumo, o alimento do mecanismo implica em usar a máquina de controle para garantir a atuação de medo e subserviência destes espaços, atualmente, em sua grande maioria, manobrados pelo mecanismo da força e da alienação da vida política.

Como elemento de contra-força, quem participa da vida política assume a condição da liberdade dentro do espaço público. É este o momento legítimo da práxis política. Do contrário, o conceito de participação perde sua autonomia. Desse modo, quando é dito, por exemplo, “você é livre para escolher”, e não age de modo a garantir a participação consciente do outro, então é falacioso proclamar o direito à participação.

Em tempos de exacerbado individualismo, em que cada um assume para si o que considera mais oportuno no momento, a herança da polis como tarefa humana básica vai sendo minada. O que rege o modo de atuar no mundo das relações descartáveis é o uso do outro como objeto. Aí acontece o processo de falência do conceito de comunidade.

Ser autônomo, por consequência, não é alimentar o atomismo político, como se vê atualmente. Ao contrário, a autonomia nos lança para o universo da polis, isto é, com a adesão no processo de construção coletiva, todos respondem pelo destino da coisa pública, uma vez que assumiram, pelo uso da liberdade, o fortalecimento do pertencimento ao espaço legítimo da comunidade.

Quando se nega o outro enquanto ser autônomo, nega-se também o direito de pensar a liberdade como fundamento da vida política. Entra em cena então a heteronomia, isto é, postula-se que o outro não é capaz de pensar o destino da polis em comunidade. Os sistemas totalitários funcionam a partir deste mecanismo de negação da autonomia. É mais fácil manipular quem se encontra acuado pelo medo ou pela ignorância.

Além da reflexão sobre o momento de esvaziamento em que se encontra a coisa pública, outro ponto é trazido para o ponto de crise, que é: “que herança deixaremos para as futuras gerações?”...

Enquanto se alimenta a ideia de que “cada um por si e Deus por todos” irá resolver nossos problemas comuns, mais e mais o dia a dia de miséria e violência que nos deparamos ao sairmos de casa ganha acento em nossas discussões, sem que com isso assumamos nossa responsabilidade pelo que é visto, e depois, quase que de modo automático, esquecido.

* Professor de Filosofia do IFMA – Campus Monte Castelo

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A GREVE DOS RODOVIÁRIOS E A TAGUATUR

Lentos, sujos e fumacentos: as ônibus-sucata são a galinha de ovos de ouro dos empresários
Quando eu era estudante da UFMA, na década de 1980, já havia muitos protestos contra o monopólio da Taguatur na área Itaqui-Bacanga.

Sem concorrentes, o negócio do transporte coletivo é a maior mina de dinheiro.

Mais de 30 anos depois, explorando com exclusividade as linhas em dezenas de bairros, a Taguatur ampliou seus negócios.

A empresa é também a concessionária da Fiat e opera no ramo de viagens e festas: a Taguatur Turismo e Taguatur Eventos.

Quando mais aumenta seus negócios e lucros, pior é o serviço oferecido à população.

Ônibus velhos e sujos, caindo aos pedaços, em pouca quantidade, continuam circulando pelas ruas esburacadas de São Luís.

É o melhor negócio do mundo: explorar com exclusividade, por quase 40 anos, dezenas de linhas de transporte com uma das tarifas mais caras do país.

PREFEITURA AMIGA

A Prefeitura de São Luís prometeu uma licitação para o transporte público, mas nunca realizou.

Em vez de quebrar o monopólio da Taguatur e democratizar o sistema de transporte público, o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) fez o inverso: em setembro de 2013 determinou o subsídio de R$ 2 milhões mensais para as empresas de ônibus.

Quem já ganhava muito, tem mais! E a população segue prejudicada com o péssimo serviço das empresas.

A Primor também é detentora de uma boa parte das linhas de transporte.

Os donos de ônibus são organizados no poderoso SET (Sindicato das Empresas de Transporte), cuja força política transita da Câmara de Vereadores à Assembleia Legislativa.

GREVE

O SET faz dupla exploração: extorque os usuários e sangra a força de trabalho, pagando salários baixos aos rodoviários.

Estes, também são explorados pelo próprio sindicato da categoria, que nem sempre está ao lado dos trabalhadores.

O Sindicato dos Rodoviários é disputado por vários grupos e há suspeita de que algumas ameaças de greve às vezes acontecem no acordo subterrâneo com os empresários, para que haja aumento no preço das passagens.

Em meio a esse conflito, a população de São Luís pode ficar sem ônibus amanhã. É o que promete o Sindicato dos Rodoviários, depois de adiar a paralisação que estava marcada para hoje.

A conferir, enquanto a licitação não vem.