terça-feira, 23 de setembro de 2014

CEMITÉRIO “JOSÉ SARNEY’ SERÁ INAUGURADO NO MARANHÃO, PRÓXIMO A PEDRINHAS, PREVÊ ROTEIRO CINEMATOGRÁFICO

Um cineasta de São Luís está animado com a ideia de rodar o filme “Maranhão 666: a besta-fera da política”, fechando o ciclo audiovisual sobre os 50 anos da oligarquia liderada por José Sarney, iniciado com a reportagem cinematográfica “Maranhão 66”, de Glauber Rocha.

“Maranhão 666”, segundo o idealizador, terá influências do cinema novo e da teledramaturgia brasileira, inspirada na novela “O bem amado”, de Dias Gomes, sucesso na TV Globo em 1973.

Paulo Gracindo interpreta Odorico Paraguaçu, prefeito corrupto e coronel de Sucupira, às voltas com a inauguração de um cemitério, mas sem sucesso na estreia da obra, devido à falta de um morto na cidade.

Nos primeiros capítulos, Paraguaçu desdobra-se para fabricar um defunto, mas não obtém os resultados esperados.

HOMENAGEM A SARNEY

Suando nas têmporas, entre colheradas de caldo de peixe-pedra, iguaria maranhense pescada nas proximidades da ilha de Curupu, uma das propriedades de José Sarney, o diretor de “Maranhão 666” antecipou parte do roteiro.

A ideia de batizar o cemitério com o nome de José Sarney reitera o culto à personalidade do oligarca e dos integrantes do clã, cujos nomes estão fartamente inscritos em prédios e diversos ambientes públicos em todo o Maranhão: maternidade, fórum, tribunais, escolas, postos de saúde, bibliotecas, ruas, avenidas, vilas, bairros etc.

“Se para nascer, morar, estudar, julgar, transitar e fazer quase tudo no Maranhão temos de passar pelos locais com os nomes da família Sarney, é justo que o chefe do clã seja homenageado com um cemitério. Esse é o sentido do filme”, explicou o diretor.

DEFUNTO NÃO FALTA

Ao contrário da peleja de Odorico Paraguaçu para encontrar um morto e inaugurar o cemitério, “Maranhão 666” terá vários defuntos simbolizados com os nomes das obras prometidas e nunca realizadas pelos governadores sarneístas e herdeiros do oligarca.

De acordo com o diretor, haverá o enterro simbólico de muitos projetos que nunca saíram do papel, mas vários tiveram dinheiro liberado: Refinaria da Petrobras, Fábrica de Componentes Automotivos (Usimar), Estrada Arame-Paulo Ramos, Projeto Salangô (agricultura irrigada), Fábrica de Confecções de Rosário e, recentemente, a avenida 4º Centenário e o resto da Via Expressa.

EFEITO DE REALIDADE

Após uma exaustiva exposição sem consenso sobre realidade e ficção, o mentor de “Maranhão 666” sacramentou a participação do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) para cortar a fita inaugural do cemitério, argumentando que Holandinha é perfeito para esse papel. “Na aparência, é a versão botox de Odorico Paraguaçu”, fundamentou.

Segundo o diretor, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, conhecido nacionalmente por fugas, motins e macabras degolas de presos, foi escolhido como cenário principal para dar um tom trash ao filme, porque sintetiza os quatro eixos da arquitetura cênica: crime, castigo, política e morte.

Em respeito às famílias dos presidiários, as imagens de presos degolados não serão incorporadas à película. O diretor vai trocá-las pelos grotescos rituais do abate de gado, fáceis de capturar nos matadouros clandestinos de São Luís.

“O filme é melodrama e sangue, Macunaíma devorado por Oswald de Andrade”, justificou o idealizador da película.

CAIXÃO ESPECIAL

O diretor faz segredo sobre um caixão especial que vai encerrar o filme, mas antecipou que se trata de algo relacionado ao enterro de um indigente político.

Parte das locações será feita em Alcântara, contou o diretor, para capturar imagens do Maranhão em ruínas.

Ele antecipou ainda que José Sarney será convidado especial para a sessão de estreia do filme, no início de 2015.

Temendo represálias, o cineasta pediu para não ser identificado.

4 comentários:

  1. Ñ vejo a hora de ver esse lançamento. Só vai falar o q a maioria dos brasileiros ñ sabem ou ñ tem certeza dos males q os Sarneys já fizeram para o no9sso estado.

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  2. Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.

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  3. Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.

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  4. Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.

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