sexta-feira, 15 de agosto de 2014

GREVE DOS PROFESSORES: OCUPAÇÃO E AS ELEIÇÕES 2014

A ocupação da Prefeitura de São Luís pelos professores em greve pode ter novos lances, após a decisão judicial que manda retirá-los da sede do executivo municipal e impedi-los de ocupar outro imóvel público.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) já deveria ter chamado os docentes ao diálogo, mas preferiu esticar a corda. Resultado: a greve cresceu.

Desconheço a direção do sindicato e as forças políticas hegemônicas na entidade. Portanto, não posso opinar sobre a existência ou não de interesses partidários na mobilização.

Porém, conheço várias lideranças grevistas sem partido e professores dedicados à Educação. Eles merecem bons salários e condições de trabalho.

As escolas de São Luís estão em situação precária. É fato. Muitas crianças estudam em anexos, casas alugadas nos bairros da periferia, onde se improvisam salas de aula.

Esses anexos são desumanos, insalubres, sem água e calorentos.

O estado lastimável das escolas não é culpa exclusiva do prefeito atual. É uma herança antiga do mesmo grupo que domina a Prefeitura desde 1988.

Houve algumas melhoras, mas não mudou o essencial. Os anexos atravessaram várias gestões e nunca foram extintos para construir novas escolas.

É justa e digna a luta dos professores municipais por salários melhores e boas escolas. Na rede estadual, a situação é parecida.

Enquanto malas de dinheiro deslizam nos carpetes sofisticados dos hotéis de luxo, com a intenção de subornar o alto escalão do governo Roseana Sarney (PMDB), não foi construída uma escola de ensino médio nos últimos quatro anos.

O Maranhão transpira corrupção. A oligarquia Sarney conspira 24 horas por dia para alimentar a fortuna e a ganância dos seus protegidos. O resto, é lixo. Inclusive professores e estudantes.

Na Prefeitura de São Luís, o mesmo grupo político, com algumas adaptações, faz revezamento no poder. Agora é a vez da família Holanda.

A melhor saída é negociar com os professores, mas o prefeito preferiu outro caminho. Enquanto isso, a greve ganha as ruas e se fortalece.

EM CAMPANHA

O vice-prefeito Roberto Rocha (PSB) é candidato a senador e tem um filho vereador. Nenhum dos dois se mexeu para dialogar com os professores.

O pai do prefeito, Edivaldo Holanda (PTC), figura central na administração, está com a eleição de deputado estadual garantida, restando apenas saber se vai extrapolar a votação para pleitear a presidência da Assembleia Legislativa.

Roberto Rocha vai ao velório de Eduardo Campos, seu correligionário no PSB, mas não se solidariza com milhares de crianças e centenas de professores da cidade onde ele é cogestor.

Na Câmara dos Vereadores, a maioria dos edis pouco se importa com a situação das escolas. É tempo de eleição. Estão todos em campanha.

Como diz o ditado maranhense, “é tempo de murici: cada um cuida de si”

Os professores estão dispostos a seguir na greve, até a abertura das negociações. O desfecho é imprevisível.

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